sábado, 25 de março de 2017

Após 50 dias de paralisação, médicos de São Lourenço do Sul assinam acordo para receber salários atrasados

Após pressão do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), a administração da Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço apresentou nova proposta e os médicos decidiram, nesta sexta-feira (24), encerrar a paralisação da categoria, que durou 50 dias.

Em reunião pela manhã, representantes do corpo clínico e do SIMERS estabeleceram os critérios para o fim do movimento. Em acordo com a Santa Casa, o pagamento dos valores devidos será feito em 18 meses. A categoria decidiu abrir mão do mês da quantia referente a fevereiro. Os médicos também farão novos contratos com a instituição, aceitando uma redução de 20% nas remunerações. Os termos desse acordo foram ratificados em um termo de confissão de dívida, registrado em cartório.

O SIMERS avalia que o movimento de paralisação teve sucesso. “Finalmente o hospital cedeu, se comprometendo a honrar os compromissos dentro das possibilidades. Ainda há muito o que avançar, mas entendemos que o acordo vai permitir trabalharmos em conjunto daqui para frente”, afirmou a vice-presidente do Sindicato, Maria Rita de Assis Brasil.

Há uma semana, a população de São Lourenço do Sul, na Zona Sul do Estado, estava sem atendimentos de urgência e emergência na Santa Casa de Misericórdia. Desde o dia 17, os procedimentos foram suspensos devido a uma decisão arbitrária da administração do hospital, que fechou o bloco cirúrgico, a maternidade e a pediatria, a fim de pressionar os médicos a interromperem a paralisação, que havia começado em 03 de fevereiro.

O SIMERS aumentou a pressão sobre a Santa Casa a partir de dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES), informando que o hospital havia recebido cerca de R$ 1,4 milhão em valores atrasados do governo do Estado no final de janeiro, que deveriam ser utilizados para o pagamento de médicos e funcionários.

O movimento

Paralisados desde o início de fevereiro – um mês após notificar o hospital dessa intenção –, os médicos de São Lourenço do Sul mantiveram os serviços de urgência e emergência. O movimento envolveu especialistas de cinco áreas – anestesia, radiologia, pediatria, cirurgia e ginecologia. A medida só foi tomada após expirar o prazo de 30 dias da notificação encaminhada à direção da Santa Casa, no início de janeiro, na qual o SIMERS cobrava a regularização dos pagamentos, e para a qual não obteve resposta.

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