quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Operação “Costa Doce” prende 12 pessoas

Doze pessoas, incluindo um soldado da Brigada Militar, foram presas durante a Operação “Costa Doce”, deflagrada na manhã desta quinta-feira, pelo Ministério Público. O grupo fazia parte de uma quadrilha supostamente protegida pelo comissário de Polícia Civil Nilson Aneli, preso em janeiro, que era assessor direto do ex-secretário da Segurança Pública Airton Michels.

O balanço revela que no cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão foram recolhidos um revólver, três pistolas, dois veículos, munição de diversos calibres, papel filme e balança de precisão para embalagem de drogas e um número expressivo de tablets, notebooks e aparelhos celulares. As cidades alvos da ação foram Tapes, Camaquã, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Charqueadas e Jaguarão. Mais de 100 agentes do MP e policiais militares participaram da ação.

O Corregedor-Geral da Brigada Militar, tenente-coronel Jefferson de Barros Jacques, confirmou a participação do soldado de Tapes na organização criminosa. “Trata-se de um policial com 15 anos de serviço, que tinha engajamento na venda de armas e outras práticas como omissão em relação a crimes praticados”, explicou. Com ele, a operação encontrou munição de uso restrito da Brigada Militar.

Durante coletiva no fim da manhã, o promotor de Justiça da Especializada Criminal de Porto Alegre Ricardo Felix Herbstrith repassou detalhes do trabalho à imprensa. Ele explicou que a série de crimes (entre eles roubo a banco, tráfico de drogas, furto qualificado, sequestro, cárcere privado, roubo de veículos e corrupção passiva) ocorria principalmente em Tapes e Camaquã, mas o bando tinha ramificações pela região Metropolitana de Porto Alegre e por presídios gaúchos. Três celas da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) foram alvo de busca e apreensão e três criminosos foram novamente presos no local. Já em Novo Hamburgo, a operação deteve um dos principais traficantes do Vale dos Sinos. Foram 15 mandados de prisão cumpridos, no total.

Questionado sobre o papel exercido pelo comissário Nilson Aneli (preso em janeiro com o traficante Alexandre Goulart Madeira, o Xandi, morto em Tramandaí no mesmo mês), Herbstrith explicou aos jornalistas que não é possível estabelecer uma vinculação direta dele com os crimes. “No entanto, ele era o garante da impunidade sobre os fatos ocorridos especialmente em Tapes, fazendo uso da influência do cargo que exercia”, destacou.

O promotor de Justiça ressaltou, ainda, que outros agentes públicos, além do PM preso e do comissário, estão sendo investigados pelo uso irregular do Sistema de Consultas Integradas, da Secretaria da Segurança. “De posse de informações privilegiadas, celulares usados no crime eram cadastrados em nome de PMs honestos, que nada tinham a ver com o crime”, frisou. Por fim, Herbstrith revelou que durante as investigações, foram evitados três assaltos a banco, um no litoral Norte e dois em Tapes.

Saiba mais

A operação teve início após a prisão do comissário Aneli, em 23 de janeiro. Desde então foram efetuadas oito prisões e várias denúncias chegaram ao Ministério Público, como o envolvimento de Aneli com policiais e ex-policiais da cidade de Tapes para a prática de crimes.(correio do povo)

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