sábado, 3 de outubro de 2015

Costa Doce fica fora dos Arranjos Produtivos Locais do MTur

Informações do jornal Diário Popular de Domingo (04):

O Ministério do Turismo (MTur) divulgou pesquisa inédita sobre municípios com maior fluxo turístico e maior número de empregos e estabelecimentos no setor de hospedagem. No Sul do Estado, somente Pelotas e Rio Grande obtiveram o segundo melhor conceito. Mesmo com o bom indicativo para investimentos, a proposta para o turismo na região - chamada Costa Doce - não foi contemplada pelos editais lançados pelo governo do Estado, cujos resultados foram divulgados na última semana de setembro. Com isso, o setor deixará de receber R$ 150 mil no período de 18 meses.

A notícia foi recebida com lástima pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sdet) de Pelotas, Fernando Estima. Segundo ele, a aceitação por parte da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) do projeto da Costa Doce, que engloba 33 municípios da região, como Arranjo Produtivo Local (APL), reforçaria as ações iniciadas. “Esse projeto de identificação dos nossos produtos turísticos carece de investimentos.”

Para Estima, o fato de nenhum projeto turístico ter sido contemplado entre os 12 editais aceitos neste ano é injusto com o setor. A atividade é considerada ferramenta de desenvolvimento por gerar renda e empregos, mas na hora de investir, parece haver certo receio. “É uma pena que não conseguimos colocar o turismo na posição que gostaríamos.”

Os 12 projetos selecionados no Estado com APLs passarão a receber apoio do governo para estruturação e fortalecimento de governança. Os principais critérios na avaliação das propostas foram a importância econômica e social para a região, o potencial de inovação e tecnologia do setor produtivo, a existência de cooperação entre empresas, a interação com instituições locais (associações, universidades e centros de pesquisa, entre outras), os vínculos com programas de apoio existentes, a relevância e o impacto das ações propostas.

A partir do próximo ano, além desses 12 APLs selecionados agora, outros dez terão direito a recursos para projetos estratégicos, por meio de edital que está em fase inicial de avaliação de propostas.

Indicativos
A proposta de reunir cidades em categorias facilita a criação de políticas públicas e acrescenta critérios objetivos para investir no setor, segundo o secretário da Sdet.

O índice aponta a qualidade e a capacidade de infraestrutura para atividades. Mesmo sem um apelo turístico mais desenvolvido, a cidade possui gastronomia, comércio, patrimônio e 2,5 mil leitos de hospedagem. “Se somar o volume de excursões e eventos, estamos mesmo à frente de muitos lugares do interior.”

Para Estima, o grande desafio é manter investimentos crescentes para fomentar a economia turística e transformar potencial turístico em produto. “Precisamos criar agenda de visitação nas charqueadas e vender esta história que é única, por exemplo.”

Na metodologia utilizada, o MTur adotou quatro variáveis de desempenho econômico: número de empregos, de estabelecimentos formais no setor de hospedagem, estimativas de fluxo de turistas domésticos e internacionais. Foram pesquisados 3.345 municípios.

O Rio Grande do Sul teve 467 cidades agrupadas em categorias de A até E. Na classificação, entre conceitos de A a E, o Rio Grande do Sul possui apenas três municípios na categoria de excelência: Porto Alegre, Torres e Gramado. De acordo com o MTur, o fato de um município ser categorizado em D ou E não significa que ele receberá menos apoio que um município categorizado como A ou B.

Em todo o Brasil, a categoria A tem 51 municípios, incluindo as 27 capitais brasileiras. Este agrupamento concentra destinos turísticos tradicionais de nove estados brasileiros como Porto Seguro (BA), Ipojuca (Porto de Galinhas/PE), Armação de Búzios (RJ), Campos do Jordão (SP), Guarapari (ES), Balneário Camboriú (SC), Foz do Iguaçu (PR), Gramado (RS) e Caldas Novas (GO). O grupo responde por 47% da estimativa de fluxo turístico doméstico do Brasil e 82% do internacional.

O grupo B tem 167 municípios, o equivalente a 5% das cidades categorizadas pelo Ministério do Turismo. São destinos turísticos de 20 estados, com participação expressiva de localidades das regiões Sudeste, Nordeste e Sul. Juntos os grupos A e B, representados por 218 municípios, respondem por 68% do fluxo doméstico brasileiro e 97% do internacional. Já o grupo C, com 504 municípios, representa 15% do total avaliado. O maior número de cidades do Mapa do Turismo, 2.623, ou 78% do conjunto avaliado, concentra-se nos grupos D e E.

O processo de categorização, uma estratégia do Programa de Regionalização do Turismo do MTur, teve sua metodologia avaliada pelas secretarias estaduais e municipais de Turismo e foi reconhecida em diversas instâncias do Poder Público. A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado a classificou como “essencial” para o aperfeiçoamento da política de Estruturação dos Destinos Turísticos. A Secretaria de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU) expressou sua aprovação à ferramenta, desenvolvida por técnicos do Ministério do Turismo.

Municípios do RS mais bem cotados

Categoria A
- Gramado
- Porto Alegre
- Torres

Categoria B
- Bagé
- Bento Gonçalves
- Canela
- Canoas
- Capão da Canoa
- Caxias do Sul
- Passo Fundo
- Pelotas
- Rio Grande
- Santa Maria
- Santana do Livramento
- São Gabriel
- Tramandaí

Da região em outras categorias

Categoria C
- Jaguarão
- São Lourenço

Categoria D
- Aceguá
- Arroio Grande
- Canguçu
- Capão do Leão
- Cerrito
- Chuí
- Pinheiro Machado
- Piratini
- Santana da Boa Vista
- São José do Norte

Categoria E
- Amaral Ferrador
- Arroio do Padre
- Pedras Altas
- Turuçu

*Herval, Pedro Osório e Morro Redondo não foram incluídos na pesquisa.

Projetos de APLs que passarão a receber apoio em 2016

Jogos Digitais (Vale do Sinos)
Leite da Fronteira Noroeste
Leite de Santana do Livramento (Fronteira Oeste)
Tecnologia da Informação e Comunicação da Região Norte
Apicultura do Vale do Jaguari
Agroindústria do Litoral
Polo de Defesa de Santa Maria (Central)
Tecnologia da Informação e Comunicação da Região Central
Polo de Moda do Norte Gaúcho (Rio da Várzea)
Móveis de Torres (Litoral)
Agroindústria e Alimentos do Vale do Rio Pardo
Vitivinícola da Serra Gaúcha

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