terça-feira, 26 de abril de 2016

Zé Nunes quer criar Conselho Estadual dos Povos Tradicionais

Os direitos do povo tradicional pomerano foi tema da audiência pública da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa, realizada na noite desta segunda-feira (25), no Salão da Comunidade Evangélica Luterana Cristo Salvador, em Cristal. Entre os encaminhamentos, a continuidade da busca de assinaturas nas autodeclarações dos pomeranos; estabelecer espaços de valorização da cultura, criar projetos dos cantos corais; buscar especificidades na agricultura familiar para os pomeranos e trabalhar a distinção dos sobrenomes e suas histórias nas escolas.
O deputado estadual Zé Nunes (PT), proponente do encontro, salientou o compromisso do seu mandato com o resgate da cultura e da identidade dos pomeranos localizados no Sul do Brasil. Ele destacou os aspectos singulares desta cultura, que constitui significativo percentual de imigrantes europeus que começaram a chegar na Serra dos Tapes. “Hoje percebemos a presença de pomeranos em Camaquã, Cristal, Chuvisca, São Lourenço do Sul, Arroio do Padre. Este processo nos oportuniza credenciais para apresentação de projetos, realização de eventos e consolidação da busca de assinaturas através da autodeclaração dos pomeranos. Nosso intuito é criar no Estado um Conselho Estadual dos Povos Tradicionais”, declarou.
A prefeita de Cristal, Fábia Richter salientou a necessidade da elaboração de projetos e a captação de recursos, e lembrou que os projetos que se organizaram em torno de comunidades quilombolas se deu pelo resgate desta memória que um dia iniciou. O presidente da Câmara de Vereadores, Marcelo Krolow falou sobre sua preocupação para que não se esqueçam desta história. Para o professor coordenador do Núcleo Educamemória da Furg, Carmo Thum, a luta desta cultura é maior que uma tradição folclórica ou de um passado. “Para garantir esta existência, necessitamos de estratégias de preservação. Esta audiência se reveste de empoderamento de preservação da nossa própria identidade”, disse.
De acordo com ele, não se trata de um processo tradicionalista de congelar o que já foi. O que se busca, é reinventar e construir uma nova condição de cultura. “As audiências públicas estão existindo para que possamos nos apresentar para o Brasil como povo existente e que pode aprender a sua língua inclusive na escola. Convidamos a todos para assinarem as autodeclarações, para que as políticas públicas possam chegar até aonde precisam chegar, é uma assinatura individual em nome do direito coletivo”, finalizou.
Participaram do evento, secretários municipais, lideranças religiosas, comunitárias, agricultores familiares, entidades, cooperativas, micro e pequenos empresários, comunidade local, professores e estudantes.

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