quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Médico desabafa em rede social sobre críticas ao atendimento de saúde em SLS

O médico Dr. Orfelino Guimarães da Silveira fez um desabafo, em seu facebook, sobre casos envolvendo críticas ao atendimento médico na cidade. Foram vários comentários apoiando o médico. Leia:


NÃO JOGUE PENAS NO VENTILADOR
Visto não ter observado qualquer manifestação sobre o caso em questão: da Secretaria Municipal de Saúde, do Conselho Municipal de Saúde, da Direção da Santa Casa de Misericórdia, do Delegado do Sindicato Médico, do Diretor Técnico da Santa Casa, nem do Diretor do Corpo Clínico desta mesma entidade de saúde; venho na qualidade de Presidente da Comissão de Ética da Santa Casa de Misericórdia tentar explicar para a população sobre denúncias feitas pelo Sr. Marcelo Schmalfuss morador na Boa Vista, 6º distrito de São Lourenço do Sul.
Denúncias infundadas, inverídicas e maldosas feitas em parte no programa Esportivo do Sr. João Pedro Büttenbender da Rádio São Lourenço no dia 31 de agosto pp. e em outra parte denuncia feita através do próprio Sr. Marcelo, em seu Facebook com afirmações e colocações dignas de quem desconhece a mecânica do atendimento Médico na Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul e especialmente quanto aos Plantões de Pronto Socorro, Pediátrico e Obstétrico.
Houve distorções absurdas, inverídicas e afirmações mal intencionadas, feitas pelo referido cidadão, que vistas e ouvidas por pessoas que desconhecem, as normas usados na saúde e especialmente da nossa Santa Casa, podem até achar que sejam verdadeiras.
1 - Esse senhor veio à Santa Casa com a esposa grávida em 15 de novembro pp.; com a séria intenção de ‘chegar e fazer uma cesariana em sua esposa’, dizendo tratar-se de gestação de alto risco e que estaria passando do tempo.
Caro senhor, não é assim que as coisas funcionam. Primeiro temos que avaliar o caso e após analisar as queixas e situações para depois poderemos chegar a uma conclusão e decisão. Não é por menos que temos que estudar seis árduos e longos anos de Faculdade mais dois ou três para fazermos uma especialização e depois ainda temos que ‘matar um leão por dia’; ou seja, não nos é permitido errar nunca (para nós médicos não existe as palavras ‘errar é humano’. Não somos jogador de futebol que um dia acerta, é craque; erra seguidamente e nada acontece. Não somos juízes de futebol que erram seguidamente e fica por isso.
Não seria por uma indicação aleatória, sem uma justificativa razoável, que vamos intervir, induzindo a paciente a um, agora sim, alto risco cirúrgico (anestésico, infeccioso, hemorrágico, choque anafilático, etc. etc. etc.), muitas vezes desnecessário e que fatalmente, em qualquer acidente, seríamos acionados judicialmente. Temos que ter muita precaução de não errar e fazer muito bem feito nosso serviço.
Examinei sua esposa naquele dia, porém constatei que era uma gestação normal sem o menor risco, estava com 39 semanas e 4 dias, pressão arterial normal, sem contrações, sem perda de líquido amniótico, colo totalmente fechado (sem qualquer dilatação ou sangramento), não era um nenê de tamanho desproporcional, batimentos cardio-fetais estáveis com 140 bpm e principalmente não estava passando do tempo e sem qualquer queixa obstétrica, o que não indicava cesariana, pelo menos naquele dia. 
Para fazer parte do grupo de Alto-risco necessitaria ter ou ser: Hipertensa, Diabética, Duas ou mais cesarianas anteriores, Descolamento de Placenta, Quarenta e duas semanas ou mais, Bebê estar em posição diferente de cefálica, ou algumas outras indicações que não era esse caso.
Para ser uma gestação ‘pós-data’, obrigatoriamente, deveria estar com 42 semanas ou mais. A afirmação desse senhor é totalmente inverídica e maldosa quando afirma que eu me ‘neguei a fazer a cesariana’.
Não é verdade, pois não fiz e não faço cesarianas pela simples pressão ou por indução de paciente ou parente; nunca me neguei a fazer cesarianas quando realmente necessárias. Nesse caso, não a fiz, por achar desnecessário e sem indicação, pelo menos naquele momento, até porque ela não estava em trabalho de parto.
“Caro senhor e população em geral: - Infelizmente gostaria de deixar claro que seguidamente alguns obstetras - por ganância ou sei lá o motivo, criam um clima de terror em algumas de suas pacientes, indicando nos pré-natais a ideia de que sua gravidez é de grande ou alto risco e que necessita de uma cesariana. Por acreditar nas palavras do(a) seu(ua) obstetra, fica (a paciente e seus familiares) induzidos a esta prática. Tudo para que, quando negado a intervenção (que frequentemente é desnecessária), por parte do plantonista; a paciente bem como seus familiares sejam forçado a retornar a seus consultórios médicos que na maioria das vezes são encaminhados para uma cesariana particular que muitas vezes são desnecessárias.”
2 - Fui verificar sua denúncia contra o atendimento de seu filho no Pronto Socorro em 30 de agosto pp. Sei que é um momento delicado termos um familiar adoentado, especialmente um filho. Gostaria de informá-lo de alguns detalhes que certamente você ignora:
- Primeiro: O plantão do Pronto Socorro é único e exclusivamente o responsável pelos atendimentos de urgência e emergência a quem a ele se dirige. Enquanto tiver em urgência e emergência (febre, dor, sangramento, etc.) é responsabilidade do Pronto Socorro solucionar, minimizar e observar o caso.
- Segundo: Os casos admitidos pelo plantão do Pronto Socorro tem normalmente dois destinos; 
A - é internado (que não foi o caso de seu filho) ou 
B - é mantido em observação no Hospital para avaliação pelos serviços especializados (que não atendem urgência e emergência – pois são plantões de sobre aviso). Os Plantões de Especialidades ficam em casa ou consultório e periodicamente veem ao Hospital avaliar as observações (que seria o caso de seu filho). O plantão de sobreaviso não vem quando o paciente (ou familiar) quer, mas sim quando é necessário. Caso não sejam chamados, tem até 24 horas para avaliar, medicar, internar ou dar alta, a seus pacientes da observação.
- Terceiro: Que não há horário específico para essas avaliações. Caso seja um caso mais grave (o que não era o caso) o próprio plantonista do Pronto Socorro entrará em contato com o médico do sobre aviso para solicitar uma avaliação mais precoce.
- Quarto: O Dr. Eduardo Kern não é apenas ‘um tal pediatra’ é o Dr. Eduardo dos Santos Kern um dos mais conceituados Médico Pediatra de São Lourenço do Sul e Pelotas, extremamente competente, educado e prestativo. Ele com certeza ‘não deixou de atender o seu filho’, mas apenas, ao que observei, não atendeu a ‘SUA pressa, SUA ansiedade e SUA necessidade de reclamar’ naquele momento; pois seu filho já estava estável, sem febre e assintomático no momento da sua saída do Hospital.
- Quinto: Graças a Deus temos uma qualidade de atendimento invejável, em TODOS OS SETORES do Hospital. Não somos nós que dissemos isso; mas pacientes que se deslocam para cidades vizinhas (inclusive Pelotas) e pelos visitantes de outras cidades.
- Sexto: A Enfermeira Camila Bergmann é muito competente e educada e; simplesmente agiu conforme as normas do Hospital, que com certeza você desconhece. Paciente que por QUALQUER motivo se ausente do Nosocômio, exceto por Alta Hospitalar fornecida somente pelo médico assistente. Assim, Perante a saída do paciente do Hospital sem a autorização do médico assistente torna-se função da Enfermeira (naquele dia Enf. Camila) comunicar a Brigada Militar e no caso de Paciente Menor ainda deverá comunicar o Conselho Tutelar. Isso com total certeza não foi iniciativa da Enfermeira, mas das normas e regras, que ela (como você afirma) lhe informou no momento de sua saída, estabelecidas pela direção da Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul.
- Sétimo: Quando tiver alguma dúvida ou achar que foi mal atendido, o que posso deduzir que certamente irá acontecer, vá ao local competente para primeiro dirimir suas dúvidas e se informar das normas e regras do estabelecimento, antes de sair ‘jogando penas ao ventilador’; pois poderá ferir pessoas inocentes e bem intencionadas de forma injusta tendo que responder ‘posteriormente’ pelos danos causados.
- Oitavo: Qualquer explicação, orientação ou informação que você, bem como a comunidade lourenciana necessitar não use uma forma indireta, caluniosa e maldosa, como fez, espalhando inverdades a população através das redes sociais e programas de rádio, pois estaremos sempre a disposição de orientar, explicar e sugerir o melhor para você e/ou seu familiar.
“SE NÃO FOR PARA ELOGIAR, JAMAIS CRITIQUE PÚBLICAMENTE O QUE NÃO TEM ABSOLUTA CERTEZA!”
Dr. Orfelino Guimarães da Silveira – CRM 8631 – 
Presidente da Comissão de Ética da Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul.
Cons.: Rua Mariz e Barros, 1600 – Fones: 3251-1717 e 9971.7815

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