sexta-feira, 20 de maio de 2016

Diário Popular destaca trabalho da COOPAR

A crise, que gera desemprego e retrai investimentos em diferentes setores da economia brasileira, não tem provocado efeitos sobre a Cooperativa Mista dos Pequenos Agricultores da Região Sul. O retrato está no número de associados, que não para de crescer.

Hoje são cerca de quatro mil famílias vinculadas à Coopar; 670 ingressaram de 2015 para cá. E a expectativa é de que o quadro continue a deslanchar, impulsionado pela compra de equipamentos a uma das duas fábricas de laticínios. Um otimismo que também se reflete no balanço financeiro: a estimativa é de que o faturamento, em 2016, atinja os R$ 100 milhões; um salto de 25%.

E a captação de leite passada a entressafra - entre julho e agosto - será a maior já registrada em 24 anos de história, a serem completados em breve. O volume diário deverá beirar os 150 mil litros. “O leite, com que começamos a trabalhar em 2001, se transformou em uma possibilidade de diversificação aos nossos produtores e hoje é o nosso carro-chefe”, resume o diretor-gerente, Amilton Strelow. E aproveita para destacar o suporte oferecido aos agricultores, não apenas aos que abastecem a indústria de laticínios, mas também aos que se dedicam à produção de grãos. Só a cultura do milho representa em torno de 300 mil sacos por ano.

Crescimento em paralelo
Em pouco mais de uma década, a produção pulou. Em 2005, ao ingressar para a Coopar, o lourenciano José Eupídio Nunes, 47, entregava uma média de 25 litros de leite por dia. Hoje, com um total de 40 animais e entre 26 e 28 na ordenha, a produção oscila entre 350 e 400 litros diários. É uma aposta que deu resultado: “Passamos a contar com um dinheiro certo todos os meses. Com certeza, foi um suporte que fez toda a diferença”. A família já não dependia unicamente da safra do fumo.

E para quebrar a rotina com o leite, os filhos Miuriel, 25, e Igor, 22, assumem a ordenha e o trato do rebanho um fim de semana sim, outro não, para garantir o descanso dos pais, que não disfarçam o orgulho de ver Miuriel recentemente formada em Direito e Igor envolvido nos estudos de Gestão Ambiental. Conquistas que têm, sim, a marca do campo. E do cooperativismo. “Sinto como se fôssemos uma grande família. Não temos sobrenome. Estamos todos crescendo juntos”, reforça, ao se referir à ligação de dez anos com a Coopar.

Área de abrangência
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Canguçu
Arroio do Padre
Cristal
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Amaral Ferrador
Dom Feliciano
Chuvisca

Saiba mais
#Duas fábricas de laticínios que colocam no mercado os produtos Pomerano

#Uma menor, com capacidade para industrializar 20 mil litros de leite, por dia, está localizada no interior do município. E é lá, no distrito de Boa Vista, que são fabricados os queijos lanche, colonial e gouda, doce de leite e bebida láctea.

#A unidade maior, que tem industrializado uma média de 70 mil litros de leite, está situada junto à BR-116, em antiga unidade da Elegê. Equipada com tecnologia italiana, a fábrica produz creme de leite (pasteurizado), requeijão e queijo muçarela que, no ano passado, ficou com o título de melhor muçarela do Rio Grande do Sul, em concurso promovido pela Associação Gaúcha de Laticínios.

# Funcionários: 75 (entre as duas unidades)

# Frota própria de caminhões: nove veículos (com a aquisição de dois novos)

Em crescimento
Hoje são 900 produtores de leite

Em 2001, a captação era de apenas cinco mil litros, por dia, industrializados na unidade da Boa Vista

Até o segundo semestre de 2016, a produção deve atingir os 150 mil litros de leite, por dia
Atualmente, o plantel é de aproximadamente 15 mil animais; entre oito e dez mil em ordenha

Novos investimentos (*)
# Silo: um primeiro silo, com capacidade para 75 mil litros, deve estar pronto para uso em junho. Neste momento, a fase de preparação da base onde será fixado. A expectativa é de adquirir outros três silos, que permitiriam atingir - juntos - uma armazenagem de 280 mil litros.

# Caldeira: com a compra, a Coopar passará a contar com duas caldeiras, já que a mais antiga está desativada.

* Valor total: aproximadamente R$ 1,2 milhão

Suporte ao associado
# Sanidade melhor e preço: o produtor que obtém os laudos de sanidade animal, livre da brucelose e da tuberculose, recebe incremento no valor pago pelo litro. É um acréscimo que, ao longo do ano, com o volume de litros comercializados, ajuda a suprir investimentos com os cuidados do próprio rebanho.

# Melhoramento genético: a Coopar também aposta no melhoramento genético. Os produtores recebem sêmen como bonificação para inseminação dos animais. A média de produção também é avaliada na hora de decidir o investimento.

# Duas unidades para secagem e armazenagem de grãos: a estrutura ajuda na negociação de preços melhores, já que com a possibilidade de estocar a produção, os agricultores podem aguardar o melhor momento de vender os grãos; em geral soja, milho e feijão preto. Não raro, os compradores são os próprios associados, principalmente com relação ao milho, utilizado na alimentação dos animais. Cada uma das unidades tem capacidade para nove mil toneladas.

# Posto de combustíveis: duas unidades instaladas no interior, nas localidades de Boa Vista - próximo à indústria matriz - e de Picada Boa Esperança, trazem benefícios aos associados, principalmente no quesito logística, já que nas proximidades não existem outros postos. Os preços não são diferenciados aos associados, mas costumam ser competitivos à clientela em geral.

# Orientação técnica: o repasse de fertilizantes e de sementes para o plantio de pastagens também faz parte do suporte disponibilizado pela Coopar. Além, claro, de assistência de médico veterinário.

Braços para além da região
# Taquara: os leites UHT integral e desnatado são industrializados em Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e voltam para comercialização na Zona Sul. A matéria-prima, entretanto, é da região.

# Teutônia: o soro é vendido para a cidade de Teutônia, na região Central do Estado. Com uma única cartada, a Cooperativa coloca valor comercial no resíduo e ainda evita de ter de investir em um sistema para destinação correta do material, conforme a legislação ambiental - explica o gerente de Laticínios, Fábio Bender. Em Teutônia, o soro transforma-se em composição láctea e ainda ganha a versão em pó.

O início
A Coopar abriu as portas em 30 de maio de 1992, fruto da iniciativa de 40 agricultores. Na época eram os negócios com batata inglesa que motivavam o grupo, mas, com o produto altamente perecível e o mercado restrito, era preciso ampliar as alternativas. Milho, feijão e soja, por exemplo, entraram para a lista de possibilidades a comercializar. Já o leite, que atualmente equivale a 50% do faturamento, passou a ser captado em 2001 e, rápido, se transformou em matéria-prima a uma lista que hoje chega a nove produtos da linha Pomerano Alimentos.  (Diário Popular-Pelotas/RS)

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