Reconhecidas por sua beleza cênica e valor ornamental, as epífitas também são importantes indicadores ecológicos. Isso porque a sobrevivência destas plantas depende da presença de elementos encontrados em ambientes conservados, como umidade, sombra e substrato arbóreo. Visando preservar a diversidade destas e outras espécies da flora nativa da região das obras de duplicação da BR-116/RS, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por meio da Gestão Ambiental (STE S.A.), executa ações de resgate e monitoramento nos nove lotes do empreendimento.
Epífitas são plantas que habitam árvores sem parasitá-las. Ou seja, elas não prejudicam as suas hospedeiras, apenas as utilizam como suporte para obter luz, umidade e nutrição. Nas áreas próximas à BR-116/RS são encontradas espécies de bromélias, orquídeas e cactos. Entre elas destacam-se os indivíduos das famílias Orchidaceae, Bromeliaceae e Cactaceae. Recebem atenção especial as que são citadas no Plano Básico Ambiental (PBA) do empreendimento: Aechmea calyculata (bromélia), Billbergia nutans (bilbergia) e Tillandsia geminiflora (cravo-do-mato).
A remoção e o transporte das epífitas são efetuados manualmente e com cuidado para não causar danos ao vegetal, enquanto ocorrem as atividades de supressão da vegetação na obra. A engenheira florestal da Gestão Ambiental, Aline Ceolin, explica que a realocação ocorre em local previamente selecionado, onde as epífitas são amarradas em caules de casca rugosa para facilitar a fixação. Para a definição das áreas, informa Aline, observa-se se o ambiente florestal é compatível ao requisitado pelas espécies. As plantas são então georreferenciadas e monitoradas periodicamente durante três anos. O sucesso do procedimento é verificado através da frutificação e floração dos indivíduos no novo destino. Desde o início das atividades do Programa de Monitoramento e Conservação da Flora, a equipe realocou 761 exemplares, sendo que 60% destes estão vivos e adaptados.
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