O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) usou a tribuna da Câmara Federal nessa quinta-feira (24/08) para criticar qualquer tentativa de retorno do financiamento empresarial nas campanhas eleitorais. Para ele, uma das principais causas da crise política que estamos vivendo é que a democracia foi movida a muito dinheiro ao longo das últimas décadas, financiada por grandes empresas, com interesses privados.
“Precisamos reduzir os custos de campanha, estabelecendo um teto de gastos e um fundo público com valor reduzido, além de pequenas doações de pessoas físicas para evitar o abuso do poder econômico. Devemos combater o argumento demagógico de que o dinheiro do fundo eleitoral seria deslocado da saúde, por exemplo. Na verdade, o que tira dinheiro da saúde são as redes de corrupção, são os privilégios tributários, é a renegociação da dívida dos ruralistas, que levou R$ 10 bilhões de uma tacada só! Isto é que tem que terminar!”, declarou o parlamentar gaúcho.
Henrique Fontana afirmou que não devemos substituir o abuso do poder econômico das empresas pelo das pessoas físicas mais ricas, e que um financiamento democrático e republicano seria a mescla do financiamento de pequenos valores de pessoas físicas e um fundo partidário com valores baixos.
Sistema eleitoral
Novamente, o deputado condenou o chamado distritão e defendeu que a Câmara deve aprovar o sistema distrital misto usado na Alemanha, que é 100% proporcional. Por que ele é o caminho? Fontana explica que, neste sistema, o eleitor escolhe o partido, portanto um programa de governo, no primeiro voto. Depois, em um segundo voto, decide por um candidato da região onde mora.
Agora, se o Congresso não conseguir votar as principais alterações necessárias ao sistema político brasileiro, Henrique Fontana defende que a população eleja uma Constituinte Exclusiva para a reforma política.
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