sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Carnaval - Liga Espírita Pelotense

01 – Como poderíamos situar o Carnaval?
Embora a origem do Carnaval esteja nas antigas festividades do paganismo romano, sempre me pareceu uma festa de índio.  Os foliões renunciam, momentaneamente, às conquistas da civilização e retornam à taba.  É gente pulando inconsequentemente, emitindo sons que, eventualmente, lembram música.  Só falta a fogueira no centro do salão.
02 – Mas não são horas preciosas de espairecimento, em que as tensões acumuladas esvaem-se ante a alegria contagiante dos corações?
Diríamos mais apropriadamente alegria do álcool e das drogas, que correm soltos nos salões de momo.  Há um clima de “liberou geral”, como costuma dizer a moçada.
03 – É tão grave assim?
Basta ler o noticiário policial desses dias.  Sobem os índices de crimes e acidentes, que não podem ser debitados a resgates cármicos.  São meros frutos da imprudência gerada pelo entorpecimento dos sentidos e pela razão desdenhada.  E há outro problema: os ambientes carnavalescos estão repletos de espíritos desajustados e viciosos.  Frequentemente, processos obsessivos têm ali o seu início.
04 – Mas a questão sintonia?  Se participo de um festejo carnavalesco, sem fazer uso de bebidas ou drogas, conservando o equilíbrio interior, o pensamento elevado, serei afetado?
Poderia, também, para maior garantia , entrar no salão com o evangelho na mão... Considere, entretanto, que com semelhante disposição dificilmente encontraria prazer no carnaval, que pede, fundamentalmente, o clima da taba.
05 – Essa condenação do Carnaval não exprime uma atitude preconceituosa, que nega a liberdade de consciência preconizada pela doutrina espírita?
Liberdade não é sinônimo de inconsequência ou indisciplina.  A doutrina espírita não interfere em nosso livre-arbítrio, mas lembra, com o apóstolo Paulo de Tarso, que todas as coisas nos são lícitas, mas nem todas as coisas nos convém.
06 – Como agir em relação a familiares, filhos por exemplo, que apreciam o Carnaval?  Devemos proibir?
O fruto proibido é o mais desejado.  Melhor exaltar outros valores, trazendo Jesus para o nosso cotidiano, em conversas e estudos, particularmente com a instituição do culto do evangelho no lar, uma reunião em família, onde estudamos a boa nova à luz do espiritismo, em bate-papo descontraído.  A partir desse empenho haverá uma alteração natural do comportamento do grupo familiar, com a tendência de se privilegiar o que é útil, proveitoso, edificante...
07 – Uma mudança de motivação?
Essa é a palavra chave: motivação, a definir os rumos de nossa vida.  Aquele que aprecia o Carnaval é livre para desenvolver suas próprias iniciativas, no melhor espírito da doutrina.  Vibra, aguarda ansiosamente os festejos.  Mas, na medida em que se ajuste aos padrões do evangelho, fatalmente pensará deferente.
08 – Buscará um retiro espiritual?
Seria uma opção.  Mas há outras mais interessantes: A pintura do centro espírita, o socorro a necessitados, a construção de moradias para desabrigados, o atendimento de enfermos, a instalação de serviços numa favela...  Há imensas possibilidades a serem consideradas para um aproveitamento desses dias de folga que o Carnaval enseja, em mutirões envolvendo pessoas interessadas em servir.  Essas iniciativas lhes permitirão, de uma forma muito mais eficiente, superar tensões, sem os riscos da inconsequência, e desfrutar de alegria autêntica, sem dramas de consciência nem ressacas na quarta-feira.
Fonte: Richard Simonetti – Escritor, articulista e palestrante espírita 

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem tudo me convém; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas edificam” Apóstolo Paulo de Tarso 

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