quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Diário Popular destaca IDHM de São Lourenço do Sul

Reportagem da jornalista Daiane Santos, na edição desta quinta-feira (10) do jornal Diário Popular, destaca o Índice de Desenvolvimento Econômico Municipal (IDHM) do município. Confira as informações:
Reprodução

Com o quarto PIB da região, São Lourenço do Sul avançou seu Índice de Desenvolvimento Econômico Municipal (IDHM) em dez anos e quase dobrou, no mesmo período, sua renda per capita

À primeira vista, São Lourenço do Sul parece uma pacata cidade do interior, mas a aparente tranquilidade esconde um município em franco desenvolvimento. Atualmente, o Produto Interno Bruto (PIB) do município é o quarto maior da Zona Sul, atrás de Pelotas, Rio Grande e Canguçu. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) saltou 0,493 em 1991 para 0,687 em 2010, o que representa taxa de crescimento de 46,48%. No mesmo período, a renda per capita passou dos R$ 374,16 para R$ 713,88, elevação de 90,80%. Hoje, comércio e serviços representam 57,8% do PIB municipal, seguidos por agropecuária, com 27,4%, e indústria, cuja fatia é de 10,2%.

Para o bom desempenho do setor terciário, pesa o sucesso turístico de São Lourenço do Sul, conhecido pelas belas praias à beira da Lagoa dos Patos e pelo Caminho Pomerano, uma viagem aos anos iniciais do processo de colonização pomerana na região. Hoje, o turismo sozinho é responsável por 18% do PIB municipal. Só no verão, a população do município dobra, chegando a 70 mil, e a economia recebe um incremento de R$ 45 milhões. O desafio é garantir o fluxo de visitantes no ano inteiro e, para isso, a prefeitura iniciou no começo de agosto a construção do Centro de Convenções Municipal. Orçado em R$ 8 milhões, o espaço destinado a eventos terá restaurantes e atrações turísticas.

Conforme o prefeito José Daniel Raupp Martins (PT), São Lourenço do Sul - localizado a 70 quilômetros de Pelotas - vem acompanhando o crescimento observado na Zona Sul há mais de dez anos, processo que ganhou força após a enchente de 2011. “A tragédia de 2011 acabou unindo a comunidade e fazendo com que todos trabalhassem juntos pela recuperação da cidade.” Na madrugada do dia 10 de março de 2011, uma enxurrada atingiu o município, deixando 60% da cidade alagada. Na época, 15 mil lourencianos tiveram de deixar suas casas e oito pessoas perderam a vida. Além disso, ruas e casas foram destruídas, pontes foram derrubadas e pelo menos duas mil pessoas ficaram desalojadas.

Empregos
Dentre os 497 municípios gaúchos, São Lourenço do Sul ocupa o 58º lugar no ranking do emprego no Estado. Essa, aliás, é a principal queixa da população que, fora as poucas vagas de trabalho, considera o município o lugar ideal para se viver. “Saio de casa tranquilo, pois sei que ninguém vai mexer em nada”, garante o motorista Jones Soares, 34, enquanto observa o filho Jones, de três anos, brincar em uma das pracinhas da Praia da Barrinha. Segundo ele, só o que pesa para quem vive em São Lourenço é a escassez de oportunidades, no que é apoiado pelo pescador Maurício Lopes Oliveira, 56.

Em plena época de defeso, tudo o que Oliveira pode fazer é olhar a lagoa, ansioso por sair a pescar. Sócio em um barco, ele é testemunha dos tempos difíceis enfrentados por quem depende do peixe para viver e gostaria de ter outras opções de renda. “Arrumar trabalho não anda fácil e também nem posso, porque perco minha licença. O jeito é esperar liberar e rezar para que nesse ano seja diferente.” Para quem vive no campo a situação está um pouco melhor se comparada há alguns anos. Que o diga o agricultor aposentado Osvaldo Contreira, 72. Atualmente ele mora na cidade, mas ainda lembra os tempos difíceis na agricultura. “Hoje tem de tudo no campo e meus amigos estão todos bem, graças a Deus.”

Futuro
Apesar da crise econômica vivida pelo país, São Lourenço do Sul continua crescendo, muito devido ao bom momento vivido pela zona rural, formada, em sua maioria, por agricultores familiares. De acordo com o prefeito, mais de 40% da população vive no campo, o que exige muito investimento dado o tamanho do município. Além disso, os recentes atrasos nos repasses à Saúde por parte do Estado acabaram impactando no orçamento da prefeitura - R$ 142 milhões para 2015 - fazendo com que recursos do município precisem ser realocados à Saúde. “Isso atrapalha investimentos em outras áreas, mas estamos conseguindo cumprir com os compromissos assumidos.”
Neste cenário, devem pesar a favor a construção do novo distrito industrial e os investimentos em educação promovidos pela prefeitura. A criação de um polo da Universidade Federal de Rio Grande (Furg) no município, com a instalação de cinco cursos presenciais - sem contar a formação a distância -, promete garantir a permanência dos talentos lourencianos no município. A prefeitura, através da Secretaria de Educação, Cultura e Desporto, também está investindo na capacitação dos professores da rede municipal de ensino e na melhoria da infraestrutura das escolas. “Sabemos que para melhorar a educação, precisamos de professionais motivados”, considera a secretária Fernanda Bork.

Pós-enchente
Após a enchente de 2011, a prefeitura resolveu atacar o problema de frente e investir em obras de saneamento e drenagem do município. O objetivo é prevenir novas tragédias e impedir o avanço das águas sobre a zona urbana, principalmente as que descem da Serra dos Tapes. Para isso, mais de R$ 11 milhões serão investidos, com recursos da União e do próprio município. “Obras de saneamento quase sempre causam alguns transtornos à população e aqui não está sendo diferente, mas o resultado vai ser muito bom para todos”, garante a secretária de Planejamento e Meio Ambiente, Andrea Citrini.

Participação
Há alguns anos, São Lourenço do Sul vem usando a Consulta Popular - modelo adotado também pelo Estado - para definir os investimentos a serem realizados no município. Através desse processo, a comunidade escolhe as prioridades de cada região e ajuda a prefeitura a definir o orçamento do ano seguinte e onde os recursos serão aplicados. “Antes acontecia de fazermos uma obra e esta não ser a necessidade da localidade. Hoje, aplicamos no que a população quer e tem dado muito certo”, afirma o prefeito Daniel Raupp.

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