Moradores de São Lourenço do Sul, cidade de 50 mil habitantes no Sul do Rio Grande do Sul, se diziam revoltados com a denúncia de um esquema para furar a fila de espera por atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O caso foi revelado em reportagem exibida no último domingo (9) no Fantástico.
A pensionista Leci de Souza é um exemplo. Ela espera na fila, sem trapaças com o esquema, e reclama da demora para atendimento. "Já estão prontos meus exames, tudo para a minha cirurgia, mas até agora não me chamaram. Tinham 20 (pessoas) na minha frente, já faz tempo", lamenta.
Frentista de um posto de gasolina foi flagrado negociando exames de imagem pelo SUS.
O esquema acontecia em um posto de gasolina, onde o frentista Altair Fonseca, conhecido como Caco do Posto, candidato a vereador não eleito pelo PDT, negociava por R$ 50 exames de imagem pelo SUS sem passar pela fila do sistema.
Nas imagens mostradas pela reportagem do Fantástico, ele diz que a fraude é operada pelo deputado federal Giovani Cherini (PR) e por um auxiliar dele.
O responsável por buscar os pacientes era Martinho Brum. Como assessor de Cherini, ele ganha R$ 3,7 mil de salário e mais R$ 900 de auxílios. Em maio de 2007, ele foi demitido da Casa Civil do governo do estado, onde era cargo de confiança, porque não aparecia ao trabalho. Era conhecido por conseguir exames pelo SUS na capital em tempo recorde, para pacientes vindos do interior, e foi contratado por Cherini.
"Faz três anos que eu venho fazendo isso para o deputado Cherini. Se amanhã ou depois der uma zebra, ele pode ser até cassado por causa disso daí", disse Caco do Posto, sem saber que estava sendo gravado.
Na cidade onde o esquema foi revelado, o tema tomou conta do debate popular onde a notícia foi recebida com surpresa e indignação. “Nunca imaginei que poderia acontecer aqui, mas o que podemos fazer?”, indaga a agricultora Lia Mara, também moradora de São Lourenço do Sul.
Em outras cidades
Novas revelações apontam ainda que um "representante" do deputado federal Giovani Cherini (PR-RS) diz que o esquema pode estar acontecendo em várias cidades do Rio Grande do Sul. Sem saber que a conversa com o repórter estava sendo gravada, Sidenei Gehling admite participação no esquema e cogita que a mesma prática aconteça em outros lugares.
Nas redes sociais, Gehling se diz representante de Cherini e aparece numa foto ao lado do frentista no escritório do deputado em Porto Alegre. No esquema, ele atuava como intermediário entre o frentista e o assessor do político, Martinho Brum – que levava os pacientes para os exames.
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