O Ministério Público do Rio de Janeiro apontou o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) como chefe de uma organização criminosa que lavava dinheiro e desviava dinheiro público. O MP diz que “as provas permitem vislumbrar que existiu uma organização criminosa com alto grau de permanência e estabilidade, entre 2007 e 2018, destinada à prática de desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro”.
Flávio, o policial militar aposentado Fabrício Queiroz e outros ex-assessores de seu gabinete foram alvo de uma operação de busca e apreensão na quarta. Agentes estiveram na loja de chocolates do senador.
Ele é dono de 50% de uma franquia da Kopenhagen desde janeiro de 2015. A empresa é citada em um relatório do antigo Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) que descreve oito transferências que somam R$ 120 mil dela para o senador entre agosto de 2017 e janeiro de 2018.
O relatório do Coaf é do ano passado. A empresa também teve sigilo bancário e fiscal quebrado pela Justiça em abril deste ano.
O novo habeas corpus no STF é contra uma decisão de junho do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que negou a suspensão da investigação no Rio. O pedido está sob sigilo.
Ao STJ, a defesa de Flávio havia alegado que, com os relatórios do Coaf, hoje chamado de UIF (Unidade de Inteligência Financeira), os promotores fizeram uma verdadeira devassa, quebrando o sigilo bancário sem autorização judicial prévia.
A defesa sustentou também que a decisão da Justiça do Rio de quebrar seus sigilos fiscal e bancário, neste ano, não foi devidamente fundamentada. O ministro do STJ Félix Fischer, contudo, negou o habeas corpus.
A investigação sobre Flávio ficou cerca de quatro meses parada por causa de uma decisão do presidente do Supremo, Dias Toffoli, de julho. Atendendo a um pedido do senador, Toffoli suspendeu todas as investigações e ações penais do país que usaram dados do antigo Coaf e da Receita Federal sem ordem judicial prévia.
A decisão de Toffoli foi revogada pelo plenário do tribunal no início deste mês, possibilitando que a apuração sobre a "rachadinha" voltasse a tramitar. A prática consiste em exigir de funcionários do gabinete que devolvam ao parlamentar ou a alguém de sua confiança parte dos salários, o que configura desvio de dinheiro público. (Yahoo)
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