O mês de abril não trouxe resultados positivos para as vendas do varejo gaúcho. De acordo com levantamento efetuado pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do sul - FCDL-RS, ocorreu uma queda de 12,25% na comparação com o mesmo mês de 2015. Para a entidade associativista, o resultado está muito ligado as já "tradicionais" causas da conjuntura econômica brasileira e gaúcha dos últimos meses, como juros elevados e alta de impostos, no caso específico do Rio Grande do Sul, o aumento do ICMS. Outro fator que gerou a queda esteve ligado ao ambiente político vivido em abril, quando a Câmara dos Deputados votou a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Mesmo com um resultado negativo, a FCDL-RS avalia que a queda do consumo no estado está chegando ao seu limite. De acordo com o presidente da entidade, Vitor Augusto Koch, um dos fatores que indica este início de reversão de expectativa é o nível de emprego do varejo, cuja perda de postos de trabalho está sendo diminuída a cada novo mês de 2016. Abril trouxe a diminuição de 909 vagas, número bem menos ruim do que o registrado no mesmo período de 2015, que foi 1.490.
- É cada vez mais visível a necessidade de recuperação econômica do nosso país e do nosso estado. A FCDL-RS, inclusive, promove a campanha Salve o Brasil, onde defende bandeiras como menos impostos e mais investimento governamental em gestão de qualidade com responsabilidade orçamentária e promoção da livre iniciativa, com forte apoio aos empresários, pois eles são geradores de renda e de emprego. A elevação do consumo depende de fatores como estes e a FCDL-RS os defende ferrenhamente - ressalta Vitor Koch.
Ainda que as vendas tenham sofrido queda em abril, o destaque positivo entre os ramos do varejo ficou para o setor de móveis, cujas lojas registraram o segundo mês consecutivo de crescimento da comercialização de produtos, quase 4% na comparação com o mesmo período de 2015. Para a FCDL-RS, tal recuperação está provavelmente associada à adaptação dos lojistas à nova realidade de mercado, com mudança de mix de produtos e uso de crediário próprio.
Por outro lado, os estabelecimentos farmacêuticos, que vinham conseguindo se manter imunes à queda do consumo na maior parte do tempo nos últimos meses, apuraram queda de 3,08% das vendas, o que deve estar associado à insegurança do ambiente político nacional afetando diretamente as decisões de consumo.
Em relação aos demais gêneros do varejo, ainda é marcante o impacto da alta do ICMS gaúcho em alguns segmentos, como o de combustíveis, com queda de 22,14% diante de abril de 2015, além do efeito dos juros demasiadamente elevados dos bancos e cartões de crédito. Os ramos do comércio mais ligados a tais tipos de crédito são aqueles com maior queda das vendas. Já os segmentos com maior incidência de vendas à vista, como supermercados, e que utilizam crediário próprio, tem verificado retrações bem mais moderadas.
Para os próximos meses espera-se o início do processo de reversão das vendas no varejo gaúcho, especialmente a partir dos estabelecimentos relacionados a artigos do vestuário e calçados, por conta da significativa queda da temperatura no estado em junho
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