Três dias após cerca de 400 famílias Sem Terra ocuparem a Fazenda Sol Agrícola, em São Lourenço do Sul, na região Sul do Rio Grande do Sul, a justiça do município determinou a reintegração de posse da área e estabeleceu um prazo de 24 horas para os trabalhadores deixarem o local.
Como forma de resistência na luta pela terra, as famílias optaram por resistir ao despejo e continuar acampadas na fazenda. “Não vamos sair, vamos permanecer nessa área que está improdutiva e nas mãos do capital estrangeiro”, disse Ainda Teixeira, da coordenação estadual do MST.
O prazo para os Sem Terra deixarem o local era até às 18 horas desta quinta-feira (22).
A fazenda Sol Agrícola tem aproximadamente 750 hectares e é considerada improdutiva pelos Sem Terra. Na tarde de ontem, as famílias iniciaram a produção de alimentos, como milho e mandioca, no local. E pretendem continuar o plantio na área amanhã.
Até que o problema da falta de terra das famílias seja resolvido à intenção é tornar o latifúndio produtivo, com a produção de alimentos saudáveis.
Latifundiário estrangeiro
Há indícios de que fazenda é de propriedade de um fazendeiro chinês, que comprou a área com investimentos de um fundo de pensão da China, em 2008 e não investiu mais no local, que se encontra improdutivo.
Com a ocupação o MST denuncia a estrangeirização das terras brasileiras, a partir da compra de fazendas por proprietários estrangeiros. O que coloca em risco a soberania nacional.
Os Sem Terra também exigem do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a desapropriação do latifúndio para fins de assentamento das famílias acampadas no local.
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