As cerca de 400 famílias Sem Terra que ocupam desde a última segunda-feira (19) a Fazenda Sol Agrícola, em São Lourenço do Sul, na região Sul do Rio Grande do Sul, iniciaram nesta quarta-feira (21) a produção de alimentos no local.
As famílias pretendem plantar na área mais de 30 quilos de milho e 500 mudas de rama de mandioca, além de feijão.
“Com a produção queremos mostrar à sociedade que reivindicamos terra para poder viver e produzir. Podemos até não colher o que estamos plantando hoje, mas alguém fará e saberá que essas terras que não estavam produzindo podem gerar alimentos saudáveis”, explica Aida Teixeira, da coordenação estadual do MST.
A justiça determinou ontem (21) a reintegração de posse da fazenda, mas os Sem Terra seguem acampados, resistindo no local e aguardam uma solução por parte do governo estadual e federal para o assentamento das famílias acampadas no estado.
A fazenda Sol Agrícola possui aproximadamente 750 hectares e está localizado a 201 quilômetros de Porto Alegre (RS).
Latifundiário estrangeiro
De acordo com os Sem Terra, a fazenda é de propriedade de um fazendeiro chinês, que comprou a área com investimentos de um fundo de pensão da China em 2008 e não investiu mais no local, que se encontra improdutivo.
Com a ocupação o MST denuncia a estrangeirização das terras brasileiras, a partir da compra dessas áreas por proprietários estrangeiros. O que coloca em risco a soberania nacional.
Os Sem Terra também exigem do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a desapropriação do latifúndio para fins de assentamento das famílias acampadas no local.
O latifúndio tem capacidade para assentar mais de 50 famílias e não há previsão para os acampados deixarem o local. “A nossa luta é de resistência e, como a área é improdutiva, vamos permanecer aqui e produzir alimentos para a população”, declara Paulo Machado, da coordenação estadual do MST.
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