sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Regularização de empresas na crise

Lazar Halfon, CEO da HSA Soluções em Finanças, empresa sediada em Curitiba-PR, especializada em reestruturação de dívidas e recuperação judicial revela que em tempos de crise econômica, muitas empresas não conseguem honrar seus compromissos financeiros como deveriam e gostariam, o que causa muita preocupação aos empresários e gera muitas dúvidas sobre como proceder no momento em que já se pode renegociar o pagamento. 

Segundo Halfon, o problema está no setores que mais empregam e dependem do consumo interno, como a construção civil,  a indústria metal-mecânica e a indústria automobilística. Isso gera um efeito dominó, porque cai a atividade, aumenta o desemprego e a população acaba consumindo menos.
Na prática, o que vem ocorrendo é que as instituições financeiras carimbam esses setores – e outros que elas consideram de maior risco – na hora de conceder crédito. É o caso do setor de transporte público, no qual os empresários não têm como administrar custos nem receitas.

Halfon mostra os sete passos a serem seguidos para regularizar a situação de empresas:

1- O devedor nunca deve perder sua soberania: não aceitar regras impostas pelo credor, a decisão sobre a forma de pagar dívidas está condicionada à capacidade financeira da empresa e não à condição imposta pelo credor.

2- Tenha calma e firmeza na hora de adicionar garantias: só faça trocas justas. Se der ou aumentar garantias, deve haver uma relação de troca justa, com redução substancial de juros e dilação de prazo de acordo com as necessidades do devedor.

3- Renegociação deve sempre ser definitiva: caso contrário, o devedor perde totalmente sua credibilidade. É melhor ter o desgaste inicial do que descumprir o acordo em pouco tempo.

4- É melhor entregar logo o ativo ao credor, fazendo a chamada dação em pagamento: às vezes é melhor entregar um ativo ao credor do que dá-lo em garantia, pois com o tempo o valor do ativo deprecia e o da divida sobe.

5- Não trate a renegociação de dívida de forma intuitiva ou emocional: não adianta tentar resolver o problema na base do relacionamento com o credor – é preciso solucionar a situação de forma profissional.

6- Seja conservador nos prazos que negociar: depois de analisar seu fluxo de caixa, avalie meticulosamente o prazo em que pode pagar a dívida e negocie um prazo bem maior. Com isso, não corre o risco de haver um imprevisto e você ficar novamente inadimplente.

7- Por fim, leia atentamente Maquiavel: “Faça todo o mal de uma única vez, e o bem aos poucos”.

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