Segundo o relatório promovido por Project Management Institute (PMI), essas tendências vão remodelar o futuro do trabalho no Brasil e no mundo, guiando profissionais nas jornadas de recuperação econômica e social
Empresas e profissionais com visão de futuro sabem que a transformação digital e a execução ágil são abordagens essenciais para que os negócios prosperem em um ambiente de incertezas e mudanças contínuas, a pandemia do Covid-19 nos mostrou que pode impactar rapidamente o bem-estar social e a estabilidade econômica ao redor do mundo.
Pensando nisso, o Project Management Institute -- associação profissional líder mundial em gerenciamento de projetos -- divulga seu relatório Megatendências 2022 com as seis tendências econômicas, demográficas e sociais que vão pautar grandes transformações no Brasil e aponta como o ESG influencia na realidade das empresas.
Cada vez mais, o futuro do trabalho no Brasil se torna projetado, ou seja, as habilidades baseadas em projetos se tornam fundamentais para ajudar profissionais a transformar ideias em realidade e superar desafios complexos. “Nosso relatório Megatendências 2022 ajuda a nossa comunidade de profissionais de projetos no Brasil a entender as tendências que remodelam o futuro do país em sua jornada de recuperação econômica e social pós-pandemia”, comenta Ricardo Triana, diretor-geral do PMI na América Latina.
As seis megatendências são:
1. Disrupção digital
O impacto do Covid-19 acelerou a disrupção digital, com as organizações adotando rapidamente tecnologias como computação em nuvem, Internet das coisas (IoT) e inteligência artificial (IA) que foram implementadas para melhorar a experiência do cliente, aumentar a eficiência dos funcionários e melhorar os resultados do projeto.
As empresas também correram para trazer novas ofertas digitais para o mercado. De acordo com a McKinsey, a taxa na qual as empresas introduziram produtos e serviços de natureza digital avançou sete anos em todo o mundo. Os resultados variam de acordo com o setor, com os aumentos mais significativos ocorrendo nos serviços de saúde e farmacêuticos, financeiros e profissionais.
Até 2026, a adoção de tecnologias digitais avançadas, como inteligência artificial será de 49%, Internet das coisas (37%), blockchain (35%), realidade virtual/aumentada/mista (35%) e, finalmente, tecnologia de reconhecimento voz/facial (33%).
2. Crise climática
A consciência da crise climática é predominante na sociedade, mas a ação tem sido lenta. Na verdade, apenas um quinto das maiores empresas do mundo estabeleceram metas de zero emissões líquidas. As práticas de sustentabilidade precisarão ser incorporadas a cada projeto e processo se quisermos neutralizar os efeitos mais prejudiciais do aquecimento global.
Um maior investimento em projetos de sustentabilidade é imperativo, especialmente em indústrias que produzem a maior parte das emissões, como produção de energia e transportes.
3. Mudanças demográficas
Taxas de fertilidade em declínio, no Brasil a taxa é de 1,72 nascimentos por mulher (2019), e uma porcentagem crescente de trabalhadores que estão envelhecendo fora da força de trabalho, levarão as organizações a encontrar novas maneiras de aliviar a escassez de trabalhadores e fechar a lacuna de talentos. Até 2030, a economia global precisará de 25 milhões de novos profissionais de projetos. Implementar políticas equitativas e inclusivas para apoiar funcionários com diversas idades e atrair funcionários mais jovens é uma das ações para reter talentos em uma empresa, confira outras cinco sugeridas por PMI:
4. Mudanças econômicas
Expuseram vulnerabilidades desastrosas da cadeia de suprimentos e retrocessos da globalização.
A reconstrução das cadeias de suprimentos domésticas é difícil e lenta, mas a globalização permanece em níveis historicamente altos. Com as estratégias certas em vigor, as empresas podem mitigar os riscos da cadeia de suprimentos global e facilitar a colaboração internacional.
Estrategicamente, a pandemia da COVID-19 revelou a gravidade da dependência mundial de suprimentos e bens de consumo de alguns países. De acordo com Marcos Lopez Rego, professor da IAG Business School, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pesquisador sênior do Instituto de Pesquisas da Marinha do Brasil, para combater essa dependência, decisões políticas estratégicas precisarão ser implementadas.
5. Escassez global de mão de obra
Exacerbada pela pandemia do Covid-19 e pela Grande Demissão, a escassez de mão de obra está abalando o local de trabalho de novas maneiras que fazem os líderes organizacionais questionarem como podem reter e atrair talentos.
Essa escassez histórica de mão de obra é ainda mais complicada pela marginalização desproporcional das mulheres, uma situação exacerbada pelas desigualdades nos papéis de cuidador e nas oportunidades. No início da pandemia, setores da força de trabalho com empregos ocupados principalmente por mulheres, como o setor de hospitalidade, estavam mais em risco.
Na América Latina, pesquisas constataram que a pandemia interrompeu o progresso que a região havia feito anteriormente em relação à igualdade de gênero na força de trabalho, com 12 milhões de mulheres deixando a força de trabalho regional devido à eliminação de empregos. Mesmo que as empresas busquem ativamente funcionários, muitas mulheres estão com problemas para retomar ou iniciar novas carreiras. As taxas de desemprego entre mulheres negras e latinas superam o número geral de mulheres.
As organizações precisarão criar uma cultura de retenção bem-sucedida, alinhar-se a iniciativas de impacto social, entender a importância do equilíbrio entre vida profissional e pessoal e fornecer maior reconhecimento às contribuições dos funcionários.
6. Movimentos civis, cívicos e de igualdade
Os protestos sociais continuam e devem durar como impulsionadores do aumento da agitação social. Isso está causando um desejo crescente entre as empresas de estabelecer mudanças e colaboração reais em resposta aos movimentos civis, cívicos e de igualdade, incluindo programas de verdadeira diversidade, equidade e inclusão que dão a todos a mesma oportunidade de contribuir e crescer.
Embora numerosos estudos recentes tenham mostrado a importância da EDI (Equidade, Diversidade e Inclusão) para o sucesso dos negócios, as mulheres e as minorias étnicas continuam sendo mal pagas e sub-representadas nos níveis corporativos.
Apesar dos desafios, o trabalho remoto tem sido um grande nivelador para pessoas sujeitas a preconceitos no local de trabalho. Muitas mulheres negras estão relutantes em voltar ao escritório, de acordo com um artigo recente do The New York Times. O trabalho remoto aliviou o estresse de trabalhar em espaços de trabalho predominantemente ocupados por brancos e reduziu a exposição a micro agressões e discriminação. Uma pesquisa do Future Forum em 2021, com mais de 10.000 profissionais do conhecimento nos EUA, Austrália, França, Alemanha, Japão e Reino Unido descobriu que os homens negros relataram uma melhor experiência do colaborador enquanto trabalhavam em casa.
“A necessidade de transformação é iminente, e indivíduos e organizações devem ajustar as habilidades que impulsionam a mudança”, comenta DePrisco. “No ambiente dinâmico de hoje, eles devem usar um conjunto de ferramentas robusto de recursos para cultivar novas formas de trabalhar e liderar suas equipes”.
O relatório completo das Megatendências 2022 está disponível em
PMI.
Nenhum comentário:
Postar um comentário