Foto: Leandro Molina
A Brigada Militar estipulou que as 400 famílias Sem Terra que ocupam a fazenda Sol Agrícola, em São Lourenço do Sul, na região Sul do Rio Grande do Sul, deixem o local até às 15 horas desta quarta-feira (04).
Conforme o comando regional, o prazo de desocupação atende a reintegração de posse determinada pela justiça do município no último dia 21. Porém, as famílias aguardam o posicionamento da justiça sobre o pedido do MST para prorrogar o prazo de permanência no local.
“Caso os Sem Terra não saiam de maneira pacífica, estamos preparados para realizar o despejo”, disse o coronel Eliseu Vedana, do comando regional, em reunião intermediada pelo deputado estadual Edegar Pretto (PT) entre MST e Brigada Militar nesta terça-feira (03), no município.
Na mesma reunião, representantes do MST, Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/RS), discutiram as possibilidades de desapropriação da área, de propriedade estrangeira de um fazendeiro chinês.
De acordo com deputado, se comprovada a improdutividade, conforme alegação dos Sem Terra, há possibilidade da fazenda ser desapropriada para o assentamento de famílias acampadas no estado.
“São famílias sem terra que querem uma área para morar com dignidade e produzir alimentos saudáveis”, argumenta Edegar Pretto.
O superintendente regional do Incra/RS, Roberto Ramos, anunciou que nos próximos dias o proprietário da fazenda Sol Agrícola será notificado sobre a vistoria do latifúndio e o interesse do Instituto em comprar a fazenda. A partir da notificação o proprietário pode expressar interesse em vendê-la. Além disso, Ramos se comprometeu a vistoriar outras áreas que podem ser destinadas à reforma agrária.
Já o diretor do departamento de Desenvolvimento Agrário da SRD, Ricardo Nuncio, afirmou que será realizada uma reunião do Governo do Estado com as secretarias de Minas e Energia e de Agricultura, para tratar sobre a desapropriação de áreas, como da Companhia Nacional de Silos e Armazém (Cesa), em Vitória dos Palmares e Cruz Alta, e da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), em Passo Fundo, para fins de reforma agrária.
“O movimento acredita que, se há interesse do Governo do Estado em se desfazer destas áreas ociosas, que sejam vendidas para fins de reforma agrária, e não para empresas privadas”, avalia Adelar Pretto, dirigente estadual do MST.
Latifúndio improdutivo
Ao todo, 400 famílias Sem Terra estão acampadas na fazenda, que possui cerca de 750 hectares, desde o dia 19 de outubro. O latifúndio, considerada improdutiva pelo MST, foi adquirido por um fazendeiro chinês que comprou a área com investimentos de um fundo de pensão da China em 2008 e não investiu mais no local. (MST)
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