quinta-feira, 28 de julho de 2016

Incerteza do cenário político segue afetando vendas do varejo gaúcho

Termômetro do Varejo: Balanço econômico da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul - FCDL-RS mostra queda de 10,96% nas vendas em maio, comparando com o mesmo período do ano passado

A indefinição do que ocorrerá no cenário político brasileiro continua afetando o balanço das vendas no comércio. Em maio as vendas ampliadas do varejo gaúcho (inclui veículos e material de construção) caíram 10,96% diante do mesmo mês de 2015. Entre os diversos ramos do varejo, a variação positiva ficou, mais uma vez, para as lojas de móveis, que registraram o seu terceiro mês consecutivo de crescimento de vendas, frente ao mesmo mês do ano anterior.

- Este resultado está associado às causas já "tradicionais" da conjuntura econômica brasileira e gaúcha, como juros elevados e alta de impostos (ICMS), mas também continua carregando efeito da incerteza do ambiente político, que só será dirimido a partir da definição de quem presidirá o Brasil
nos próximos dois anos, o que deve ocorrer em agosto - afirma o presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch.

Em relação aos demais gêneros do varejo, ainda é marcante o impacto da alta do ICMS gaúcho em alguns ramos, como o de combustíveis (queda de 20,33% diante de abril de 2016), além do efeito dos juros demasiadamente elevados dos bancos e cartões de crédito. Já os segmentos com maior incidência de vendas a vista (como supermercados) e crediário próprio tem verificado retrações bem mais moderadas.

Em junho o IPCA registrou a menor inflação mensal no Brasil desde agosto do ano passado. Os principais grupos de produtos a "vitaminar" a alta de preços foram saúde e cuidados pessoais (0,83%) e alimentação (0,71%). Por outro lado, os itens de transportes (-0,53%) e educação (0,11%) pressionaram pelo lado inverso

Em maio, o Governo Federal voltou a registrar déficit primário (não considerados gastos com juros e amortização de dívidas) de R$ 18,1 bilhões em maio. Esse foi o pior resultado mensal de 2016, até o momento, o que pode ser explicado pela transição entre a saída da presidente dIlma Rousseff com o início do governo interino de Michel Temer.

No cenário internacional a decisão de saída do Reino Unido da União Europeia, apesar de reversível, aumentou mais a turbulência geopolítica global, também insuflada pelo atentado de Nice (França) e tentativa de golpe de Estado na Turquia. O efeito prático destes fatos para a economia brasileira foi, comparativamente, a melhoria da credibilidade internacional de nosso país.

A inadimplência gaúcha em maio registrou ligeira queda, ao contrário do indicador nacional que mostra ascensão, centrada na modalidade rotativo do cartão de crédito. Destaque para a aceleração da alta dos juros do cheque especial e rotativo dos cartões de crédito.

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