De acordo com o presidente do Sindicam/RG, Dieck de Sena, o sindicato, que hoje conta com mais de 500 associados, sempre esteve à frente da categoria e apoiará a classe. "A situação está insustentável. Temos necessidades e vamos conforme a categoria, que não suporta mais os aumentos de impostos", afirma.
Ele também destaca que empresas de transporte rodoviário estão procurando o sindicato para apoiar a paralisação. "O empresário também não aguenta esses aumentos, muitos me falam que está cada vez mais difícil manter o serviço e os funcionários", diz.
Paralisação pode ser igual a de 2018
De Sena, que também é secretário do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), acredita que a mobilização poderá ser igual a de 2018, quando caminhoneiros de todo o Brasil entraram em greve por dez dias, fazendo serviços de fornecimento de combustíveis e distribuição de alimentos e insumos pararem, levando o país à beira de um colapso. "Provavelmente será um efeito cascata. À medida que uns param, outros irão apoiar e parar também", conta.
Segundo ele, além dos empresários, outras classes que dependem de veículo para seu sustento também devem aderir. "Essa briga não é mais só do caminhoneiro, mas de outros trabalhadores do transporte. Não somos contra o governo, mas chegamos no limite, temos que olhar o nosso lado. Tivemos uma tentativa de paralisação em 1º de fevereiro, porém não teve força e agora a categoria está arrependida, então acho que essa terá muita adesão", comenta.
Assim como 2018, o aumento do diesel vem preocupando e descontentando a classe. A causa desse encarecimento se dá pelo preço de paridade de importação (PPI), adotado desde outubro de 2016, o qual considera para a definição dos preços a variação internacional do barril do petróleo, a cotação do dólar, custos de transporte e uma margem imposta pela Petrobras, que serve para evitar prejuízos à companhia.
Outro ponto levantado é o preço do pedágio, principalmente no Sul do Rio Grande do Sul. "Hoje perdemos alguns trabalhos para Santa Catarina devido ao valor do nosso pedágio, vemos uma dificuldade das cargas virem para o nosso porto [de Rio Grande]. Embarcadores preferem o estado vizinho porque o pedágio é mais barato e isso reflete no trabalho do caminhoneiro da região", acrescenta Sena.
Uma categoria descontente
"Sempre falo que se nossa categoria soubesse a força que tem, nunca passaríamos por essas coisas". Assim o caminhoneiro Alex Prietsch iniciou a conversa com a reportagem. Defensor da paralisação, Prietsch diz que, apesar do movimento estar mais forte no centro do país, na Região Sul, através das redes sociais, também há mobilização.
"Tem os apoiadores do governo e tem o pessoal que está apoiando a paralisação, a maioria, que não está contente com valores de tabela de fretes, e que na verdade nunca esteve. Foi uma forma que, na época, o governo usou para amenizar a paralisação. A categoria acreditou e agora, com mais da metade do mandato, a categoria está acordando", fala Prietsch.
"A classe é livre em suas decisões, pois não são as entidades que fazem ou declaram greve e sim a categoria. Se esta entender que o movimento é justo e oportuno, vai aderir naturalmente sem a necessidade que qualquer confronto ou impedimento do direito de ir e vir", reforça Costa.
Por: Vitória Leitzke/Diário Popular Pelotas-RS
Nenhum comentário:
Postar um comentário