O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira, que é contra a realização do Carnaval nos estados brasileiros em 2022. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia, transmitida ao vivo pelas redes sociais do presidente. "Por mim, não teria Carnaval. Só que tem um detalhe: quem decide não sou eu. Segundo o Supremo Tribunal Federal, quem decide são os governadores e os prefeitos. Não quero aprofundar nessa que poderia ser uma nova polêmica", explicou.
Bolsonaro se referiu à decisão do STF que deu autonomia a estados e municípios para decidirem sobre as ações de enfretamento à pandemia. Durante a entrevista, o presidente relembrou ainda o que aconteceu no ano passado, quando ele declarou emergência no auge da pandemia, mas os governadores e prefeitos ignoraram e realizaram o Carnaval. "As consequências vieram. Chegamos a 600 mil óbitos. E alguns tentaram imputar a mim essa responsabilidade. Não tenho culpa disso. Não estou esquivando, nem apontando outras pessoas. É uma realidade, é uma verdade. Todo o trabalho de combate à pandemia coube aos prefeitos e aos governadores. O que coube a mim? Mandar recursos", reclamou.
Em relação à nova onda de Covid-19 na Europa e as restrições que já começaram a ser impostas por alguns países, Bolsonaro manifestou preocupação com a economia. "Estou vendo que alguns países da Europa estão retomando medidas de lockdown. Se tiver outro lockdown no Brasil, em estados e municípios, vai quebrar de vez a economia", disse.
Carnaval cancelado
Ao menos 45 cidades paulistas já anunciaram o cancelamento da realização do Carnaval de 2022 em razão da pandemia de Covid-19.
Entre os municípios apurados pela reportagem do R7, em sua maioria do interior, grande parte justificou a decisão dizendo que pretende evitar aglomerações e a maior transmissibilidade do novo coronavírus, com o receio de uma nova onda da doença. Em Brasília, o Governo do Distrito Federal (GDF) e a Câmara Legislativa do DF (CLDF) discutem alternativas para realizar o Carnaval de rua na capital em 2022 e dar suporte às escolas de samba e aos blocos tradicionais de Brasília. (Correio do Povo)
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