Depois de uma denúncia do Simers de que 18 hospitais receberam repasses do governo do Estado em janeiro, mas não teriam pago as equipes, a categoria volta a se mobilizar.
Na região, os funcionários do Hospital de Caridade de Canguçu se reúnem hoje, amanhã a convocação é no Hospital Psiquiátrico Vicença Maria da Fontoura, de Rio Grande. Em São Lourenço do Sul a paralisação, que dura 20 dias, continua.
Além dessas três instituições, a Santa Casa de Misericórdia de Pelotas e a Santa Casa de Misericórdia de Santa Vitória do Palmar também aparecem na lista divulgada pelo Sindicato, depois que a Secretaria Estadual de Saúde (SES) comunicou que estava saldando a dívida com outros 49 hospitais de maior porte em fevereiro, somando R$ 200 milhões. De acordo com o presidente do Simers, Paulo de Argollo, a culpa não é apenas do Estado, pois o amadorismo das administrações, segundo ele, compromete os serviços prestados. “É falta de verba e de gestão”, criticou Argollo, que destacou que quando houve o repasse o governo pediu para que fossem priorizadas as dívidas de caráter alimentício, ou seja, o pagamento de funcionários que dependem do salário para se sustentar, o que não aconteceu. Ele não descarta a possibilidade de novas paralisações, pois a categoria não aturará que os meses sem receber - em alguns casos já são seis - continuem se acumulando. “Estão chegando no limite”, salientou ele.
A dificuldade em continuar trabalhando nessas condições é grande, contou o médico Sérgio Mecking, que atende em Rio Grande. Contudo, os funcionários esperam a reunião da quinta-feira para decidir o que farão. Por enquanto, eles não pretendem paralisar as atividades e afetar a população, mesmo que não recebam há dois meses.
Em Canguçu ato de protesto ocorreu na terça-feira (21). Foto: Augusto Pinz
O diretor administrativo do Hospital de Caridade de Canguçu, Régis Silva, contesta a denúncia do sindicato. “Recebemos em janeiro apenas o valor referente ao trabalho de dezembro”, informou ele. Do montante, R$ 150 mil sequer saíram do banco, pois ficaram retidos a fim de pagar dívidas, e o restante não foi suficiente para quitar a folha de funcionários, que tem valor líquido mensal de R$ 380 mil. “Estamos tentando resolver a situação judicialmente”, finalizou ele.
Em São Lourenço do Sul, o valor não foi repassado integralmente, informou o administrador José Ney Lamas, por isso os salários de janeiro foram parcelados em duas vezes. Por enquanto, apenas metade do valor referente a fevereiro foi transferida pelo governo estadual, o que está gerando os atrasos. O Diário Popular tentou contato com os demais hospitais, mas até o fechamento da edição não obteve retorno. Diário Popular
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