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terça-feira, 26 de abril de 2022

O próximo e nós

Esperas ansiosamente encontrar o Senhor e um dia chegarás à Divina Presença; entretanto, antes de tudo, a vida te encaminha à presença do próximo, porque o próximo é sempre o degrau da bendita aproximação.

Mas quem é o meu próximo? - perguntarás decerto, qual ocorreu ao Doutor da Lei nas luzes da parábola.

Todavia, convém saber que, além do próximo mais próximo a quem nomeias como sendo o coração materno, o pai querido, o filho de nossa bênção, o irmão estimável e o amigo íntimo, no clima doméstico, o próximo é igualmente o homem que nunca vista, tanto aquele que te fixa indiferente em qualquer canto da rua. É a criança que passa, o chefe que te exige trabalho, o subordinado que te obedece, o sócio de ideal, o mendigo que te fala a distância...

É a pessoa que te impõe um problema, verificando-te a capacidade de auxílio; é quem te calunia, medindo-te a tolerância; quem te oferece alegria, anotando-te o equilíbrio; é a criatura que te induz à tentação, testando-te a resistência... É o companheiro que te solicita concurso fraterno, tanto quanto o inimigo que se sente incapaz de pedir-te o mais ligeiro favor.

Às vezes tem um nome familiar que te soa docemente aos ouvidos; de outras, é categorizado por ti à conta de adversário, que não te aprova o modo de ser. Em suma, o próximo é sempre o inspetor da vida que nos examina a posição da alma nos assuntos da Vida Eterna. Entre ele e nós se destacam sempre a necessidade e a oportunidade a que se referia Jesus na parábola inesquecível.

Isto porque o Bom Samaritano foi efetivamente o socorro para o irmão caído na estrada de Jerusalém para Jericó, mas o irmão tombado no caminho de Jerusalém para Jericó foi para o Bom Samaritano, o ponto de apoio para mais um degrau de avanço, no caminho para o encontro com Deus.

Fonte: Livro, Rumo Certo – Pelo espírito Emmanuel/Psicografia de Chico Xavier.

“A marcha será medida pelo passo do serviço ao próximo” Espírito Meimei

sexta-feira, 11 de março de 2022

CANAL EXTRAVASOR OU BACIAS DE CONTENÇÃO: ALGUÉM SE LEMBRA DESSE DEBATE?

 UM CONVITE À REFLEXÃO.

CANAL EXTRAVASOR OU BACIAS DE CONTENÇÃO: ALGUÉM SE LEMBRA DESSE DEBATE?


Hoje (11/03) o face me trouxe a lembrança mais um 11 de março. Lembro da madrugada do dia 10 para 11 de março de 2011, quando sem nenhum aviso prévio ou precedente histórico nosso Município de São Lourenço do Sul foi atingido por um fenômeno climático atípico advindo da enxurrada brusca provocada por chuvas intensas, aproximadamente 600 milímetros caíram em menos de 24 horas na bacia do Rio São Lourenço. As causas e consequências dessa calamidade pública foram superadas pela resiliência e esforço de muitos que serviram de energia na busca de recursos que possibilitaram a construção de casas, contenção das margens do arroio, construção de 23 pontes concreto, calçamentos, recuperação e revitalização da praia da barrinha.

No entanto essa mesma lembrança me trouxe uma reflexão que gostaria de compartilhar com os amigos. Há duas semanas atrás, antes da guerra Rússia - Ucrânia, as manchetes dos grandes telejornais brasileiros e internacionais divulgavam com espanto as mortes e destruição provocadas no Município de Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro causada pelo grande deslizamento de lama advindo dos morros que derreteram após serem impactados por chuvas intensas em volumes acima de 300 mm.

Lembrei, vendo aquela reportagem do programa Fantástico da Rede Globo, que noticiou a tragédia na cidade fluminense, que há exatos 11 anos atrás estive com aquelas mesmas pessoas que foram entrevistadas como o ex Prefeito, Diretores e Técnicos do Cemadem, Inpe, entre outros representantes de órgãos entrevistados.

Estive com aquelas pessoas em Brasília porque eles haviam sido atingidos por um fenômeno climático igual ao que ocorreu agora recentemente. Naquela oportunidade o evento atingiu a serra carioca no final de mês de fevereiro de 2011. Nós fomos atingidos na madrugada de 10 para 11 de março.

Na peregrinação que fizemos juntos com o Prefeito de Petrópolis ao Ministério da Integração Nacional, Ministério da Fazenda, Ministério das Cidades e Secretaria Nacional de Defesa Civil, bem como há diversos órgãos de pesquisa na busca do diagnóstico do fenômeno e recursos à recuperação da infraestrutura dos Municípios, técnicos do INPE – Instituto Nacional Pesquisas Espaciais nos diziam que esse fenômeno deveria voltar a ocorrer novamente em 100 anos.

Pois bem, ocorreu somente após 11 anos na cidade de Petrópolis no RJ e de forma muito mais intensa. O clima começa a dar sinais de que também anda estressado.

Os amigos devem estar se perguntando: O que a situação de Petrópolis tem haver com São Lourenço do Sul/RS. Tudo! Um sinal de que poderá voltar a ocorrer em período inferior a 100 anos em nosso Município.

Pois bem. Independente de questões políticas quero aqui manifestar uma preocupação com a inércia da atual Administração Municipal quanto a medidas de mitigação a eventual catástrofe semelhante ao março de 2011. Com um detalhe, agora já sabemos que o fenômeno pode ocorrer com uma grande intensidade de chuvas na bacia do Rio São Lourenço e os estragos que pode ocasionar a estrutura e a vida das pessoas.

Lamento profundamente que a atual Administração Municipal, desde que saímos do Administração do Município, não tenha promovido nenhum estudo, ou dado continuidade aos estudos de projetos que possam evitar ou mitigar os efeitos de eventual enxurrada semelhante a de março 2011. Bom lembrar que a cidade de São Lourenço do Sul situa-se no caminho das águas advindas da serra dos tapes. Nossa geografia aponta o ponto mais alto a 370 metros do nível do mar e a cidade no nível 0 em relação ao mesmo referencial.

Não me refiro as pequenas cheias do Rio São Lourenço que não causam grandes estragos e possibilitam a salvaguarda da vida das pessoas. Para essas, a dragagem do Arroio ajudariam a evitar o extravasamento das águas. No entanto, essa mesma dragagem, conforme estudos realizados pelo INPE e Convênio com a Faculdade de Engenharia da Universidade de Pelotas – UFPEL, bem como técnicos de outros órgãos, eram unânimes que essas dragagens somente dentro da cidade poderiam aumentar a potencialidade de dano na hipótese de enxurrada.

Esses debates foram feitos em vários momentos na nossa cidade com a participação da população quando se debatiam com técnicos a melhor solução para evitar ou mitigar as consequências de uma enxurrada brusca.


Na oportunidade os debates se concentraram na solução pela construção de um Canal Extravasor ou Bacias de Contenção. Quem lembra disso???

Após intensos debates com engenheiros da UFPEL e outros centros de pesquisa e técnicos de São Lourenço do Sul  a conclusão foi de que a melhor concepção seriam as lagoas de contenção, isto é, três grandes lagoas (açudes secos) ao longo do curso do Rio São Lourenço cada um com bacia aproximada de 10 hectares distribuídos em pontos demarcados com barreiras de contenção que forçariam o excesso de água a adentrar nas bacias e por vertedouros dariam vazão lenta ao curso das águas de forma que o excesso de volume chegaria a cidade em volume e velocidade menores dando conta do Rio dar vazão às águas para a Laguna dos Patos.

Todos os engenheiros e técnicos eram unânimes que se fizesse dragagem apenas dentro da cidade (como estava sendo feito) seriam como se uma bacia de contenção fosse feita dentro da cidade chamando por consequência um maior volume e velocidade de águas para dentro da cidade, além de enorme desperdício de recursos públicos na medida em que sem desassorear a nascente do Rio e recompor a mata ciliar, nada adiantaria, pois um volume maior de areia seria carreado para dentro do próprio Rio São Lourenço com a vazão da descida das águas.

O que me causa espanto é que a atual Administração Municipal não tenha dado continuidade aos estudos, projetos e captação de recursos à execução de obras estruturais de suma importância ao Município de São Lourenço do Sul embora tenha feito aprovar na Câmara Municipal a Lei nº 3.873, de 20 de dezembro de 2018, para aprovação à contratar Financiamento no valor de R$ 13.500.000,00, junto ao FINISA – Programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento do Governo Federal contratado junto a CEF – Caixa Econômica Federal.

O art. 5º, da referida Lei Municipal nº 3.873/2018, estipulava que os recursos deveriam ser utilizados prioritariamente na aquisição de draga, realização de estudos, elaboração de projeto técnico e execução de obras necessárias de engenharia para desassoreamento e controle de vazão do Rio São Lourenço.

O inciso I, do art. 5º da Lei Municipal nº 3.873/2018, estipulava ainda que licitada e contratada a empresa para execução da etapa descrita no art. 5º, ficava o Poder Executivo autorizado a utilizar o restante da operação de crédito nas demais etapas previstas na carta consulta.

O que causa preocupação é que em resposta a pedido de informação formulada pelo Vereador Luis Weber, o Poder Executivo informa que a meta de “dessassoriação” (termo não é meu) do Arroio São Lourenço foi dispensada do FINISA por orientação da equipe técnica da Regov/Caixa, visto que o Município já viria executando esta obra através do Convênio 1109/2020 – SUPRG.

Como registrei, o debate dos engenheiros e técnicos à época diziam que essa dragagem de limpeza de desassoreamento e não “dessassoriação”, com o devido respeito, não resolvem eventuais consequências de uma enxurrada, podem até agravar a situação.

Na mesma resposta ao pedido de informação o Poder Executivo informa que o valor total dos recursos onerosos por financiamento via Programa de Saneamento FINISA no valor total de R$ 13.500.000,00, foi distribuído nas metas definidas pelas secretarias. 

O que me preocupa é que a atual Administração Municipal, que alardeava ter recebido o Município com dividas de 38 milhões de reais, tenha aprovado e contratado dois financiamentos, um no valor de R$ 13.500.000,00 (Lei nº 3.873/2018) e outro de R$ 4.800.000,00 (Lei nº 4043/2021), ou seja, um total de R$ 18.300.000,00, e nenhum centavo tenha sido destinado à continuidade dos estudos, projetos de concepção e execução de obras à prevenção e mitigação dos efeitos de uma enxurrada semelhante a de 2011, embora a Lei Municipal nº 3.873/2018, fizesse previsão expressa para uso dos recursos de financiamento. 

Não estou criticando as ciclovias que estão sendo feitas na praia, ou os calçamentos e asfaltos que serão feitos, nem os caminhões caçambas adquiridos, mas sim, que ao meu ver deveriam ser dados continuidade aos estudos e projetos de concepção às obras estruturais que podem evitar uma tragédia semelhante a 2011.

Em Petrópolis levaria 100 anos, levou 11 anos. E aqui, o que faremos? 

Por: 

José Daniel Raupp Martins

Advogado

Ex-prefeito de São Lourenço do Sul - 2013-2016

Vice-prefeito de São Lourenço do Sul - 2005-2008

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Temos uma maior amplitude intelectual a partir dos 40 anos de idade

O neurocientista, filósofo, neuropsicólogo e psicanalista Fabiano de Abreu motiva, com base científica, aos que chegaram ou ultrapassaram os quarenta anos de idade.


Para o neurofilósofo Fabiano de Abreu o envelhecimento humano está dependente de vários fatores, internos e externos, sobre os quais podemos ter algum poder.

"O envelhecimento humano está sujeito a influências intrínsecas, como a constituição genética individual responsável pela longevidade máxima e os fatores extrínsecos condizentes às exposições ambientais que o indivíduo sofreu (dieta, sedentarismo, poluição, entre outros). A partir dos 40 anos de idade temos o que chamamos de contagem regressiva, quando nossos neurônios começam a morrer e temos o degeneração natural do envelhecimento com a atrofia dos hemisférios cerebrais entre muitos outros fatores.", argumenta Abreu.

No entanto, o factor envelhecimento não é apenas uma questão negativa em todas as suas vertentes. Ganhar idade significa também ganhar experiência e sabedoria.

Como refere o neurocientista, "os quarentões não têm com o que se preocupar, afinal, de que adianta ter uma caixa com 100 pregos e usar apenas 30 se pode ter uma caixa com 70 pregos e usar 60. Na juventude estamos formando neurônios e fortalecendo sinapses mas num processo natural de conhecimento, não temos o fator crucial para um intelecto pleno, com o cognitivo desenvolvido para termos uma melhor interação social, aprendizagem e com todas as nuances necessárias para um melhor bem estar."

Segundo alguns estudos nas diversas áreas o auge do ser humano enquanto objeto de saber dá-se mais tarde na vida, quando a pessoa é mais completa, organizada e autocrítica.

"Uma pesquisa nos Estados Unidos garantiu que a maioria das pessoas mais ricas do mundo, ficaram ricas após os quarenta anos de idade. Claro, a experiência é crucial para o controle ideal para atingir o crescimento. Após os 40 anos temos o que é denominado de Inteligência cristalizada; que está relacionada ao conhecimento que vem da aprendizagem anterior e experiências passadas que resultam em uma melhor compreensão de leitura e vocabulário.", refere Fabiano.

A idade possuí o dom de nos fazer saber e, mais do que nunca, saber que escolhas fazer com maior nitidez. 

"Imagina após os 40 utilizar melhor a neuroplasticidade reforçando as conexões cerebrais? É usar 70 pregos e isso se a neurogênese, não colocar mais pregos dentro desta caixa e assim, usar a capacidade cerebral de uma maneira que nenhum jovem conseguiria já que, a inteligência fluída do jovem, aquela que envolve a capacidade de pensar e raciocinar de forma abstrata e resolver problemas, não é suficiente por não ter a mesma responsabilidade que a experiência tem de nos trazer um conhecimento além do teórico, mas através da pratica.", explica.

A idade mostra o caminho e é a melhor conselheira. A idade faz-nos trocar a adrenalina do desconhecido pelo piso certo do saber.

"Há quem diga que a partir dos 40 anos é a idade do medo, pois não nos arriscamos mais como os jovens. Eu prefiro dizer que esta idade é a do início da sabedoria, porque não nos arriscamos pois temos conhecimento do resultado não nos submetendo a esforços desnecessários. Quando chegar aos 40 anos, caso veja um jovem de 25 anos num carro a correr e pensar, nossa, não teria coragem disso, não se esqueça que está na idade da sabedoria, a chegar à idade do sábio em que, correr não vai mudar em nada a sua vida pois vai chegar no lugar independentemente da velocidade e escolhendo os melhores caminhos.", concluí o especialista em estudos da mente humana.

Fabiano de Abreu como jornalista e assessor de imprensa tem o recorde mundial na criação de personagens e coleciona inúmeras colunas no Brasil, Portugal e em Angola. Possui jornais em Portugal e é correspondente jornalístico internacional. Como escritor possui 9 livros. No meio acadêmico, além de jornalista é bacharelado em Neurociência pela Emil Brunner World University, nos EUA, especialização em Neurociência na Universidade de Harvard, nos EUA, Psicanalista e Neuropsicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise Clínica e SBPC, mestre em Psicanálise, especialização em psicopedagogia, neurociência em cognição e comportamento humano, todos pelo Instituto Gaio da Unesco; especialização em neuroplasticidade na Brain Academy de Bruxelas, Idealismo filosófico e visões do mundo - Universidade Autônoma de Madrid, Introdução à Filosofia da Passagens Escola de Filosofia, História de La Ética pela Universidad Carlos III de Madrid, MBA em  Psicologia Positiva -  Autorrealização, Propósito e Sentido de Vida - PUC RS, Registro Intel Reseller Tecnology - Especialista em tecnologia; IP:10381444, Registro FENAJ: 0035228/RJ, Registro Jornalista Internacional IFJ: BR16791, Membro Mensa, associação de pessoas mais inteligentes do mundo, número: 1625BR.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

“Racismo” na visão espírita

        Constantemente somos bombardeados de notícias através da mídia, que denunciam atos de agressão física, verbal, moral em relação ao "racismo". Temos os polêmicos "sistemas de cotas" como exemplo dessa questão. Em 1997, Jávier Godinho, jornalista da Revista Espírita Allan Kardec, publicou na mesma um artigo a respeito do Racismo. Confira essa matéria:
        A imprensa apresenta, constantemente, fatos relacionados a manifestações de racismo, fora e dentro do Brasil. E mostra, também, cenas terríveis de miséria nos países mais devastados da África, onde homens, mulheres e crianças de pele negra parecem mais esqueletos vivos, semelhantes às fotos dos seis milhões de judeus exterminados nos campos de concentração nazistas.
        Não seriam as esquálidas criaturas de hoje os mesmos homens que provocariam o genocídio da Alemanha de Hitler, agora em novos corpos?
     O racismo é, antes de tudo, uma demonstração de atraso espiritual e desconhecimento das leis divinas. Aquele que diminui ou persegue o irmão pela cor da pele ou por qualquer outra característica étnica, viola o grande mandamento, síntese de toda a lei e dos profetas, "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.” 
        Pela lei de causa e efeito, o racista sofrerá, em si próprio, a inteireza do sofrimento provocado ao semelhante. Pagará até o último ceitil, pois todo homem será punido naquilo em que pecar. "Quem com ferro fere, com ferro será ferido"- na expressão do próprio Cristo.
        Ensina "O Livro dos Espíritos" que os homens atuais são os mesmos Espíritos que voltaram, para se aperfeiçoar em novos corpos, estando, ainda, muito longe da perfeição. A raça de agora, que por seu crescimento tende a invadir toda a Terra e substituir as raças que se extinguem, terá, também, a sua decadência. Outras raças a substituirão, descendentes dela mesma, como os civilizados contemporâneos descendem dos seres brutos e selvagens das eras primitivas. A origem das raças perde-se na noite dos tempos. Como todas pertencem à grande família humana, puderam misturar-se e produzir novos tipos. As múltiplas variedades de um mesmo fruto não impedem que constituam uma só espécie.
        No final de 1939, justamente quando o racismo nazista contra o povo judeu era um dos determinantes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, o espírito de Emmanuel começava, no Grupo Espírita Luiz Gonzaga, de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, a psicografar, através de Francisco Cândido Xavier, o livro "O Consolador". Na obra, editada no ano seguinte pela Federação Espírita Brasileira, Emmanuel considera justo o agrupamento nos países de múltiplas coletividades pelos laços afins da educação e do sentimento. A política do racismo, todavia, é encarada como um erro gravíssimo, que pretexto algum justifica. O racismo não tem nenhuma base séria nas suas alegações que, na realidade, só encobrem o propósito tenebroso do separatismo e da tirania.
        Se todavia, nenhum dos argumentos acima convence o leitor, lembramos as recentes descobertas da Arqueologia, dando-nos conta de que todos nós, seres humanos, de qualquer raça, somos originários do Continente Africano.
Fonte: Área de Comunicação Social Espírita da LEP.

"Saímos de um contexto de escravidão física dos homens de epiderme negra, para vermos toda a Terra chafurdada na escravidão moral"  José Raul Teixeira

domingo, 7 de junho de 2020

O momento atual por Divaldo Franco

        Sabemos, os cristãos, que a humanidade passará por terríveis aflições, mais ou menos neste período. O Velho como o Novo Testamento referem-se a esses testemunhos mais de uma vez, elucidando que defluirão da conduta das pessoas no seu transcurso carnal.
        Ninguém ignora que o Universo é mantido por Leis cosmofísicas extraordinárias, tenha-se ou não religião. A ordem mantém a Natureza dentro do equilíbrio que, em algumas vezes, se apresenta como um caos. E, mesmo nele, existe uma ordem que nos escapa.
        Os seres humanos alcançamos em nossa evolução antropológica um nível invejável nas conquistas da ciência e da filosofia, sem que nos fizéssemos acompanhar de grau idêntico de moralidade. Os valores morais foram deixados à margem como castradores e ultrapassados.
        As paixões sensoriais dominam a humanidade que estorcega entre as asselvajadas e o vazio existencial, denominado como falta de sentido para a vida.
        De tal maneira foram exauridos os gozos, que se saltou para as aberrações em grande violência contra o próprio viver, a fim de fruir-se prazer, que passou a ser o objetivo existencial, especialmente para os maduros e jovens.
        As ansiedades pelas novidades moldam-lhes a cada momento, além das experiências mais chocantes num desrespeito total às resistências e constituições do organismo. Somente interessa o que choca e o que provoca satisfações quase sempre sadistas.
        Violentadas as leis de harmonia que devem viger dentro de uma ordem transcendente, elas atendem as ansiedades mentais e emocionais em conteúdos semelhantes aos seus apelos.
        … E o COVID-19 surgiu, ameaçador…
        Autoridades e povos desprevenidos e acostumados à desordem e aos seus hábitos não lhe deram valor e deixaram-se contaminar, complicando com as suas demandas políticas de baixo nível moral, tornando muito difícil os comportamentos que já são desvairados, pelo excesso de informações conscientemente equivocadas ou ocultando interesses subalternos da pior qualidade.
        Uns governantes impõem o isolamento enquanto outros estimulam a convivência perigosa e o horror, como o desprezo por informações que conduzem outros.
        As terapias sofrem a interferência de pessoas totalmente desinformadas, mas poderosas, e embora já hajamos alcançado um milhão de curados, estamos sofrendo incertezas devastadoras.
        Que fazer? Todos sabemos como ocorre o contágio desse mal: o contato direto com o vírus.        Seja qual for a orientação que recebamos, sigamos o bom senso, a cultura já adquirida.
Assim, mantenhamos distância física do nosso próximo, usando máscara, lavando-nos com sabão e álcool em gel (especialmente as mãos) e oremos a Deus, o Supremo Governador do Universo.
Mantenhamos a calma e o respeito ao próximo, no lar ou fora dele.
Fonte: FEB - Por Divaldo Pereira Franco – Professor, médium e conferencista.


sexta-feira, 29 de maio de 2020

A convivência difícil é motivo de crescimento

        Em uma aldeia havia um mestre que era muito admirado por seus discípulos.
        Muitos eram aqueles que buscavam seus ensinamentos e conselhos, pois realmente aprendiam com suas palavras.
         Entretanto, havia um discípulo que não perdia a oportunidade de criticá-lo e estava sempre interrompendo seu discurso, apontando as suas falhas e contradizendo-o.
         Seus companheiros ficavam indignados e o achavam desagradável.
         Um dia esse discípulo, tendo que se mudar para outro país, deixou a escola.
         Ao saber disso, o mestre ficou muito abatido e triste.
         Então os discípulos, confusos, perguntaram-lhe:
         - Mestre, por que o senhor está assim tão triste com a partida dele?  Ele só o criticava e discordava do senhor, atrapalhando seus ensinamentos...
         E o mestre respondeu...
         Meus filhos estou triste porque partiu o único amigo que eu tinha!
         Todos se olharam e ficaram admirados!
         E o mestre prosseguiu dizendo:
         - Aqui estou agora cercado de gente que me admira e concorda com tudo o que falo. Ele era a única pessoa que me desafiava.  Agora que ele se foi, corro o risco de estacionar, de não mais crescer.
         Amigo leitor (a) são as convivências mais difíceis que fazem de nós pessoas melhores. Com certeza você crescerá com elas.
Fonte: Livro, Para Que Minha Vida Se Transforme – autoria de Maria Sallette e Wilma Ruggeri 

Programa Terceiro Milênio – a visão espírita para uma nova era
Rádio Tupanci AM 1250 kHz – Sextas-feiras às 21h.  On-line: www.radiotupanci.com.br 
Rádio Com 87.9 FM de Piratini – Sextas-feiras às 12h – On-line: www.radiocomfm.com
Rádio Portal Sul 87.9 FM de Pedro Osório – Sábados às 12:30h – On-line: radioportalsulfm.com.br
Rádio Concórdia 98.5 FM – Sábados às 12h

“Se você encontra uma pessoa difícil em sua intimidade, essa é a criatura exata que as leis da reencarnação lhe trazem ao trabalho de burilamento próprio” Espírito André Luiz

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Mãe e Mulher

      A maternidade é um segredo entre a mulher e Deus.  A participação do homem é ínfima, na maternidade, a participação da mulher é tocada de alegria e de dor, de tormento e de sofrimento, de prazer e de responsabilidade, desde que o filho nasce, até o último dia da mulher sobre a Terra.  E sabe lá Deus se, depois desta vida, quantas lutas sofrem as mães em auxílio aos filhos que deixaram neste mundo.
      Vamos orar, pedir a Deus que nos ajude, que nos inspire e que dê a mãe brasileira este espírito de heroísmo no lar, de sacrifício silencioso, de renunciação em favor da família evangélica, porque nós sabemos que os outros povos vão precisar do padrão de vivência no Brasil, num futuro próximo e remoto.
      Nós nos lembramos disto, porque, no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, nós vemos, por exemplo, depois do Velho Testamento, depois da preparação do mundo pelos grandes Profetas, começando de Moisés, nós vamos ver um fato muitíssimo interessante para nós todos: Depois da formação das bases da fé cristã, como que, num serviço de pioneiros, num serviço de arredar pedras e fazer caminhos na selva do pensamento humano, nesta hora, Deus, na sua Infinita Misericórdia, chamou os homens, mas, do Reinado do Nosso Senhor Jesus Cristo para cá, do Reinado da Graça, que nós todos consideramos como sendo a vida na Terra, desde o nascimento de Jesus, nós vemos a consideração que o nosso Pai Eterno dispensou à Mulher.  Quando a Providência Divina, por suas Leis, decidiu enviar à Terra o maior tesouro da vida humana de todos os séculos, Nosso Senhor Jesus Cristo, não mandou chamar os césares romanos ou os filósofos gregos, nem as autoridades que comandavam os poderes econômicos no mundo ou as que se mostravam na liderança da inteligência; buscou uma jovem, aquela que nós todos, na Cristandade, reverenciamos como sendo Mãe Santíssima e que, em seu tempo, não era senão singela menina e moça que o mundo conheceu por Maria de Nazaré.
      A Divina Providência determinou, assim, que nossa Mãe Santíssima fosse a autoridade suprema para receber Nosso Senhor Jesus Cristo e no-lo entregar para a renovação e aperfeiçoamento dos povos. Por outro lado, mais tarde vemos Jesus chamando outra mulher, e agora Maria de Magdala, que fora chamada por Ele, da vida mundana menos feliz para a vida espiritual superior, a fim de se encarregar da Mensagem da Ressurreição. Apareceu, na ressurreição primeiro a ela, a Madalena, decerto para induzir os discípulos a reconhecerem o valor que Ele atribui aos que se esforçam, desarvorados, por vencer as próprias fraquezas, para se consagrarem com Ele ao apostolado da redenção.
      A isso nos referimos para destacar o imenso, e profundo papel da mulher na civilização cristã de todos os tempos. Dela, devemos aguardar a maior parcela da educação e reeducação de nossos sentimentos para uma vida melhor, a este propósito, observando a necessidade da sublimação do sentimento no mundo, sublimação que apenas atingiremos no sentido coletivo, com o apoio da mulher, seja na condição de mãe, esposa, educadora, irmã ou missionária do bem.
Fonte: Por Chico Xavier no livro – O Evangelho de Chico Xavier / Carlos Baccelli.

“As minhas preces mal alcançam o telhado de minha casa, mas as preces de uma mãe são capaz de arrombar as portas do céu” Celso de Almeida Afonso.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Bem, amor, justiça e solidariedade

* Lino Rampazzo

O título desta reflexão tem como referência um tweet enviado pelo Papa Francisco no dia 31 de janeiro de 2018, que assim se expressava: "O bem como, aliás, o amor, a justiça e a solidariedade não se alcançam duma vez para sempre; hão de ser conquistados cada dia".

São Tomás de Aquino quando fala da virtude, considera-a, como já tinha feito o filósofo Aristóteles, um hábito. Neste sentido não é um ato isolado que torna o homem virtuoso ou vicioso, mas atos repetidos. Assim, por exemplo, podemos dizer que um aluno é estudioso não quando se limita a estudar apenas uma hora, ou um dia, mas quando se comporta assim com frequência, repetidas vezes até “acostumar-se” com a prática do estudo. 

Por outro lado, não podemos acusar alguém de ser um beberrão se exagerou com a bebida umas poucas vezes. 

Para entender melhor a mensagem do Papa, vamos recorrer à Sagrada Escritura, que fala da PERSEVERANÇA, da CONSTÂNCIA. Algumas citações muito significativas, que justificam a afirmação do Papa, para quem o bem, o amor, a justiça e a solidariedade precisam ser conquistados cada dia.

O apóstolo Paulo afirma: “Não nos cansemos de fazer o bem” (Gal 6,9). Isso significa que não é suficiente começar a fazer o bem e que existe o risco do cansaço. Em São Tiago nós lemos: “Considerai como perfeita alegria, meus irmãos, quando enfrentais toda sorte de provações, sabendo que a prova de vossa fé produz a constância; mas é preciso que a constância complete sua obra, a fim de que sejais perfeitos, irrepreensíveis, nada deixando a desejar” (Tg 1,2-4). Esse texto faz referência às provações que os cristãos devem enfrentar e, por duas vezes, utiliza a palavra “constância”, pois os destinatários da carta de Tiago já são cristãos, mas precisam perseverar, enfrentando e superando as provações.

São Paulo, escrevendo aos Filipenses, apresenta a vida cristã como uma corrida “para conseguir o prêmio que Deus nos convida a receber lá em cima em Cristo Jesus” (3,14). E insiste para que “caminhemos sempre na mesma linha” (3,16). Quero ressaltar o advérbio sempre, que aponta para a constância e para a perseverança. Em suma uma caminhada a ser feita e conquistada a cada dia.

Ao querido discípulo Timóteo, Paulo escreve: “Tu, porém, continua firme no que aprendeste”. Ressalta-se que Timóteo é cristão, aliás, bispo de Éfeso, e, mesmo assim, precisa “continuar firme”.

Deus é a fonte do Bem, só Ele é bom. O homem se torna bom aproximando-se de Deus, observando seus mandamentos, como indica Jesus. E seus mandamentos apontam para o amor, a justiça e a solidariedade. Aliás, seria interessante ler os mandamentos não apenas como uma proibição: não faça isso, não faça aquilo, mas procurando entender os valores para os quais tais mandamentos apontam.

“Honra teu pai e tua mãe”, quer dizer, respeitar a família de origem; “Não matarás” significa respeitar e valorizar a vida humana; “Não cometarás adultério” aponta para o valor de uma família unida, através do amor fiel; “Não roubarás” aponta para a justiça e a solidariedade nas relações sociais; e “Não apresentarás falso testemunho” lembra a necessidade de comunicar-se com o próximo, respeitando a verdade.

Sim, tais mandamentos são o caminho do bem, do amor, da justiça e da solidariedade a ser percorrido todos os dias, sempre, superando a tentação do cansaço e da inconstância.


* Lino Rampazzo é Doutor em Teologia e Coordenador do Curso de Teologia da Faculdade Canção Nova

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Artigo: Sem demagogias

Professor
Volnei Ceron dos Santos

Sete de setembro! O que comemorar? Muitos brasileiros numa data como a de hoje estarão em alguma praia, visitarão amigos, assistirão a um filme, assarão alguma carne e apreciarão a cerveja favorita. Sim, sem demagogias de patriotismo. Vamos ser sinceros. O verde e o amarelo, pura utopia, ficou nos ideais românticos nacionalistas e naquelas pessoas que ainda acreditam, diria que ingenuamente, num país que nunca chegou a ser. Não há o que comemorar. Pátria de quem? Nossa? Tua? Geração futura? De quem? 
Essas pessoas,  por vezes, conotativamente tidas por ignorantes, sem cultura, popularmente falando, provavelmente são as mais sensatas no momento, pois não acreditam em contos de fadas, nem em discursos ufanos e mentirosos. Observam e sentem a realidade que aí está, sem muito o que fazer, perplexos ou apáticos, seja como for, esse negócio de pátria virou bobagem e acredito que por isso já escrevo com letra minúscula.
Quem acha que o desrespeito ao Brasil é de agora, que a roubalheira e a mesquinharia é de pouco tempo, engana-se. A ganância pelo dinheiro e poder, a exploração barata – individualista ou corporativa – a todo custo, vêm desde os primeiros dias de colonização, de invasão deste território. Fatos históricos e literários revelam essa triste tendência deste “solo de mãe gentil”. Décadas, séculos... os esquemas podres que assolam o país, tiveram outros nomes no passado e outros personagens, que a seu tempo, usam de poderes e posições influentes para saquear o povo. Além disso, são ladrões de sonhos... porque não há como sonhar alguma coisa para nós brasileiros. Ninguém precisa ser vidente para ver as muitas arguras a espreitar nossos lares, adiante.
Tenho pena, sinceramente, daquelas crianças que ainda inocentes e possuidoras de sorrisos sem maldade, ensaiam momentos da história brasileira... Usam chapéus... vestem o figurino de época... cavalgam em cavalinhos de cabo de vassoura... a simbolizar o Sete de Setembro e entoar um hino nacional mitificado para criar um falso orgulho de uma terra de ninguém, senão daqueles que a saqueiam ano a ano.
Pobres crianças. Um dia, essa fantasia cairá. Resta-nos torcer que venha uma geração capaz de romper com os modelos vergonhosos que aí estão manchando nossa moral.
Desculpem-me. Ficarei por aqui. Acho que está bem gelada. 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Carnaval - Liga Espírita Pelotense

01 – Como poderíamos situar o Carnaval?
Embora a origem do Carnaval esteja nas antigas festividades do paganismo romano, sempre me pareceu uma festa de índio.  Os foliões renunciam, momentaneamente, às conquistas da civilização e retornam à taba.  É gente pulando inconsequentemente, emitindo sons que, eventualmente, lembram música.  Só falta a fogueira no centro do salão.
02 – Mas não são horas preciosas de espairecimento, em que as tensões acumuladas esvaem-se ante a alegria contagiante dos corações?
Diríamos mais apropriadamente alegria do álcool e das drogas, que correm soltos nos salões de momo.  Há um clima de “liberou geral”, como costuma dizer a moçada.
03 – É tão grave assim?
Basta ler o noticiário policial desses dias.  Sobem os índices de crimes e acidentes, que não podem ser debitados a resgates cármicos.  São meros frutos da imprudência gerada pelo entorpecimento dos sentidos e pela razão desdenhada.  E há outro problema: os ambientes carnavalescos estão repletos de espíritos desajustados e viciosos.  Frequentemente, processos obsessivos têm ali o seu início.
04 – Mas a questão sintonia?  Se participo de um festejo carnavalesco, sem fazer uso de bebidas ou drogas, conservando o equilíbrio interior, o pensamento elevado, serei afetado?
Poderia, também, para maior garantia , entrar no salão com o evangelho na mão... Considere, entretanto, que com semelhante disposição dificilmente encontraria prazer no carnaval, que pede, fundamentalmente, o clima da taba.
05 – Essa condenação do Carnaval não exprime uma atitude preconceituosa, que nega a liberdade de consciência preconizada pela doutrina espírita?
Liberdade não é sinônimo de inconsequência ou indisciplina.  A doutrina espírita não interfere em nosso livre-arbítrio, mas lembra, com o apóstolo Paulo de Tarso, que todas as coisas nos são lícitas, mas nem todas as coisas nos convém.
06 – Como agir em relação a familiares, filhos por exemplo, que apreciam o Carnaval?  Devemos proibir?
O fruto proibido é o mais desejado.  Melhor exaltar outros valores, trazendo Jesus para o nosso cotidiano, em conversas e estudos, particularmente com a instituição do culto do evangelho no lar, uma reunião em família, onde estudamos a boa nova à luz do espiritismo, em bate-papo descontraído.  A partir desse empenho haverá uma alteração natural do comportamento do grupo familiar, com a tendência de se privilegiar o que é útil, proveitoso, edificante...
07 – Uma mudança de motivação?
Essa é a palavra chave: motivação, a definir os rumos de nossa vida.  Aquele que aprecia o Carnaval é livre para desenvolver suas próprias iniciativas, no melhor espírito da doutrina.  Vibra, aguarda ansiosamente os festejos.  Mas, na medida em que se ajuste aos padrões do evangelho, fatalmente pensará deferente.
08 – Buscará um retiro espiritual?
Seria uma opção.  Mas há outras mais interessantes: A pintura do centro espírita, o socorro a necessitados, a construção de moradias para desabrigados, o atendimento de enfermos, a instalação de serviços numa favela...  Há imensas possibilidades a serem consideradas para um aproveitamento desses dias de folga que o Carnaval enseja, em mutirões envolvendo pessoas interessadas em servir.  Essas iniciativas lhes permitirão, de uma forma muito mais eficiente, superar tensões, sem os riscos da inconsequência, e desfrutar de alegria autêntica, sem dramas de consciência nem ressacas na quarta-feira.
Fonte: Richard Simonetti – Escritor, articulista e palestrante espírita 

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem tudo me convém; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas edificam” Apóstolo Paulo de Tarso 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

RENASCE AGORA

Aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus. Jesus – (João, 3:3.)
A própria natureza apresenta preciosas lições, nesse particular. Sucedem-se os anos com matemática precisão, mas os dias são sempre novos. Dispondo, assim, de 365 ocasiões de aprendizado e recomeço, anualmente, quantas oportunidades de renovação moral encontrará a criatura, no abençoado período de uma existência?
Conserva do passado o que for bom e justo, belo e nobre, mas não guardes do pretérito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando mascarados de encantador revestimento.
Faze por ti mesmo, nos domínios da tua iniciativa pela aplicação da fraternidade real, o trabalho que a tua negligência atirará fatalmente sobre os ombros de teus benfeitores e amigos espirituais.
Cada hora que surge pode ser portadora de reajustamento.
Se é possível, não deixes para depois os laços de amor e paz que podes criar agora, em substituição as pesadas algemas do desafeto. 
Não é fácil quebrar antigos preceitos do mundo ou desenovelar o coração, a favor daqueles que nos ferem. Entretanto, o melhor antídoto contra os tóxicos da aversão é a nossa boa vontade, em benefício daqueles que nos odeiam ou que ainda não nos compreendem. 
Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário cogita de enriquecer as munições, mas se descemos à praça, desassombrados e serenos, mostrando novas disposições na luta, a idéia de acordo substitui, dentro de nós e em nossos passos, a escura fermentação da guerra.
Alguém te magoa? Reinicia o esforço da boa compreensão.
Alguém te não entende? Persevera em demonstrar os intentos mais nobres. 
Deixa-te reviver, cada dia, na corrente cristalina e incessante do bem. 
Não olvides a assertiva do Mestre. Aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus. Renasce agora em teus propósitos, deliberações e atitudes, trabalhando para superar os obstáculos que te cercam e alcançando a antecipação da vitória sobre ti mesmo, no tempo...
Mais vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã.   

Chico Xavier/ Emmanuel 


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sábado, 3 de dezembro de 2016

Política não é profissão

Por: Sérgio Cruz Lima, 

Em janeiro de 2017, prefeitos e vereadores eleitos no corrente ano assumem os mandatos conferidos pelo povo. Antes, porém, que os novos mandatários sejam empossados em seus cargos, gostaria de ver tremulando entre eles alguma faixa saneadora, talvez uma espécie de vocativo contra a corrupção.

É uma lástima que esse negócio de eleição brasileira seja sempre assim tão competitivo, tão caótico, tão extenuante quanto uma maratona olímpica. Nunca se viu tanta disputa por uma cadeira nos plenários da dita "representação popular". A cada eleição legislativa cresce, e muito, o número de candidatos que procuram uma boquinha bem remunerada. Na última eleição municipal, em outubro, mais de 20 mil sôfregos pretendentes consolidaram a pergunta que não quer calar: "Afinal, o que há de tão atraente nessas cadeiras legislativas que justifique um investimento às vezes milionário?".

As cidades cresceram. Os candidatos e os eleitores se multiplicaram. Hoje já não se pode reunir os representantes do povo ao redor de uma miniassembleia, como na antiga Eclésia, na ágora ateniense, onde possivelmente tenha nascido o parlamento, no século V antes da era cristã. Atenas era um espaço social modesto, uma polis, a cidade-estado grega, cujo território não ultrapassava parte da área urbana de Pelotas.

A democracia grega foi uma instituição peculiar. A ágora cabia no Café Aquarius e o eleitorado enchia, no máximo, uma camioneta Kombi. As mãos a apertar eram poucas. Pouquíssimas! As crianças a beijar simplesmente inexistiam; elas eram confinadas no gineceu. Péricles, o maior político ateniense, eleito e reeleito estratego, sem ter beijado crianças, terá apertado um número muito menor de mãos do que um candidato a vereador em Capão do Leão.

Mas - por Deus! - não devemos chorar pelo país que emergiu das urnas ou o que ressurgirá em 2017. A democracia, caro leitor, não é somente uma eleição: a democracia é um processo, com suas teses e antíteses.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

PEC 241 CONGELA GASTOS SOCIAIS POR 20 ANOS

"A Proposta de Emenda Constitucional 241 do governo de Temer é absolutamente irracional e ataca as camadas mais pobres da população que dependem de serviço público para estudar, tratar da saúde, acessar serviços de assistência social,programas habitacionais, de segurança e tantas outras áreas", alertou o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) nesta semana, em Brasília.
A PEC 241 congela toda evolução de investimentos públicos nos próximos 20 anos. Para o parlamentar gaúcho se a medida for aprovada  será um disparate para o país. 'Vamos lutar até o último minuto para evitar a aprovação dessa matéria tão danosa para o futuro do Brasil', declarou. A previsão de votação é para a próxima segunda-feira (10).

PEDIDO DE LIMINAR
A Líder da Minoria, Jandira Feghali, e os líderes do PCdoB e PT,  e outros parlamentares protocolaram nesta sexta-feira (07) no STF Mandado de Segurança pedindo que seja concedida liminar suspendendo a tramitação da PEC 241/16.  PETIÇÃO número 56662/2016.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Dr. Orfelino publica nota de esclarecimento no Facebook

Fiquei surpreso e bastante lisonjeado com a quantidade de manifestações (postagens, curtidas, comentários e compartilhamentos) sobre a notícia veiculada no FaceBook, por minha, paciente, amiga e comadre Maria de Fátima Kneip Pagel, conforme citado na íntegra logo abaixo:

“Onde estamos.... ditadura aqui em São Lourenço do Sul? A Santa Casa é do Povo deste município e não de uma minoria que emprega família!!! Não podemos compactuar com este tipo de represália. Um alerta a população e as pessoas de bem. DEMITIRAM UM PRIFISSIONAL DE EXTREMA EXPERIÊNCIA, COMPETENCIA E DEDICAÇÃO, que sempre defendeu a na nossa Santa Casa. DR Orfelino Guimarães da Silveira, palavras são muitas para falar do seu trabalho, tanto que foi aprovado por unanimidade, na Câmara de Vereadores, O titulo de Cidadão Sul Lourenciano. Este ato demostra o radicalismo e discriminação. Não vamos nos calar!!! - Maria de Fátima Kneip Pagel”

Tentarei esclarecer a população e principalmente as manifestações variadas que foram postadas do que realmente aconteceu e as causas alegadas:

1. Abandonei o plantão do Pronto socorro há quase dois anos por vontade própria visto que já exerci essa função por 35 anos.

2. Fui sumariamente demitido dos 'plantões da maternidade da Santa Casa de Misericórdia' de SLS pelo seu presidente Sr. José Ney Pereira Lamas, em 27 de setembro pp.; o que significa que não posso mais atender pelo SUS, (ou seja não serei mais remunerado por esses procedimentos). Não foi por vontade própria como alguns se manifestaram, pois adoro atender minhas parturientes, como já provei durante esses 37 anos de trabalho ininterrupto.

3. Independente disso continuarei pertencendo ao Corpo Clínico, bem como presidindo o Conselho de Ética Médica deste nosocômio e atendendo todos os casos de (Convênios UNIMED, IPERGS, BANRISUL e PARTICULAR, etc., exceto para atendimentos pelo SUS).

4. Continuarei atendendo normalmente no Posto de Saúde Central, como sempre atendi, sem qualquer alteração; bem como continuarei atendendo em meu Consultório Particular à Rua Mariz e Barros, 1600 – de segunda a sexta - todas as tardes e eventualmente pela manhã.

5. Continuarei residindo no mesmo endereço Rua Barão do Triunfo, 898.

6. As causas alegadas pelo presidente da Santa Casa como sendo os motivos para a minha demissão foram pessoais e, a meu ver, fúteis e inconsistentes (resumindo ‘picuinhas’); sendo todas as alegações no: “- OUVI DIZER!”. 

Nada do que foi alegado teve conotação com minha conduta profissional, técnica ou ética. Observei muitas manifestações com elogios e algumas críticas. Alguns dos elogios até exagerados e algumas críticas, que discordo mas respeito com muita humildade; porém o cunho político-partidário que algumas pessoas tentaram colocar, realmente, não acredito. 

Não poderia me aproveitar da situação dúbia da relação (minha demissão/momento político) para promover ou desmerecer seja qual for o partido.

Não acredito nessa vinculação, mas como estamos em período pré-eleitoral, “tudo é possível” não podendo afastar totalmente tal hipótese, visto que, SEMPRE que pude, me manifestei ANTI PT.

domingo, 28 de agosto de 2016

Procuram-se voluntários

Cristiane da Fonseca*

No momento atual, a situação do Brasil e do mundo requer a união de esforços para a solução dos problemas sociais. Nosso país é um dos campeões em desigualdades sociais. O governo, sozinho, não conseguirá resolver todos os problemas. Portanto, a participação das empresas nesse setor torna-se relevante.

As corporações possuem recursos e expertise, o que possibilita que elas façam uma contribuição efetiva para transformar a comunidade onde estão instaladas nos campos da educação, saúde e cultura. Diferentemente de períodos anteriores, é importante que as empresas se organizem para transcender questões paternalistas, trazendo metodologias com foco em resultados e planejamento estratégico.

E o ponto crucial desse sucesso do voluntariado passa pelo colaborador. A empresa precisa ter ações de mobilização junto aos funcionários. As iniciativas devem ser feitas para que a equipe sinta que terá todo o apoio necessário para mergulhar nessa nova realidade. Criado o grupo de voluntários, deve-se levar em conta que o trabalho de campo junto aos moradores precisa ser marcado pela gestão participativa. O primeiro passo é o estabelecimento do diálogo com a comunidade para o real entendimento das carências e prioridades, e de que forma o colaborador poderá atuar para que a ação seja efetiva e o projeto social implantado.

Os benefícios para o colaborador que se torna membro de um trabalho voluntário são inúmeros. Ele terá a capacidade de desenvolver novas habilidades, como trabalho em equipe, lidar com o diferente, ampliar a resiliência, despertar a consciência social, entre outros fatores. Na prática, ele sai de sua zona de conforto para se destacar num papel mais proativo dentro da sociedade em que vive.

O colaborador pode deixar uma herança de profundas transformações na comunidade. Esse trabalho é chamado de voluntariado transformador, responsável por deixar um legado que colabora na transformação de indivíduos e comunidades, capaz de superar o assistencialismo puro, ensinando o indivíduo a pescar no lugar de dar o peixe. É uma linha de ação que trabalha no empoderamento das pessoas, potencializando as habilidades para que elas tomem suas próprias decisões no futuro.

A tendência é que o voluntariado transformador seja seguido pelas empresas. O grande sonho é que ele passe a fazer parte dos hábitos de rotina do cidadão no Brasil. O país está aquém no número de voluntários para causas mais estratégicas e uma mudança na cultura do cidadão pode fazer com que o serviço de voluntariado transformador ganhe mais espaço para ajudar na diminuição das desigualdades sociais que tanto marcam nossa sociedade.

*Cristiane da Fonseca é coordenadora de Responsabilidade Social do Instituto Positivo.

sábado, 27 de agosto de 2016

O valor do Sorriso

Senhor, não permita jamais que eu me esqueça de sorrir com o coração e sorrir muito todos os dias!
Quando raiar o sol e meus olhos se abrirem para a vida, que o sorriso seja o meu primeiro louvor, agradecendo o novo dia que amanhece!
Em meu lar, que seja ele o precursor da palavra serena e do diálogo amistoso, para que meus familiares, assim como eu, possam iniciar o seu dia entre as melhores vibrações de paz e bom ânimo!
 Sem a claridade do riso, tudo é mais triste, sombrio.
Sem a bênção da alegria, os semblantes são frios e as palavras rudes, qual que imensa desolação envolvesse a todos, negando-lhes desenvoltura e euforia acompanhantes obrigatórios das determinações felizes!  
Sorrir alivia o coração e desafoga a alma, recolocando harmonia e pacificação no lugar da irritação e do mau humor. Trazer a luz do sorriso no rosto é iluminar estradas e transeuntes, fazendo de seu portador um pequenino imã a atrair simpatia e cooperação...
Aquele que sorri sinaliza o Bem, aonde quer que esteja. 
Abençoa-me hoje, Senhor, e faz de mim um foco de alegria a espargir o melhor aos meus companheiros de estrada,  para que amanhã, quando eu estiver triste e desanimado, o sorriso que eu despertei nos outros possa ser o remédio salutar que me trará de volta a vontade de viver e lutar, porque o sorriso é assim como um raio de luz: embora pequeno transpassa todas as sombras, e onde toca sempre produz calor, alegria e 
Refazimento...

Chico Xavier/André Luiz 

A ARTE DE SABER AMAR
Encontro de Casais Espíritas  
FACILITADORA: Georgina Valente  – FERGS 
QUANDO: 03setembro – sábado 
HORÁRIO: 9 às12h das 14 às 16h30min.  
LOCAL:  sede da LEP
ENTRADA FRANCA



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quinta-feira, 14 de julho de 2016

Artigo - O Ciúme

 O ciúme é um sentimento perturbador, que aflige a maioria das criaturas e alcança algumas outras espécies animais. Trata-se de uma emoção que se deriva do medo de perder-se a pessoa amada ou os objetos, posições e relacionamentos conseguidos ao longo da existência. É muito variável o seu grau de manifestação, apresentando-se de maneira sutil e simples até os casos mais graves de transtorno psicológico e mesmo mental, quando se transforma em fixação patológica.
O ciúme tem causas diversas, desde a infância, nos complexos de Édipo e de Electra, quando a criança ama o genitor do mesmo sexo e tem medo de perdê-lo. Noutros casos, são fenômenos de falta de autoestima e de ausência de segurança pessoal, por não acreditar nos próprios valores que lhe parecem insignificantes, facilmente superados pelos de outras pessoas.
Famílias desajustadas em que são demonstradas afeições diferenciadas entre os seus membros, com a eleição de uns em detrimento de outros, respondem a conflitos e recalques de autodesvalorização e medo. O ciúme transtorna a vida de quem o padece e agasalha, assim como daquele que lhe padece o aguilhão, porquanto a sua morbidez atormenta a ambos, envolvendo também outrem que lhe seria o causador.
Mesmo nas suas expressões mais simples, tem tendência de tornar-se destruidor, pela ausência de confiança e pelos tormentos que produz no paciente, inspirando-lhe, muitas vezes, crimes tenebrosos, a fim de livrar-se da situação. O ciúme é filho espúrio do egoísmo na sua faina de querer sempre para si, de não repartir emoções nem posses, encastelando-se em territórios de congelamento afetivo.
Pode-se facilmente superá-lo, quando os parceiros se resolvem pela honestidade do diálogo esclarecedor, oferecendo, cada um a seu turno, segurança e paz, defluentes do próprio ato de amar. Em casos mais graves deve-se recorrer à psicoterapia, a fim de libertar-se desse gigante da alma que alucina. O verdadeiro amor não se deixa corroer pela insegurança do ciúme. 

CURSO PASSE 
INÍCIO: 01 de agosto
QUANDO: segundas-feiras
HORÁRIO: 19:30 às 21:30   
LOCAL:  sede da LEP
INSCRIÇÕES ABERTAS:  na Lep. 


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sexta-feira, 8 de julho de 2016

Artigo: Lealdade

A cultura moderna imediatista e o comportamento humano apressado são responsáveis pela falta de lealdade em nossa sociedade. As redes sociais e outros veículos de notícias, com as exceções compreensíveis, têm contribuído para o exibicionismo narcisista, as fugas psicológicas dos conflitos para as apresentações fantasiosas, num insensato disputar pela fama, mesmo que se utilizando de recursos inadequados, quando não agressivos e vulgares. 
Faz-se de tudo para tornar-se notícia, ser comentado, invejado... Em consequência, os relacionamentos sociais são ligeiros, sem profundidade nem significado, numa coisificação que se torna tormentosa, especialmente no que diz respeito ao prazer: fumo, álcool, sexo em desvario e drogas ilícitas. A correria desenfreada para as novidades não permite os relacionamentos afetivos que tenham significado e contribuam para a lídima união das criaturas, deixando-as sempre em suspeição, angústia e medo de serem descartadas quando menos esperam. A lealdade desaparece sob o véu da mentira e da malversação de valores éticos, produzindo insegurança e mal-estar. 
Os sentimentos saudáveis, que constituem base de sustentação dos afetos, apresentam-se conflitivos, e suspeitas, fundamentadas ou não, passam a perturbar o equilíbrio mental, instalando desconfianças que terminam em lamentáveis discussões, separações e crimes lamentáveis... O culto ao ego e ao prazer substitui todas as outras formas de aquisição elevada, por proporcionarem resposta imediata, enquanto os deveres em relação ao Espírito que se é, são postergados para a quadra da velhice, ou para os dias severos das enfermidades, quando se esperam milagres inexistentes. 
Jesus proclamou o amor como solução para todos os problemas, no entanto, eis que esse nobre desafio foi transformado em interesse subalterno. 
Aja sempre com dignidade mesmo quando aparentemente enganado, descartado, tendo a honra de ser você aquele que é vítima, aquele que ama.  

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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Artigo: BANQUETE TRIBUTÁRIO

A Constituição do Brasil prevê a criação do imposto sobre grandes fortunas que desde 1988 espera regulamentação. No Congresso Nacional há diversos projetos de lei engavetados, desde o do ex-senador Fernando Henrique Cardoso apresentado em 1989 aos de vários deputados apresentados até 2008. Sua criação, porém, é sempre ventilada em momentos de crise, que termina por não passar da própria discussão. É o que acontece mais uma vez agora: falou-se em sua criação e já parou por aí mesmo.
A discussão sempre esbarra no conceito do que é ser rico no Brasil. Por isto, é muito mais fácil fazer incidir impostos sobre os contribuintes em geral. Todavia, a Receita Federal divulgou relatório em que os 66.596 declarantes do imposto de renda em 2007, que percebiam acima de 160 salários mínimos concentravam 15,8% da renda total e 22,2% da riqueza declarada. Em 2013 esse número subiu para 71.440 pessoas, com renda mensal em valor atual de no mínimo R$ 126.080,00.
Os dados revelam ainda que quem está nas camadas mais altas de renda paga menos imposto, proporcionalmente à sua renda. Em 2013, do total de rendimentos da faixa que recebe acima de 160 salários mínimo (R$ 126.080,00), 35% foram tributados. Na faixa dos que recebem de 3 a 5 salários (R$ 2.364,00 a R$ 3.940,00), mais de 90% foram alvos de pagamento de imposto.
Dados desta natureza impõem a rejeição da CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, com a qual se quer tributar os que estão nas faixas acima de 3 salários mínimos. E mais quando a Presidente da República afirma de que necessita apenas de uma alíquota de 0,20% para resolver o problema da Previdência Social, mas faz uma proposta indecente aos governadores aliados para orientarem suas bancadas no sentido de uma aprovação de alíquota de 0,38% para destinação da diferença aos seus Estados. E mais ainda, por um período de 4 anos, quando o rombo orçamentário é para apenas o ano de 2016.
Ora, tal proposta aparenta corrupção. O contribuinte se vê assim terrivelmente lesado, quer pelo Congresso por não cumprir com suas obrigações funcionais, quer pela Presidente por transformar suas rendas em banquete tributário. Já chega de tanto desrespeito ao contribuinte sufocado pela sanha irresponsável de gastos públicos.

Professor Ailton Elisiário
prof.elisiario@uol.com.br

terça-feira, 9 de junho de 2015

Juros exagerados desacreditam política econômica e ajuste fiscal

                    Levi Ceregato*
  Aos olhos dos empresários e da sociedade, ao manter os juros reais mais altos do mundo, autoridades monetárias sinalizam não acreditar na política econômica e nos efeitos positivos do ajuste fiscal em curso. A Selic exagerada retroalimenta a crise!                                                 
Na atual conjuntura de crise, é inútil a contínua elevação da taxa de juros, pois os efeitos na contenção dos índices inflacionários vêm se mostrando nulos, enquanto os danos à economia, às empresas e às famílias tornam-se cada vez mais graves. Tanto que, embora há meses a Selic tenha superado a alta barreira dos 13%, não se observaram ainda efeitos práticos quanto ao recuo da inflação, mas o impacto nos setores produtivos tem sido grande.
Num momento de retração como o que estamos vivendo, as sinalizações da política econômica são importantes para estimular uma reação ou retroalimentar a crise. Quando o Copom mantém juros tão elevados, com a maior taxa real do mundo, a leitura do empresariado e dos consumidores é a de que as próprias autoridades monetárias estão jogando a toalha, descrentes na capacidade de o Brasil vencer o combate contra a recessão.
Não podemos ser nocauteados pelos nossos próprios erros! Nesse sentido, teria sido importante que o Copom reduzisse substancialmente a taxa na reunião de 3 de junho. Uma Selic menor  passaria à sociedade mensagem de confiança na política econômica, na capacidade de superação do país e no ajuste fiscal em curso (este sim, se aplicado de modo correto, é ferramenta eficiente contra a inflação). Ao mantê-la em níveis tão elevados, o Comitê negou implicitamente tudo isso, contribuindo para um efeito psicológico de agravamento das dificuldades.  
Em tempo: na sondagem do primeiro trimestre, o Índice de Confiança da indústria gráfica apresentou queda de sete pontos em relação ao quarto trimestre de 2014, atingindo o índice de 41,1,  em uma escala de 0 a 100; cálculos da Abigraf Nacional, entidade represetativa da atividade,  com base na Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, mostram que a produção física do setor recuou 3,7% no acumulado de janeiro a março, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Está redondamente enganado quem imagina que os juros estratosféricos, dentre outros fatores, nada tem a ver com tais indicadores...
*Levi Ceregato é presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional).