sexta-feira, 3 de julho de 2020

COVID-19 - Região de São Lourenço do Sul entra na bandeira Vermelha

Com a piora nos indicadores de propagação da Covid-19 e da ocupação de leitos, o mapa do Rio Grande do Sul pode ficar ainda mais vermelho. A atualização preliminar da 9ª rodada do Distanciamento Controlado indica que 10 regiões estão com risco alto, por isso, receberam bandeira vermelha. Embora representem metade das 20 regiões usadas no modelo, somam 73,4% da população gaúcha (8.310.854 habitantes). Na rodada anterior, eram seis regiões, que representavam 46,1% dos gaúchos. As bandeiras definitivas serão divulgadas na segunda-feira (6/7).

As outras 10 regiões ficaram com laranja (risco médio). O Estado segue sem registro de bandeira preta (risco altíssimo), mas, pela primeira vez, nenhuma região foi classificada em amarelo (risco baixo).

O mapa preliminar da 9ª rodada foi divulgado pelo governo no fim da tarde desta sexta-feira (3/7) e está disponível em https://distanciamentocontrolado.rs.gov.br. No prazo de 36 horas após a publicação do mapa preliminar, que se encerra às 6h de domingo (5/7), os municípios que quiserem apresentar recursos sobre as classificações podem preencher o formulário neste link: https://forms.gle/TsRhgUKJhQSJUP5T9. Aqueles que se enquadrarem na Regra 0-0 e podem adotar protocolos de bandeira laranja não precisam protocolar recurso.

Na segunda-feira (6/7), o Gabinete de Crise analisará os dados enviados e rodará o mapa novamente e, à tarde, divulgará as bandeiras definitivas, que serão vigentes de 7 a 13 de julho.

Conforme a análise preliminar, seis regiões tiveram piora na classificação final e, portanto, terão maiores restrições de suas atividades.Taquara registrou a mudança mais drástica: a região estava com bandeira amarela e passou direto para vermelho. Palmeira das Missões, Pelotas, Erechim e Caxias do Sul, que estavam com bandeira laranja, também migraram para vermelha. Bagé, que estavam em amarelo, foi para laranja.

Cinco regiões permaneceram sem alteração. Porto Alegre, Capão da Canoa, Novo Hamburgo e Canoas, por terem sido classificadas em vermelho pelo menos duas vezes no período de 21 dias, mesmo que apresentassem melhora nos dados, não poderiam ter regressão no nível de restrição, com isso, seguem com bandeira vermelha. Passo Fundo não apresentou melhora nem piora no cálculo dos indicadores e permanece com vermelha.

A única região que apresentou redução de risco foi Santo Ângelo, passando de vermelho para laranja. As demais regiões não tiveram alteração na sua bandeira final e permanecem com bandeira laranja.

Regra 0-0

Dos 307 municípios que compõem as áreas com bandeira vermelha, 177 cidades não tiveram registro de hospitalização e óbito por Covid-19 de morador nos 14 dias anteriores ao levantamento. Por isso, eles se adequam à chamada “Regra 0-0” e podem adotar protocolos previstos na bandeira laranja por meio de regulamento próprio.

Basta que mantenham atualizados os registros nos sistemas oficiais e adotem, por meio de decreto, regulamento próprio, com protocolos para as atividades previstas na bandeira laranja. São 998.869 pessoas (8,8% do total do RS) que estão nesta condição.

Clique aqui e confira a lista de municípios que poderá aplicar protocolos da bandeira laranja, mesmo em região com classificação vermelha.

Trava de segurança

A região de Passo Fundo, se mantida com bandeira vermelha após o período de recursos da 9ª rodada, estará inserida na trava de segurança prevista no Distanciamento Controlado, que tem objetivo de garantir a segurança da população da região.

A regra determina que regiões classificadas em vermelho por dois períodos consecutivos ou alternados dentro do prazo de 21 dias tenham de ficar duas semanas consecutivas com bandeira vermelha mesmo que os indicadores regionais apontem para restrições menos severas.

Para que as regiões de Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo e Capão da Canoa, que já estão cumprindo a determinação nesta rodada, e Passo Fundo, caso se enquadre na trava, recebam bandeira menos restritiva, elas deverão ficar pelo menos duas rodadas com redução de cor para sair da bandeira vermelha.


PRINCIPAIS DADOS DA 9ª RODADA

• O número de novos registros de hospitalizações Síndrome Respiratório Aguda Grave (SRAG) de confirmados Covid-19 aumentou 19% entre as duas últimas semanas (611 para 729);
• O número de internados em UTI por SRAG aumentou 27% no Estado entre as duas últimas quintas-feiras (459 para 582);
• O número de internados em leitos clínicos com Covid-19 no RS aumentou 16% entre as duas últimas quintas-feiras (478 para 554);
• O número de internados em leitos de UTI com Covid-19 no RS aumentou 36% entre as duas últimas quintas-feiras (307 para 418);
• O número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid-19 no RS aumentou 5% entre as duas últimas quintas-feiras (de 624 para 653);
• O número de óbitos por Covid-19 aumentou 15% entre as duas últimas quintas-feiras (de 120 para 138);
• As regiões com maior número de novos registros de hospitalizações nos últimos sete dias, por local de residência do paciente, são Porto Alegre (227), Novo Hamburgo (91) Caxias do Sul (83), Passo Fundo (69) e Canoas (64).

SITUAÇÃO GERAL DA 9ª RODADA

O número de novos registros de hospitalizações por Covid-19, nos últimos sete dias, comparado com a semana anterior, apresentou aumento de 19%, passando de 611 para 729. O número de internados em UTI por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) cresceu 27%, passando de 459 para 582. O mesmo se observa com o número de internados em leitos clínicos para Covid-19, que passou de 478 para 554 internações – crescimento de 16%. Para as internações em UTI confirmadas para Covid-19, o aumento foi de 36%, passando de 307 para 418.

O agravamento também é observado no número de casos ativos na última semana, que chegou a 4.281, frente aos 3.340 da semana anterior. Por fim, com relação ao número de leitos de UTI livres no último dia, o número subiu de 624 para 653, com a abertura de 80 leitos ao longo da semana.

O agravamento do indicador de capacidade de atendimento (número de leitos de UTI livres para cada ocupado por pacientes Covid-19), mensurada no Estado como um todo, segue em ritmo acelerado, sinalizando elevada preocupação. Na rodada anterior o indicador obteve bandeira vermelha e, nesta semana, a mensuração ficou próxima de ser definida como bandeira preta.

Este indicador nos permite acompanhar a capacidade de resposta da rede hospitalar para atender a população que necessita de atendimento neste nível de atenção. No entanto, é um indicador que também está diretamente relacionado ao avanço da doença no Estado, uma vez que quanto maior o número de casos ativos, maior o número de pacientes que necessitarão de atendimento hospitalar e maior o risco de pressão no sistema de saúde.

Mesmo com todas as ações de ampliação de leitos de UTI no Estado, o avanço na evolução da Covid-19 sinaliza risco alto de pressão ao sistema de saúde e a necessidade de se ampliar ainda mais a conscientização da população em seguir os protocolos de distanciamento, a fim de que seja possível seguir nas ações de ampliação da rede e, principalmente, para continuar garantindo o acesso adequado do paciente aos leitos hospitalares e de UTI no tempo oportuno.

MUDANÇAS REGIONAIS DA 9ª RODADA

Porto Alegre

Além da situação agravada pelos indicadores mensurados pela macrorregião, o número de hospitalizações confirmadas para Covid-19 registrado nos últimos sete dias apresentou crescimento de 11% entre as duas semanas, passando de 204 para 227. Com isso, o indicador apresentou melhora entre as duas análises, passando de bandeira preta para laranja. Porém, destaca-se que a quantidade de novas hospitalizações em proporção da população ainda é elevada, refletindo na bandeira preta para o indicador de incidência na região.

Ainda se observa crescimento em outros três indicadores de avanço da doença. O número de internados em UTI por SRAG no último dia variou de 163 para 225 entre as duas semanas. O indicador de internados em UTI confirmados para Covid-19 cresceu 37%, passando de 124 para 170. Por último, o indicador de internados em leitos clínicos Covid-19 variou de 196 para 219.

O indicador que mede o Estágio da Evolução, resultante da razão entre ativos e recuperados obteve leve melhora, passando para avaliação de risco médio (laranja). O de Projeções de Óbitos e de hospitalizações em relação a 100 mil habitantes, na última semana, se manteve em avaliação de risco máximo (preta).

Canoas

A região de Canoas é a que obteve a maior média ponderada entre todas regiões Covid, em valor de 2,14. Os registros de hospitalizações confirmadas para Covid-19 cresceram 56% entre as duas semanas, passando de 41 para 64 hospitalizações. O avanço acompanha a tendência que levou a região à bandeira vermelha há duas semanas, pois se trata da velocidade do avanço da pandemia e dos efeitos que podem permanecer por mais semanas.

Da mesma forma, na região o número de internados em UTI por SRAG no último dia passou de 31 para 42 entre as duas semanas. Para o indicador de internados em UTI confirmados para Covid-19, o crescimento foi de 68%, variando de 19 para 32 Com relação ao número de pacientes Covid-19 em leitos clínicos, o aumento foi de 9,5%, (de 42 para 46 internados).

Na razão entre os casos ativos na semana e recuperados nos 50 dias anteriores ao início da semana, o indicador se manteve em bandeira preta. No caso do número de hospitalizações confirmadas para Covid-19 nos últimos sete dias para cada 100 mil habitantes, o indicador se manteve em bandeira preta, com a razão passando de 5,17 para 8,07.

Pelotas

A região de Pelotas atinge pela primeira vez a situação de bandeira vermelha. Dos indicadores de velocidade do avanço da macrorregião, o de hospitalizações confirmadas para Covid-19 entre as duas semanas e o de pacientes Covid-19 em leitos de UTI no último dia obtiveram bandeira preta nesta semana.

A quantidade de hospitalizações confirmadas para Covid-19 registradas nos últimos 7 dias, na região, aumentou 144% entre as duas semanas, passando de 9 na semana anterior para 22 na atual. O número de internados por SRAG em UTI (de 13 para 17), o número de internados em leitos clínicos Covid-19 (de 8 para 12) e de internados em leitos de UTI Covid-19 (de 9 para 15) cresceram na macrorregião.

Com o aumento no número de casos e de hospitalizações, a região segue agravada pelos indicadores de estágio da evolução na região e de Incidência de Novos Casos sobre a População. A Capacidade de Atendimento da macrorregião e, assim como as demais regiões Covid-19, pelo

impacto da bandeira vermelha no indicador de Capacidade de Atendimento mensurada pelo Estado como um todo, foram fatores que contribuíram para a elevação de risco na região.

Portanto, o indicador de leitos de UTI livres divido pelos leitos de UTI ocupados por pacientes Covid-19, mensurado para a macrorregião, atingiu situação de bandeira laranja (com 2,71 leitos de UTI adulto livre para cada leito de UTI adulto ocupado por Covid-19 na região).

PIORA EM BAGÉ

Agravada pela piora nos indicadores da macrorregião, a região de Bagé atinge novamente situação de bandeira laranja. Apesar de que os indicadores da região de hospitalizações registradas confirmadas para Covid-19, de estágio da evolução na região e de incidência sobre novos casos sobre a população não tenham nenhuma atingido bandeira vermelha, observou-se também uma alteração de bandeiras de amarela para laranja entre as semanas.

A região apresentou um aumento no número de casos ativos na última semana, passando de 5 para 16 casos. O número de internados em UTI por SRAG aumentou de 2 pacientes para 5. Nos indicadores de internados Covid-19 em leitos clínicos e UTI, a situação foi de pequena alteração.

MELHORA EM SANTO ÂNGELO

Após uma semana em situação de bandeira vermelha, a região de Santo Ângelo teve seu grau de risco diminuído, voltando a classificação de bandeira laranja, uma vez que melhoraram os indicadores em termos de ocupação e de leitos de UTI livre por pacientes Covid-19.

Pelos números da última sexta-feira, a região reduziu o número de hospitalizações registradas para Covid-19 nos últimos 7 dias em 21%, passando de 19 para 15 entre as duas semanas. A ocupação de UTIs por pacientes SRAG aumentou de 6 para 8 pacientes, mas o número de internados em leitos clínicos e em UTI, confirmados para Covid-19, reduziram (de 11 para 9 e de 4 para 1, respectivamente). A capacidade de atendimento da macrorregião é também um dos fatores positivos, apresentando bandeira amarela nos indicadores de Capacidade de Atendimento e de Mudança da Capacidade de Atendimento.

ENTENDA O DISTANCIAMENTO CONTROLADO

Com base em evidências científicas e análise de dados, o modelo de Distanciamento Controlado – que está oficialmente em vigor desde 10 de maio, com o Decreto 55.240 – tem o objetivo de equilibrar a prioridade de preservação da vida com uma retomada econômica responsável em todo o Rio Grande do Sul.

Para isso, o governo dividiu o Estado em 20 regiões e mapeou 105 atividades econômicas. A partir de um cálculo que leva em conta 11 indicadores, segmentados em dois grupos – propagação do vírus e capacidade de atendimento de saúde –, determinou a aplicação de regras (chamados de protocolos) mais ou menos restritas para cada segmento de acordo com o risco calculado para cada região.

Conforme o resultado do cruzamento de dados divulgados de forma transparente, cada local recebe uma bandeira nas cores amarela (risco baixo), laranja (médio), vermelha (alto) ou preta (altíssimo).O monitoramento dos indicadores de risco é semanal.

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