O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Luiz Antônio Bonat, aceitou a denúncia da força-tarefa da Operação Lava-Jato contra o ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT). O ex-parlamentar é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de receber propina para proteger empreiteiros durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras em 2014. O ex-deputado nega as acusações e afirma que são fruto de "uma grande mentira".
O petista era relator da comissão. O caso chegou a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF), em razão da prerrogativa de foro de Maia à época, mas foi encaminhado para a primeira instância após ele não conseguir se reeleger. A denúncia é por corrupção passiva.
Conforme a Lava-Jato, a construtora OAS teria se comprometido a repassar pelo menos R$ 1 milhão, em espécie, ao ex-parlamentar. O MPF rastreou supostos pagamentos de R$ 400 mil, em 31 de julho de 2014, e R$ 300 mil, em 30 de setembro de 2014.
Ao receber a denúncia, Bonat lembra que outro ex-parlamentar já foi condenado por blindar empreiteiros.
“Um dos membros das duas comissões parlamentares de inquérito e, especificamente, da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, da qual foi vice-presidente, era o ex-senador da República Jorge Afonso Argello (Gim Argello). Foi ele processado e julgado perante este Juízo na ação penal 5022179-78.2016.4.04.7000 (evento 495), por ter, comprovadamente, solicitado e recebido vantagem indevida das empreiteiras UTC, OAS e Toyo Setal, com a finalidade de que empreiteiras e seus dirigentes fossem protegidos na investigação”.
Outras quatro pessoas também se tornaram réus na ação contra Maia.
Contraponto
A GaúchaZH, o ex-deputado afirmou que a denúncia é uma "grande mentira que vem sendo contada há cinco anos" e que encara a decisão judicial como uma "oportunidade".
— Grande mentira. Vem sendo contada há cinco anos, fruto da delação de um bandido, chamado delcídio amaral, e confirmadas por indivíduos indiciados por mim na CPMI da Petrobras em 2014. Foram mais de 50 pessoas indiciadas. Não traz absolutamente nenhuma novidade, são falas de delatores contra meus argumentos (na época da CPI) de que não havia proteção alguma a empreiteiros. Não autorizei ninguém a recolher recursos no meu nome. Não conheço as pessoas citadas como meus representantes. Encaro como uma oportunidade para comprovar as mentiras que estão sendo contadas pelos delatores — declarou Marco Maia. (ZH)
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