sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Ex-deputados prestam depoimento sobre possível motivação política para o assassinato de Marielle

O diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Antônio Ricardo, afirmou que os depoimentos dos ex-deputados estaduais Paulo Mello e Edson Albertassi, nesta quinta-feira, têm relação com uma possível motivação política nos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Presos no Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste carioca, desde novembro de 2017, os dois foram levados à sede da Delegacia de homicídios da capital, na Barra da Tijuca.

Os então parlamentares estaduais foram presos preventivamente em outro processo sob suspeita de recebimento de propina de empresas de ônibus. Os fatos foram investigados na Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato no Rio.

Mello e Albertassi tiveram a condenação por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa confirmada em março pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

Segundo Antônio Ricardo, que acompanhou os depoimentos, os dois são testemunhas de uma linha de investigação.

“Eu não vou entrar em detalhes da motivação, mas seriam ligados a motivações políticas. E o conteúdo, nós vamos manter em sigilo o que eles falaram. Eles citaram algumas pessoas que vão ser ouvidas no decorrer da investigação”.

O diretor Antônio Ricardo ainda afirmou que a possível federalização do caso Marielle seria prejudicial às investigações.

No último dia como procuradora-geral da República, Raquel Dodge pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a federalização do Caso Marielle, mas a corte ainda não se definiu sobre a matéria.

“Vai haver prejuízo muito grande, porque o que já produzimos de informação, de documentos apreendido que ainda estão sob análise, só essa leitura pelos novos policiais que eventualmente passem a seguir na investigação, vai ser uma perda inestimável. Porque esse tempo é precioso. Nós temos mais de 30 volumes já produzidos”.

Na segunda fase das investigações, a polícia tenta identificar se houve um mandante para o crime. Para a polícia, não há dúvidas de que os executores foram o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz, presos em março deste ano, dois dias antes do crime completar um ano.

No último dia 03 de outubro, a polícia prendeu outras quatro pessoas, também acusadas de envolvimento na morte de Marielle e Anderson. Entre elas, a mulher de Ronnie, Elaine Lessa, e o cunhado dele, Bruno Figueiredo, que teriam agido para ocultar a arma usada nos assassinatos.
EBC

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