Mais uma vez São Lourenço do Sul se destaca pelas experiências da gestão pública que trazem resultados positivos para a comunidade. Gestantes, mães e crianças lourencianas contam com uma rede de atenção à primeira-infância que é destaque nacional. Implantado desde 2006, o Programa Primeira Infância Melhor, em especial o atendimento às comunidades quilombolas, servirá de modelo nacional para os secretários municipais de saúde.
Na sexta-feira (18), o município recebeu a visita de uma equipe do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) que esteve conhecendo a experiência lourenciana e gravando um minidocumentário. Segundo a equipe, a iniciativa tem como objetivo produzir uma série de vídeos – webdocumentários com até 10 minutos – para aumentar a visibilidade de práticas exitosas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, os vídeos devem ser exibidos para os novos gestores, com o intuito de motivá-los e inspirá-los a adotar estas práticas. A princípio, o projeto contemplará cinco experiências, selecionando uma experiência de cada região do país.
Conheça a experiência de São Lourenço do Sul na atenção à primeira-infância
Desde 2006, São Lourenço do Sul conta com o Programa Primeira Infância Melhor (PIM), política estadual regulamentada pela Lei 12.544/2006. A iniciativa tem oportunizado orientação às famílias, a partir de sua cultura e atividades lúdicas, sobre o desenvolvimento das crianças de zero a seis anos nas quatro áreas de conhecimento: capacidades físicas, intelectuais, sociais e emocionais do ser humano. O programa começou a ser desenvolvido na zona urbana, contribuindo para o trabalho desenvolvido nas Unidades Básicas de Saúde com a captação de gestantes, o acompanhamento da vacinação em crianças de até um ano, o acompanhamento de grupos de mães e bebês, em especial a redução da mortalidade infantil, além de outras ações.
O PIM potencializou o trabalho desenvolvido nas Unidades Básicas de Saúde do município em parceria com as equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF). Os agentes comunitários de saúde, que passaram a atuar no território, auxiliam na identificação das famílias com perfil para atendimento do PIM, aumentando a cobertura do programa no município que atua integrado a outras ações e programas, como a saúde mental e os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF).
Em 2013, o programa foi ampliado para a zona rural e as comunidades quilombolas de Picada, Monjolo, Torrão, Rincão das Almas e Coxilha Negra. Atualmente, o PIM conta com uma equipe de 16 pessoas. Na zona rural, o município contra com três visitadoras: uma para atender a região do Coqueiro, em especial o Quilombo Rincão das Almas; uma para atender Boa Vista, Boqueirão e região; e outra para atender Santa Tereza, Cantagalo e região.
As visitas são agendadas previamente e realizadas uma vez por semana. Durante a semana, as visitadoras planejam as atividades, de acordo com as necessidades da família. Também são realizadas visitas referentes a um caso específico na localidade de Harmonia, a cada 15 dias.
Desde a implantação do programa, em 2006, já foram atendidas 1.149 famílias. Desde 2013, foram atendidas 76 famílias da zona rural e 39 famílias em comunidades quilombolas.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Arilson Cardoso, o PIM tem uma importância fundamental para potencializar as ações desenvolvidas na área da saúde garantindo equidade no atendimento e a humanização do SUS. Ele explica que o PIM possibilita alcançar a população em vulnerabilidade social, orientando essas famílias na educação e cuidado com suas crianças e estimulando suas capacidades, para que cresçam em condições de equidade a crianças de melhores condições socioeconômicas.
Algumas comunidades rurais e quilombolas estão situadas a mais de 60 km de distância da zona urbana. “O visitador precisa de transporte, muitas vezes as casas são bem distantes umas das outras, mas esse trabalho integrado com as equipes de Estratégia de Saúde da Família potencializa o atendimento de toda a rede de saúde” – destaca. (DECOM)
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