quarta-feira, 6 de abril de 2016

Parceria entre Prefeitura e UFPEL possibilitará projeto visando a construção de bacias de contenção nas margens do Rio São Lourenço

Ações na área de proteção e resposta em defesa civil são priorizadas pela Administração Municipal. Na manhã de terça-feira (05), o prefeito Daniel Raupp recebeu em seu gabinete o coordenador do curso de graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), o professor doutor Maurizio Quadro, acompanhado pela professora doutora Diuliana Leandro e o professor Willian Cezar Nadaleti. O grupo esteve em São Lourenço do Sul reunido com o chefe do executivo para tratar das etapas de elaboração de um projeto visando a captação de recursos junto ao Ministério da Integração Nacional para a elaboração de um estudo de viabilidade técnica para implantação de bacias de contenção em picos de cheia na extensão do rio São Lourenço.


O projeto será entregue à Prefeitura na sexta-feira (08) e cadastrado pela Universidade junto ao Ministério da Integração Nacional com o objetivo de descentralizar o recurso para que a UFPEL possa aplicar na elaboração do estudo, além de envolver mais professores e alunos na iniciativa. Após, Quadro acompanhará o prefeito Daniel Raupp em agenda em Brasília.


Quadro esteve em São Lourenço do Sul em julho de 2015 apresentando duas propostas de medidas estruturais para contenção de cheias no município elaboradas pela UFPEL. Na oportunidade foram explicados os estudos para duas possibilidades: um canal extravasor e uma bacia de contenção. Quadro defende a construção de bacias de contenção, alternativa que considera mais vantajosa em comparação ao canal extravasor. “O canal extravasor tem mais contras do que prós. As bacias de contenção são uma solução mais viável, que inclusive podem se inserir no contexto turístico do município aumentando seu potencial” – destaca.

Ele explica que pela posição geográfica de São Lourenço do Sul, o canal extravasor possibilitaria, em períodos de vento intenso, a entrada de água da Laguna dos Patos para o município, criando outra zona suscetível a desastres naturais. “Temos que trabalhar com projetos descentralizados, para resolver os dois problemas” – explica, referindo-se às cheias da Laguna dos Patos e às cheias do rio São Lourenço.

Também participaram da reunião os secretários municipais do Desenvolvimento Social e Habitação, Alexandre Marimon, de Obras e Urbanismo, Amilton Neutzling, e de Planejamento e Meio Ambiente, Andréa Citrini.

À tarde, os professores da UFPEL, acompanhados pelo secretário municipal de Obras e Urbanismo Amilton Neutzling fizeram uma visita técnica às áreas ribeirinhas do rio São Lourenço, no trecho desde onde o curso de água desemboca na Laguna dos Patos até a ponte na localidade de São João da Reserva. Com o auxílio de um drone, locado pela Prefeitura, foi realizado o levantamento com fotos aéreas do rio e seu entorno, além do mapeamento e avaliação de áreas com potencial para construção de bacias de contenção, ou zonas de alagado, além de outras ações que possam auxiliar a evitar cheias.

Conheça a rede de prevenção e resposta em Defesa Civil de São Lourenço do Sul

Desde julho de 2015, durante o seminário regional que abordou a gestão de riscos de desastres e os caminhos para a resiliência, São Lourenço do Sul integra a lista de aproximadamente 375 municípios brasileiros que aderiram à Campanha Cidades Resilientes, da Organização das Nações Unidas (ONU). Aderindo à campanha, o município tem a oportunidade de compartilhar suas experiências com o mundo inteiro, em uma iniciativa global com mais de 2,6 mil cidades participantes, construindo resiliência e formando uma rede de auxílio e trabalho conjunto com os municípios da região.

O município conta com uma rede de proteção e resposta em Defesa Civil equipada e atuante. São Lourenço do Sul é o único município do Rio Grande do Sul que participa do Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil. Conta com um conselho municipal participativo. Nos últimos anos o município foi equipado com uma caminhonete com tração 4x4, e equipamentos, como máquinas fotográficas digitais e aparelhos de GPS, além de um barco e coletes salva vidas, uma estação de monitoramento meteorológica e três pluviômetros automáticos - o que permite acompanhar em tempo real a situação do município. O monitoramento da precipitação pluviométrica é realizado constantemente.

A limpeza do rio São Lourenço, arroio Carahá, e das redes de drenagem urbana e valos tem amenizado os transtornos causados pelas chuvas no município e são realizados periodicamente, priorizando pontos mais críticos. Mais de R$ 1 milhão foram investidos na aquisição de mais de 6 mil canos para reforma e construção de novas redes, além de um caminhão hidrojateador e uma retroescavadeira para potencializar estes serviços. O serviço de limpeza das redes de drenagem também pode ser solicitado junto à Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo.

São Lourenço do Sul foi um dos sete municípios gaúchos contemplados, em agosto de 2012, pelo Plano Nacional de Gestão de Risco e Respostas a Desastres Naturais. Durante dois anos, Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (CEPED/RS), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) realizou um mapeamento sobre as vulnerabilidades de São Lourenço do Sul, resultado de amplas pesquisas realizadas junto ao setor público, privado e pesquisas de campo com a comunidade local.

Esse estudo foi apresentado à comunidade em julho de 2015, no Clube Comercial, durante o seminário regional amplamente divulgado que abordou a gestão de riscos de desastres e os caminhos para a resiliência. Na ocasião, o diretor do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (CEPED/RS), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o professor Ph. D. Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, explicou que a enxurrada que atingiu São Lourenço do Sul em março de 2011 foi um evento extremo e uma exceção, além de salientar a diferença entre o evento ocorrido no município – uma enxurrada, brusca, alto índice pluviométrico em curto período de tempo – e as inundações – alagamentos em menor proporção que ocorrem gradativamente. O estudo apresentado pelo CEPED/RS, além de possibilitar um conhecimento mais aprofundado sobre a realidade, também orientará políticas públicas e ações relacionadas principalmente ao planejamento urbano e a gestão de riscos - servindo como base para a captação de recursos.


Quando chove em São Lourenço do Sul, a Prefeitura busca amenizar os transtornos através de um monitoramento constante e permanente da situação, além do acompanhamento e trabalho conjunto da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social e Habitação – Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, a Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo – Divisão de Trânsito, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, e a Secretaria Especial de Gabinete – Departamento de Comunicação.

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