São sempre os mesmos. Podem perguntar a qualquer policial, promotor ou quem lida com a segurança pública. A brigada militar está constantemente levando às delegacias as mesmas pessoas, acusadas dos mesmos crimes.
A inauguração do presídio de Canoas nos dá uma pequena esperança de que as coisas possam melhorar. Cada “hóspede” novo, levado a essa nova cadeia, representará uma diminuição de muitos crimes, não de apenas um como pode parecer inicialmente.
Aquela figura do inocente que “casualmente” foi pego cometendo um delito, no Brasil, não passa de retórica, mesmo que ocorra vez que outra. Na grande lista de espera das vagas prisionais, não existem amadores, só profissionais da bandidagem. Gente com muitas condenações.
Quem assiste aos programas sensacionalistas sobre crimes pode pensar que o Estado mais violento do Brasil seja São Paulo. Como tem uma grande população, em números absolutos a cifra é gigante, mas não na proporção. A criminalidade é medida em assassinatos por 100 mil habitantes. São Paulo tem quase quatro vezes mais população do que nós, mas não chega a ter três vezes mais crimes. De acordo com o Mapa da Violência (2014), São Paulo tem a segunda melhor segurança, enquanto nós somos 42% piores que eles.
Muitas razões explicam isso. Uma, com certeza, é o fato de que lá não existe essa crônica falta de vagas prisionais, como aqui. Os paulistas há muito tempo construíram prisões. Assim, com as mesmas leis, com os mesmos problemas sociais e econômicos, lá ocorrem, proporcionalmente, muito menos crimes. A medida que o sistema judiciário condena, os criminosos saem de circulação.
O sistema do semiaberto do Rio Grande do Sul é uma piada. Há apenas um ou dois agentes, em todo Estado, incumbidos de fiscalizar se o apenado cumpre efetivamente a obrigação de trabalhar e voltar para casa. Acham que na prática isso funciona?
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