quinta-feira, 7 de maio de 2015

Zé Nunes lamenta que empresas não tenham participado da audiência sobre fumicultura

Levar a pauta ao Ministério da Agricultura para revisão da portaria que define a classificação do fumo, ampliar a participação dos agricultores na comissão de negociação, por meio do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Fetraf, buscar mais investimentos federais para o Programa de Diversificação, reativar a Câmara do Tabaco, rever o sistema de comercialização atual, e discutir alternativas para garantir preço mínimo, de forma conjunta. Estes foram os encaminhamentos da audiência pública proposta pelo deputado estadual Zé Nunes (PT), realizada na manhã desta quinta-feira (7), que tratou da política de preços e comercialização da safra do fumo no RS.
Por ter conhecimento da realidade da cadeia produtiva e entender que esse debate deve ser participativo, o petista fez questão de convidar todas as partes envolvidas no processo, para expor seus pontos de vista. “Lamentamos que as empresas não se mostraram muito abertas a participar desta reunião de trabalho, apenas a Souza Cruz participou. Só mandar ofício não nos serve, afinal, uma discussão não pode ser feita forma unilateral”, criticou, sugerindo uma nota de repúdio às empresas que se ausentaram da discussão.

De acordo com o parlamentar, a comercialização da safra do tabaco vive um momento de dificuldade, e os agricultores têm recebido valores em desacordo com a tabela de classificação, o que resulta em preços abaixo do praticado na safra anterior. Dentre os principais problemas, preços abaixo dos acordos firmados, alto rigor nas esteiras de classificação, recusa de produtos na esteira, prejuízo econômico para os agricultores e municípios. “É visível o desequilíbrio na gestão de toda cadeia do tabaco no Estado. Temos respeito pelo trabalho das empresas e consideramos importante para a cadeia produtiva o planejamento da produção e a expectativa de venda segura para o produtor. No entanto, é uma relação de força desproporcional entre produtor e indústria. Estamos ao lado do produtor, que tem sido sempre prejudicado”, avaliou.

Representando a Fetraf, Luiz Weber, também criticou as empresas por não estarem no debate esta manhã. “As empresas fumageiras não estejam cumprindo o acordo sobre os preços do fumo, agravando a situação financeira de milhares de pequenos produtores”, disse.

Conforme o gerente de Assuntos Corporativos da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marco Antônio Dornelles, entidades e empresas negociam o preço do tabaco anualmente, e utilizam critérios como custos de produção e reajustes relativos aos anos anteriores. “Na última safra, a correção negociada com três empresas foi de 6,4%, mas que até o momento, com aproximadamente 55% da safra já negociada, os valores acordados não estão sendo cumpridos.

Números
O Brasil é o 2º maior produtor mundial de tabaco. Na Região Sul, a cultura do tabaco na safra 2013/14 envolveu 651 municípios, 162.410 famílias de agricultores, 323.700 hectares cultivados. Na safra 2014/15 a área cultivada na Região Sul ficou em 308,2 mil hectares e o volume estimado de colheita é de 695,8 mil toneladas. Estes números, comparados com a última safra, representam uma redução de 4,7% da área plantada e 4,9% da quantidade colhida

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