25 de maio 2015 (Dia da Indústria) - A Região Sul do Brasil concentra um dos maiores complexos fabris de beneficiamento de tabaco em folha do mundo, envolvendo milhares de empregos diretos e indiretos. Todos os anos, o Brasil recebe clientes de aproximadamente 100 países interessados no tabaco produzido na Região Sul. A tradição do produto está atrelada à alta qualidade e integridade do produto, como também à produção sustentável, mas tem sofrido com os crescentes custos de mão de obra, energia e insumos, aumentando a atratividade do produto de países concorrentes, especialmente dos africanos. A conjuntura desses e outros fatores levaram a uma queda de 24% nas exportações do produto em 2014. Para 2015, pesquisa realizada junto à PriceWaterhouseCoopers (PwC) no final de março apontou a tendência de uma exportação (em dólares) semelhantes ao do ano passado (+2% a -2%).
"A demanda por tabaco continuará existindo, mas precisamos ajustar a produção ao mercado, com um custo que seja possível manter o produto brasileiro competitivo no mercado internacional. Os países africanos são nossos maiores concorrentes nesse sentido, pois produzem tabaco semelhante ao nosso, mas com um custo de produção menor", avalia o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke. Para o executivo, o tabaco continuará sendo parte importante da balança comercial brasileira, especialmente da gaúcha (em 2014 representou 10,2% das exportações do Rio Grande do Sul), assim como na geração de renda e empregos para centenas de municípios.
No mesmo dia em que o Brasil celebra o setor industrial, o SindiTabaco comemora o 4º aniversário do Programa Crescer Legal nesta segunda-feira, 25 de maio. Trata-se de um dos maiores programas de combate ao trabalho infantil na agricultura do mundo. De acordo com a legislação vigente, menores de 18 anos não podem trabalhar na cultura do tabaco. Neste sentido, o acordo prevê a exigência do comprovante de matrícula escolar dos filhos de produtores no período da assinatura do contrato de comercialização de safra entre produtor e empresa e o comprovante de frequência ao final de cada ano letivo.
Considerado um problema cultural, erradicar o trabalho de crianças e adolescentes na agricultura familiar tem sido o desafio do programa Crescer Legal. O principal trabalho é o da conscientização, por meio de seminários, treinamentos, distribuição de cartilhas de orientação, veiculação de campanhas de mídia sobre o tema e parcerias que promovem a educação e qualificam o jovem para a sucessão nas propriedades.
CONSCIENTIZAR PARA MUDAR - Ciclos de Conscientização sobre saúde e segurança do produtor e proteção da criança e do adolescente são promovidos anualmente na Região Sul do Brasil desde 2009. De lá para cá, foram seis edições anuais, totalizando 38 eventos em diferentes municípios da Região Sul e um saldo de 15 mil pessoas conscientizadas. Em 2015 serão sete encontros em três municípios gaúchos, dois catarinenses e dois paranaenses. No Rio Grande do Sul os seminários acontecem em Paraíso do Sul, Sinimbu e Barão do Triunfo, no mês de julho, com datas a serem confirmadas. Em Santa Catarina e no Paraná, os eventos acontecem no segundo semestre e os municípios e datas serão divulgados em breve.
NA PRÁTICA
--- Pesquisa realizada com produtores após o 6º Ciclo de Conscientização, em 2014, demonstrou que:
* 83% dos participantes se sentiram melhor informados sobre os temas
* 87% acreditam que o conhecimento sobre o assunto pode promover a mudança de atitude dos produtores na erradicação do trabalho infantil
--- Resultado do último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizado em 2010, apontou que foi na produção de tabaco nas pequenas propriedades o maior índice de redução do trabalho infantil em comparação com dados do ano 2000.
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