O governo federal decidiu adiar as provas do Concurso Nacional Unificado (CNU), marcadas inicialmente para o próximo domingo(05). A decisão foi tomada por causa das fortes chuvas no Rio Grande do Sul. O anúncio será feito nesta sexta-feira pela ministra da Gestão e Inovação em Serviços Púbicos, Esther Dweck. Ela é a responsável pela organização do CNU. O concurso deverá acontecer no segundo semestre.
O estado foi atingido por chuvas fortes, que já resultaram em dezenas de mortes. O governador, Eduardo Leite, pediu o adiamento das provas e afirmou que "o concurso ficou completamente inviabilizado para a população gaúcha". Parlamentares, inclusive aliados ao governo, também pediram o adiamento.
A decisão foi tomada em reunião mais cedo entre ministros do governo. Participaram dessa reunião a ministra Esther Dweck, e os ministros Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União, e Rui Costa, da Casa Civil.
Na quinta-feira, o governo havia mantido as provas, inclusive para o Rio Grande do Sul.
O adiamento agora foi decidido depois da repercussão negativa da decisão de manter a realização do concurso unificado no domingo.
A ministra da pasta, Esther Dweck, tem se posicionado a favor do adiamento em todo o país, sob alegação de que a medida seria a melhor alternativa do ponto de vista político e jurídico.
Já o ministro da Secretaria de Comunicações, Paulo Pimenta, tem defendido que o concurso seja adiado, pelo menos, para os candidatos do RS. Contudo, essa solução poderia gerar uma enxurrada de ações judiciais dos demais candidatos. Essa é a primeira vez em que o concurso é realizado, diferentemente do Enem, apesar das semelhanças.
O raciocínio é que os candidatos gaúchos poderiam se beneficiar ao tomar conhecimento da dinâmica do concurso, do teor da provas. Além disso, eles teriam mais tempo para estudar e sairiam em vantagem.
Outro problema é que uma prova extra exclusiva para os candidatos do RS poderia gerar comparações sobre a complexidade das questões, o que também teria potencial para ações judiciais.
Também pesou a favor do adiamento em todo o país, o fato de que o concurso só poderá ser finalizado, após a realização das provas por todos os candidatos.
O governo avaliou três cenários: suspender o concurso em todo o país, suspender só para os inscritos do RS e realizar as provas, mesmo com os problemas no Sul do país.
O Ministério da Gestão e Inovação (MGI) terá um custo adicional de cerca de R$ 50 milhões para a elaboração de novas provas.
Editais não preveem remarcação em locais específicos
Os editais do Concurso Nacional Unificado (CNU) não preveem a reaplicação das provas, mesmo em casos de desastres naturais, como as chuvas que atingem o Rio Grande do Sul.
Os editais (são vários, um para cada bloco), dizem apenas que candidatos que tenham a participação afetada por problemas logísticos (que incluem desastres naturais) podem somente pedir o dinheiro de inscrição de volta. Assim, apesar da chuva no , governo manteve a data das provas do concurso em todo o país.
É uma situação diferente do Enem, principal porta de entrada para universidades públicas e que é usado como inspiração para o Concurso Unificado. O Enem, em todos os anos, há reaplicação de provas por diversos motivos.
O Concurso Unificado, recebeu 2,1 milhões de inscrições. No Rio Grande do Sul, são 80.348 inscritos, em dez cidades: Bagé, Caxias do Sul, Farroupilha, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Sana Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana.
Há uma diferença importante entre o CNU e o Enem. Nas provas para acesso ao ensino superior, há compatibilidade garantida entre diferentes provas por conta de um banco de questões e do modelo matemático da Teoria de Resposta ao Item (TRI). É um cálculo que considera a dificuldade de uma questão e o nível de acerto dela para dar uma nota.
No CNU, não haveria como garantir a mesma dificuldade em diferentes provas. ( GloboGlobo)
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