Um banho de cheiro na rampa da Ala Norte do Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF) abriu os trabalhos da comemoração ao Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial e Dia Nacional das Tradições das Raizes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. O ritual fez parte do evento promovido pela Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos em alusão a data.
O evento, chamado de Sankofa, envolveu a comunidade negra, povos de terreiro e religiões de matriz africana. Após o banho de cheiro, os participantes foram para o auditório do CAFF, onde aconteceram os debates.
Pai Ricardo, Chefe de Divisão da Comunidade Negra, Quilombolas e Povos de Terreiro, da SJCDH, ressaltou a importância da valorização da data pelo Governo do Estado, “o governo valoriza nossa presença e pela primeira vez coloca um babalorixá numa chefia de divisão. Vamos juntos trabalhar por um Estado livre e solidário e estaremos juntos para combater o racismo estrutural e religioso que atinge nossos terreiros”. A secretária adjunta, Caroline Moreira, endossou que essa é apenas uma data, mas a luta acontece nos 365 dias do ano. “Por muito tempo não pudemos falar que éramos de axé e hoje temos diversas representatividades aqui. Hoje, isso é motivo de orgulho porque por muito tempo nossa existência foi negada”.
Já a Diretora do Departamento da Igualdade Étnico-Racial, Sanny Figueiredo, abordou as vivências da população negra e frisou que as reuniões e manifestações não podem acontecer apenas momentos de riscos e luta. Ela também salientou a importância de ocuparem espaços institucionais: “são nesses espaços institucionais que nós dizemos que existimos, que exigimos respeito ao nosso sagrado, aqui temos que nos sentir incluídos na sociedade”. Na mesma linha, o Diretor-Geral Leonardo Rosa falou sobre respeitar o negro, a cultura e a ancestralidade na sociedade.
A luta da população negra foi abordada pelo presidente do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (Codene), Márcio Oliveira. Ele destacou a importância de políticas públicas e a representação em espaços governamentais e também reforçou a necessidade do combate ao racismo diariamente. A presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Porto Alegre, Milena Bittencourt, destacou a necessidade de buscar políticas públicas no que tange à fome para além da distribuição de cestas básicas, mas que atue também na prevenção de doenças crônicas como diabetes.
O titular da SJCDH, Mateus Wesp, destacou que a Secretaria está elaborando ações concretas no que diz respeito ao combate à intolerância religiosa e ao racismo. “Além de termos representatividade de lideranças negras na Secretaria, estamos adotando políticas públicas efetivas com recursos. Queremos fortalecer o Codene e estamos trabalhando para desenvolver ainda esse ano o Plano Estadual de Combate ao Racismo. Precisamos reforçar que o Rio Grande do Sul não tolera trabalho analogo à escravidão e discriminaçã racial. Tolerância Religiosa, Diversidade e Inclusão são palavras de ordem no Governo do Estado”.
Na sequência, Olomidê Betinho fez sua explanação sobre as Conferências nos municípios e no Estado e Babá Omì Luciano falou sobre Intolerância Religiosa no Rio Grande do Sul.
Também participaram do evento a Secretária Extraordinária de Inclusão Digital e Apoio às Políticas de Equidade; Subsecretária de Direitos Humanos, Inclusão, Igualdade e Fraternidade, Marcia Scherer; Diretor Adjunto do Departamento da Igualdade Étnico-Racial, Eduardo Feron; Diretora do Departamento de Políticas para Mulher, Tabata Bier; Diretora de Políticas SocioEducativo da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo, Gabriela Cruz.
POR JÉSSICA MORAES - ASSCOM SJCDH
A luta foi ardua. Mas ta chegando as vitórias. Axé ao Povo de Santo.
ResponderExcluir