sexta-feira, 1 de julho de 2022

Comunicado oficial da Federação Árabe Palestina do Brasil sobre situação envolvendo presidente da ACI/CDL de SLS

 Comunicado oficial da Federação Árabe Palestina do Brasil, a respeito dos acontecimentos noticiados em nota de repúdio emitida pela ACI/CDL.

Nota Pública

NÃO AO RACISMO E À XENOFOBIA CONTRA EMPRESÁRIOS ÁRABES

Primeiramente, nos solidarizamos com o empresário Mahmoud Amer, comerciante e líder empresarial em São Lourenço do Sul-RS, vítima de xenofobia e discriminação racial, registrados em reunião do Conselho Municipal de Indústria e Comércio, na Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio, no último dia 29 de junho.

Amer, que preside a Associação Comercial e Industrial e a Câmara de Dirigentes Lojistas (ACI/CDL) há duas gestões, foi ofendido por outro empresário presente à reunião. “Turco”, “eu não aceito sentar com ‘turco’” – referência pejorativa e negativa aos passaportes turcos que portavam até o final da 1ª Guerra Mundial – foi parte da agressão dirigida ao empresário brasileiro-palestino.

No Brasil há 21 anos, Amer é um estudioso da área empresarial. Formado em economia na Palestina, onde também concluiu MBA em administração, Amer é pós-graduado em marketing pela FGV. Ainda na Palestina, exerceu funções no Departamento de Capacitação e Pesquisas da Federação Palestina de Associações Comerciais, o que lhe rendeu o curso sobre incubadoras empresarias (Itália) e a condição de representante palestino em seminário internacional na Alemanha. Presidir as ACI/CDL é o mero desdobramento natural desta trajetória.

O Brasil é formado por imigrantes de todo o mundo, que encontraram aqui uma vida sem perseguições ou guerras. Não é justo que presenciemos hoje no Brasil justamente o que fez muitos partirem de suas pátrias, umas europeias, outras asiáticas, outras tantas árabes e africanas, além das americanas. A xenofobia, o racismo, a intolerância e o ódio são inadmissíveis porque destroem sociedades e países, levam às guerras e genocídios e a tantos outros crimes de lesa-humanidade.

A diáspora árabe residente no Brasil, que supera os 10 milhões, se preocupa com o racismo porque ele não se dirige a uma só pessoa, mas a grupos inteiros.

Esta Federação Árabe Palestina do Brasil e a sociedade brasileira têm fé que as autoridades apurarão este grave crime. Ao mesmo tempo, agradecemos à sociedade de São Lourenço do Sul por sua madura indignação frente ao acontecimento.

Palestina Livre a partir do Brasil, 1 de julho de 2022, 75º ano da Nakba.

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