O Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (CPMET) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) elaborou Boletim Climático especial a respeito do período frio no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O inverno austral no Hemisfério Sul começa no final de junho estendendo-se até setembro (21 de junho a 22 de setembro). No entanto, o período de frio mais intenso no Rio Grande do Sul e Santa Catarina ocorre centrado nos meses de junho e julho. De acordo com o Boletim, o período de maio a agosto, chamado de inverno climatológico (final de outono até meio do inverno) tem grandes oscilações térmicas, com influência de fortes massas polares, preferencialmente nos meses de junho e julho, mas também influências de massas tropicais, principalmente nos meses de maio e agosto. É comum ocorrer “veranicos” (períodos quentes) preferencialmente nos meses de maio e agosto.
Conforme a análise, a tendência geral mostra para início do período frio (meses de maio e de junho) predomínio de temperaturas um pouco mais baixas e com redução nos totais mensais de precipitação no RS e SC. Este padrão climático está associado à passagem de massas de ar frias mais intensas, causando anomalias negativas de temperaturas e mantendo a atmosfera com menos umidade. As anomalias de precipitação durante o mês de maio podem ficar abaixo de 60% (em relação à média), especialmente RS. Esse padrão atmosférico favorece o aumento na frequência das geadas em todas as regiões do RS e SC, especialmente as mais elevadas. Para o final do período frio (julho e agosto) o modelo indica uma inversão dos padrões atmosféricos. A tendência é de passar a atuar mais intensamente massas tropicais, causando aumento das temperaturas e das precipitações, especialmente no RS. A tendência mostra grande probabilidade de ocorrer “veranicos”, especialmente durante o mês de agosto em todas as regiões do RS e SC.
Confira o boletim em - https://ccs2.ufpel.edu.br/wp/wp-content/uploads/2021/05/Bol_Periodo_Frio.pdf
O balanço das anomalias de precipitações para todo o período frio evidencia certo equilíbrio (negativa no começo e positiva no final). No entanto, o documento ressalta a necessidade de controle hídrico para o começo do período frio, pois as deficiências hídricas já existentes em algumas regiões poderão aumentar, especialmente na parte oeste do RS. As variações térmicas previstas para o período frio também requerem atenção especial para as culturas de outono-inverno, tanto nas ações de minimizar os efeitos do frio mais intenso no começo como nas ações para minimizar da falta de frio no final.
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