O RS possui a segunda bacia leiteira do país, ficando atrás, apenas, de Minas Gerais. A nossa produção equivale a 12,5 milhões de litros/dia, mobilizando mais de 199 mil famílias de produtores. A cadeia possui elevada importância para a economia de aproximadamente 94% dos municípios gaúchos, gerando emprego e renda de maneira descentralizada.
Entre os desafios, está a possibilidade de concentração de todo processo produtivo e de industrialização em poucas indústrias, ou mesmo, uma internacionalização arriscada que pode colocar em jogo a base produtiva no RS, formada em sua maioria por pequenas unidades familiares. Políticas públicas como o PRODELEITE, o Fundoleite e o Instituto Gaúcho do Leite (IGL), constituem-se como instrumentos de indução deste importante setor, e apontam na perspectiva de uma política de Estado para atividade leiteira.
O governo Sartori, diante de sua incapacidade de apresentar uma estratégia de médio e longo prazo para a economia, ameaça este setor com sua visão de redução das políticas públicas. O PL 214, que prevê a redução de créditos presumidos, e a decisão tomada no dia 28 de dezembro, rompe o convênio com o IGL e não repassa os recursos do Fundoleite para o Instituto Implementar.
Como agricultor, engenheiro agrônomo, cooperativista e deputado estadual, atuo na Assembleia Legislativa como militante do setor leiteiro e da agricultura familiar, para evitar este conjunto de retrocessos. Além disso, o desmonte da estrutura pública e a temerária tomada de decisões, submetidas às decisões do Estado e de alguns poucos grandes produtores, nos impõe a luta para ampliar o significado do papel estratégico do leite para nossa economia, buscando a ampliação de recursos, e mercados para os produtos gaúchos, tendo como prioridade a produção leiteira das pequenas propriedades familiares.
Zé Nunes, Deputado Estadual
*publicado originalmente no Jornal do Comercio
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