quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Parcelamento salarial do funcionalismo estadual afeta, de forma negativa, o varejo gaúcho

A decisão do governo estadual gaúcho em parcelar, pela oitava vez nos últimos meses, os salários do funcionalismo, deverá afetar, novamente, as vendas do varejo do Rio Grande do Sul, segundo análise da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul - FCDL-RS. Para o presidente Vitor Augusto Koch, o parcelamento é mais uma demonstração da caótica situação que as finanças públicas do estado enfrentam há vários anos, trazendo prejuízos aos servidores e aos lojistas de modo generalizado. 

- Os parcelamentos salariais dentro do período de 30 dias deixam o funcionalismo público mais reticente na hora de adquirir um produto de custo mais elevado, e normalmente vinculados a parcelamento, como automóveis e eletroeletrônicos, entre outros, devido ao receio de não poder quitar o débito por falta de dinheiro. Além disso, muitos estão deixando de comprar para guardar dinheiro e ter recursos disponíveis para saldar seus compromissos mais básicos, como luz, água e telefonia, por exemplo - ressalta o presidente da FCDL-RS.

Na opinião de Vitor Augusto Koch, a somatória de fatores contrários aos interesses da classe lojista, como inflação alta e juros elevados, em nível nacional, e o aumento do ICMS e o parcelamento salarial registrados no Rio Grande do Sul, acaba gerando indicadores negativos na manutenção do emprego no varejo e nas vendas. Em maio, por exemplo, a FCDL-RS observou uma retração de quase 1.700 postos de trabalho no comércio na comparação com o mesmo mês de 2015. E, em relação as vendas, houve uma queda de 10,96% em maio deste ano no comparativo com maio do último ano. 

- Este é mais um motivo pelo qual entendemos que o Rio Grande do Sul não precisa elevar tributos, mas, sim, ter uma gestão que discipline estruturalmente os gastos públicos e aumente a base tributária por meio da melhoria da atratividade de investimentos. Gastar mais do que se arrecada acaba por inviabilizar qualquer tipo de gerenciamento, seja público ou privado - aponta Vitor Koch.

Desde a primeira ocasião em que o governo estadual efetuou o parcelamento do salário dos servidores públicos, no segundo semestre de 2015, a FCDL-RS tem procurado orientar os lojistas gaúchos a terem uma compreensão maior com os integrantes da categoria, buscando o diálogo especialmente nas questões relativas a quitação de débitos em atraso. 

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