terça-feira, 25 de setembro de 2018

Prefeitura auxilia mensalmente a Santa Casa de Misericórdia


A grave situação financeira da Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul foi novamente motivo de reunião, na quarta-feira (19) desta vez, com apresentação dos dados de sua contabilidade. A apresentação foi feita pelo consultor Edemar de Paula da Costa, a prefeitos de quatro municípios atendidos pela instituição (São Lourenço do Sul, Turuçu, Cristal e Amaral Ferrador), secretários e lideranças de várias instituições.

Diante do déficit nas contas, causado principalmente pela falta de repasses do Estado, o consultor cobrou que os municípios rateiem custos do Pronto Socorro. Para o prefeito RudineiHärter, os municípios devem se unir para assegurar o futuro da Santa Casa. “Todas as prefeituras da região devem auxiliar financeiramente a Santa Casa, mesmo sendo esta uma responsabilidade estadual e não municipal”, ressaltou o prefeito, acreditando que os municípios precisam contribuir na captação de recursos junto ao governo do estado e ainda cobrando que cumpra os repasses devidos.

Atualmente, a Prefeitura de São Lourenço do Sul repassa mensalmente para a Santa Casa mais de R$ 900 mil. Deste montante, R$ 201 mil são para o Pronto Socorro, incentivo a obstetras, cirurgião, anestesista e ainda para a coleta de resíduos da rede de saúde. Parte deste valor já é superior ao contratualizado, repassado pela Prefeitura ao Pronto Socorro como complementação em ajuda para enfrentar o déficit. Outros R$ 703 mil são repassados para manter equipes de Unidades Básicas de Saúde, saúde mental, Samu e o programa Primeira Infância Melhor (PIM).

As finanças da instituição

Os dados apresentados foram levantados em uma auditoria externa, que fez ainda apontamentos dos gargalos financeiros da instituição. Atualmente, o déficit mensal é de cerca de R$ 500 mil, o que soma R$ 6 milhões por ano. A instituição é obrigada por contratualização a atender 60% SUS, mas atende 90%. Um dos problemas mais sérios é que o governo do Estado, que é quem tem responsabilidade pelos repasses de recursos a saúde, não cumpre suas portarias. A mais grave delas é uma de 2015, que aumentaria os repasses para a instituição de R$ 636,226 mil para R$ 1,370 mil. Este aumento, de fato, nunca ocorreu, pois segundo Edemar de Paula da Costa, a gestão da época assinou “a revelia” a portaria que tornaria o hospital orçamentado. Isso já soma R$ 28 milhões que não chegaram à instituição.

A nova gestão da Santa Casa já conseguiu reduzir em 56% os custos, com cortes de funcionários, médicos, entre outros, mas o desequilíbrio persiste. O consultor revelou que há iminência de fechar as portas e os médicos já emitiram uma carta anunciando que vão parar as atividades a partir de 03 de outubro, pois estão com oito meses de salários atrasados. O consultor cobrou que os quatro municípios atendidos pela instituição rateiem um valor mensal de R$ 265 mil de forma proporcional ao atendimento de cada população ou de forma igualitária. Esse valor é o déficit atual do Pronto Socorro, de portas abertas a quem precisa e referência para estes quatro municípios.

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