sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Frentista presta depoimento ao MP

Nesta quinta-feira(03), o frentista Altair Fonseca – o Caco do Posto - prestou depoimento ao Ministério Público no Sul do Estado. Ele foi flagrado em um posto de São Lourenço do Sul cobrando R$ 50 por exames sem a necessidade de enfrentar a fila do SUSem reportagem divulgada pela RBS TV no programa "Fantástico".
Após ouvir o frentista, a promotora Cristina Chatkin observou que o Ministério Público vai analisar a necessidade de novas testemunhas serem chamadas para depor. "Para que posteriormente também se verifique a necessidade do ajuizamento de uma ação judicial para a cassação da diplomação do Altair." Fonseca disputou o cargo de vereador e obteve 431 votos, ficando em segundo suplente.

Em depoimentos prestados na investigação, eleitores beneficiados pelo esquema disseram que o frentista, então candidato a vereador, entregou um "santinho" dele e pediu voto para o prefeito eleito Rudinei Harter (PDT). Em uma foto, Fonseca aparece em um jantar que reuniu nesta semana o prefeito eleito e apoiadores da campanha. 

Agora, o prefeito eleito deve ser ouvido pelo MP. Por telefone, ele disse à RBS TV que está tranquilo e à disposição da justiça.
O esquema
A fraude foi descoberta em São Lourenço do Sul, na Região Sul do estado, onde um frentista de um posto de gasolina foi flagrado negociando exames de imagem pelo SUS em troca de R$ 50, sem passar pela fila do sistema. Fonseca disse que a fraude é operada pelo deputado federal Giovani Cherini (PR) e por um auxiliar dele.
"Faz três anos que eu venho fazendo isso para o deputado Cherini. Se amanhã ou depois der uma zebra, ele pode ser até cassado por causa disso daí", admitiu, sem saber que estava sendo gravado.
A reportagem acompanhou o passo a passo da fraude. O dinheiro pago pelo exame dá direito a um serviço completo: quando chegam a Porto Alegre, os pacientes são recebidos por Martinho de Brum, assessor de Cherini. Ele é responsável por levá-los até a clínica Radicom, credenciada pela Secretaria Municipal da Saúde, gestora do SUS na capital.

Enquanto aguardava pelo atendimento, Martinho deu mais detalhes do esquema. Disse que era o responsável por "controlar" o comércio de exames e que os R$ 50 seriam destinados a um certo "doutor". Ele ainda tentou recrutar para o esquema um integrante da equipe de reportagem, pensando que conversava com um morador do interior.
"Tu vai ser o nosso representante lá daí. Vou botar lá. Aí ele (Cherini) vai te ligar no dia do teu aniversário. Qualquer coisa a gente faz contigo, indicar os pacientes. Pode ser até um cabo eleitoral", disse Martinho. (Informações RBS TV e G1)

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