“Estamos aqui para discutir sobre o que pode ser feito para termos uma sociedade mais justa e humana para todos e todas. Estamos reunidos para pensar formas de superação da violência e da discriminação”, afirmou Graziela Rinaldi durante o 2º Seminário sobre a Mulher do Campo e da Cidade de São Lourenço do Sul que aconteceu no Galpão Crioulo do Camping Municipal durante a quarta-feira (23). O evento reuniu mulheres, ativistas e integrantes de coletivos e movimentos sociais para debates e uma série de atividades voltada às questões sobre violência contra a mulher, preconceito e formas de buscar uma sociedade mais justa e igualitária.
O evento contou com a participação da reitora da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Cleuza Maria Sobral Dias. A reitora explica que a Universidade acolhe e abraça iniciativas que buscam debater temas sobre a igualdade e que a Universidade atua não só como um espaço de formação acadêmica, mas também na formação integral. A secretária municipal de Educação, Cultura e Desporto, Fernanda Bork também participou do seminário e diz acreditar ser importante discutir o papel da mulher na sociedade, visto o destaque que as mesmas adquirem nas mais diversas áreas profissionais e na conquista de direitos.
Foto: Henrique Jalil/DECOM
Luciara Kohls, que representou o segmento das mulheres pomeranas explicou sobre a origem da noiva de preto, cuja versão manifestava uma luta contra a opressão sofrida. A pluralidade se fez presente durante o evento com a participação de comunidades indígenas, quilombolas e pomeranas. Natanael, da tribo Kaingang, veio para São Lourenço do Sul porque sua mulher passou no vestibular do curso de Gestão Ambiental da FURG. Ambos estavam presentes durante o seminário.
A atividade buscou ressaltar todos os tipos de preconceitos oferecendo espaço para que os temas fossem debatidos abertamente entre os participantes. Mestre em educação, a indígena Apurinã Pupykary, Pietra Dolamita, explicitou a luta do movimento indígena na conquista de direitos. Ela explica que ao ser registrada em cartório, seu nome indígena [“Akauá Apurinã”] não foi aceito, tendo recebido outro nome em seu registro de identidade. As diferenças entre o convívio na tribo e nas comunidades urbanas também foram destacados. “Na tribo a mulher é tida como detentora da semente, capaz de gerar frutos [filhos], e que o termo ‘feminismo’ não é conhecido porque homens e mulheres são tidos como iguais; cada um desempenha seu papel e função”, afirmou a indígena Apurinã.
O seminário envolveu a realização de oficinas, confecção de turbantes, confecção de bonecas negras e debates sobre questões de gênero. Os Grupos de Economia Solidária do município participaram do Seminário com a comercialização de produtos e artigos artesanais. O 2º Seminário sobre a Mulher do Campo e da Cidade de São Lourenço do Sul foi uma realização da Universidade Federal do Rio Grande com apoio da Prefeitura, Imobiliária Toni Neutzling, Vozes do Campo e Vozes do Sul.
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