quinta-feira, 22 de maio de 2025

Ex-comandante da Aeronáutica confirma ameaça de prisão a Bolsonaro

O ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior confirmou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (21), que Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, ameaçou dar voz de prisão ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso ele colocasse em execução um plano de golpe de Estado após a eleição de 2022. 

Na segunda (19), ao depor ao STF, Freire Gomes negou a ameaça. Baptista Júnior, porém, depôs no sentido contrário.

“Confirmo [a ameaça], sim, senhor. O general Freire Gomes é educado e não falou com agressividade ao presidente [Bolsonaro], mas foi isso que ele falou. Com calma e tranquilidade: ‘Se você tentar isso, eu vou ter que lhe prender’. Foi isso que ele disse”, afirmou.

A ameaça teria acontecido, de acordo com Baptista Jr. Durante uma reunião realizada o Palácio da Alvorada com objetivo de discutir mecanismos como GLO [Garantia da Lei e da Ordem], Estado de defesa ou Estado de Sítio.

“Ele não deu voz de prisão para o presidente, eu já disse que mantenho a palavra que ele disse que por hipótese se ele tentasse uma ruptura institucional ele prenderia o presidente”, acrescentou.

O ex-comandante disse também que, algum tempo depois, em 14 de dezembro, foi realizada uma nova reunião em que o general Paulo Sergio Nogueira teria apresentado a minuta do golpe.

Ele, no entanto, disse ter se retirado do local assim que soube da procedência do documento.

“Ele [Paulo Sergio Nogueira] falou que trouxe um documento para vocês analisarem. Eu perguntei esse documento prevê a não [incompreensível] do presidente eleito? Se sim, eu não admito sequer receber esse documento, levantei e fui embora”, afirmou.

Depoimento
Baptista Jr. Já prestou depoimento, anteriormente, durante as investigações, quando afirmou ter presenciado reuniões com teor golpista.

Ele foi indicado como testemunha pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e também pelas defesas de Jair Bolsonaro (PL), do ex-comandante da Marinha Almir Garnier e do ex-comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira.

 A oitiva do tenente-brigadeiro estava marcada para a última segunda-feira (19), mas foi adiada após sua defesa alegar que ele estava fora do país.

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