Ex-mulher de Leonel Radde (PT) diz ter sido agredida por ele. O Tribunal de Justiça (TJ) autorizou a Corregedoria-Geral da Polícia Civil (Cogepol) a conduzir o processo, já que o político é policial civil.
A Polícia Civil instaurou inquérito contra o deputado estadual do Rio Grande do Sul Leonel Radde (PT) por violência doméstica. Ele é suspeito de ter agredido a ex-companheira em abril deste ano. O Tribunal de Justiça (TJ) autorizou, no fim da semana passada, que o caso seja investigado Corregedoria-Geral da Polícia Civil (Cogepol), já que o político é policial civil.
O advogado que defende Radde, Eduardo Amorim de Mattos, informou, por meio de nota, que "os devidos esclarecimentos serão prestados em momento oportuno e que o deputado é vítima de crime" (leia a íntegra abaixo).
Já a advogada que defende a ex-mulher do deputado, Eliziane Taborda, disse que vai se manifestar por meio de nota posteriormente.
De acordo com a delegada Eliana Lopes, diretora de comunicação da Polícia Civil, havia uma indefinição quanto à competência do caso, em relação a que órgão assumiria a investigação, pois o suspeito é deputado estadual.
"O inquérito está em fase de oitivas, nessa fase ainda incipiente, pois era aguardada a posição do TJ. Com a definição, o procedimento vai seguir como se fosse um processo criminal normal contra um policial. Ele [Leonel Radde] também responde a processo administrativo para averiguar se tem alguma conduta, alguma infração administrativa, a ser apurada", explica a delegada Eliana.
A ex-mulher do deputado estadual registrou ocorrência policial contra ele em 12 de abril. Ela disse ter sido agredida por ele no dia 8 de abril durante uma festa em casa. Os dois teriam discutido, Radde teria segurado e ferido ela. Exame de corpo de delito constatou hematomas. A polícia não divulgou detalhes da agressão.
A Justiça concedeu para ela, ainda em abril, uma Medida Protetiva de Urgência (MPU) de afastamento, que impede o deputado a se aproximar da ex-mulher ou contatá-la. Além disso, não pode mencionar publicamente o nome dela. Segundo a Polícia Civil, a medida continua em vigor.
Radde também registrou uma ocorrência na polícia contra a ex-mulher. Segundo o documento, os crimes cometidos por ela seriam de extorsão e denunciação caluniosa, pois ela teria pedido dinheiro para sair de casa e estaria atribuindo a ele crimes que diz não ter cometido.
Apesar de estarem separados, Radde e a ex-mulher moravam na mesma casa.
Nota da defesa do deputado Leonel Radde
"A assessoria jurídica do deputado Leonel Radde informa que o parlamentar encontra-se impedido de manifestar-se sobre a pauta em questão devido à ordem judicial. Informa, ainda, que os devidos esclarecimentos serão prestados em momento oportuno e que o deputado é vítima de crime. Por fim, reafirma o seu compromisso com a luta antifascista reforçando a convicção de que leis relevantes não podem ser utilizadas para acobertar crimes de qualquer natureza.
Sobre essa indefinição, explico que o inquérito policial está sendo conduzido pela corregedoria da Polícia Civil. Já o julgamento de eventual denúncia vinda desse inquérito não tem ainda a competência definida. Pode ser pelo juiz de primeira instância ou pelo órgão especial do TJ/RS. O próprio juiz de primeira instância remeteu esses autos ao órgão especial para que isso seja definido.
Quanto a demais detalhes sobre o processo, não posso me manifestar. Tanto para resguardar as partes quanto para que qualquer fala seja considerada quebra da medida restritiva". (G1-RS)
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