No dia de protestos contra a Reforma da Previdência em todo Brasil, a sexta-feira (14) em Pelotas amanheceu com piquetes em frente as empresas de ônibus e na CEEE. Segundo a Brigada Militar (BM) 10 pessoas foram detidas após bloquearem o quilômetro 61 da BR-392, na ponte entre Pelotas e Rio Grande com a queima de pneus. A pista já foi liberada. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o quilômetro 9, da BR-392, em Rio Grande está totalmente bloqueado e há aglomerações no acesso à São Lourenço do Sul.
Nas ruas da Pelotas nenhum ônibus circula, contrariando o que o secretário de Transporte e Trânsito, Flávio Al Alam, destacou que em caso de greve, ou seja, 60% da frota deve circular em horário de pico e 30% nos demais. Segundo levantamento feito pelo Diário Popular, nas empresas Santa Maria e Laranjal, o transporte coletivo estava parado mais cedo. Já a BM confirmou que piquetes nas empresas Embaixador e Santa Silvana. O presidente em exercício do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários, Claudiomiro Amaral, atribui a organização das forças sindicais, com piquetes em frentes às empresas, a não circulação dos ônibus na cidade. "Mas está tudo muito pacífico, inclusive com a manutenção de diálogo com a Briagda Militar", ponderou. O retorno do transporte coletivo está previsto para as 13h, para que a população possa parcipar do ato Às 14h, no centro da Cidade.
Piquetes
Os manifestantes que estão desde às 3h30min da madrugada em frente à Expresso Embaixador já receberam duas vezes a visita da Brigada Militar. Até às 9h desta sexta, nenhum ônibus saiu da garagem. Segundo o diretor do Sindicato dos Municipários de Pelotas (Simp), Maicon Bravo, a polícia disse que a empresa tem o direito de manter o trabalho dos empregados, mas que respeita o protesto. "No entanto, eles deixaram claro que não gostariam de voltar pela terceira vez." Em um diálogo entre a direção e manifestantes, foi solicitado que somente os carros que prestam serviço de vap-vup pudessem ser liberados e perguntaram ainda que haveria um horário para a dispersão do piquete. "Nós estamos aqui na frente sem impedir a saída. Até o momento só entraram e saíram carros de combustíveis e particulares", disse outra manifestante. Os integrantes do piquete ressaltaram que o foco principal do protesto é a Reforma da Previdência, e que devem se reunir em ato a partir das 14h.
Em frente à unidade da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), um grupo de sindicalistas está desde à madrugada desta sexta-feira (14), com piquete montado e pequenas tochas de fogo. Segundo um dos integrantes, o foco do protesto é a Reforma da Previdência, mas também há demandas como a possível retiradas de direitos adquiridos pelos servidores como condição para negociar o dissídio deste ano. Um comboio da BM esteve no local, e conversou com os manifestantes para manter a passividade. Mesmo assim, os sindicalistas afirmaram que nesta sexta só haverá atendimento de urgência.
Lotação
Daiane Melcheque, 34 levou 30 minutos caminhando da sua residência, na Balsa, até o local onde trabalha no Centro. Ela é a favor do protesto, pois pensa no futuro de seus filhos. "Se eu não tenho certeza se vou me aposentar, o que será dos meus filhos então?" questiona. Em meio a entrevista, um jovem de 37 anos, que prefere não se identificar, se aproximou e ofereceu lotação. "Estou deste às 7h e já peguei pessoas na Cohb Tablada e Areal. Estou aproveitando para ganhar uns trocos."
Na parada de embarque e desembarque da rua General Osório, uma senhora que procurava por lotação, aproveitou uma que chegava bem no momento da entrevista e ela não perdeu tempo. Pagou R$ 5,00 e embarcou rumo às Três Vendas.
O Diário Popular entrou em contato com representante do Consórcio de Transporte, mas não teve retorno.
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