Após pressão do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), a administração da Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço apresentou nova proposta e os médicos decidiram, nesta sexta-feira (24), encerrar a paralisação da categoria, que durou 50 dias.
Em reunião pela manhã, representantes do corpo clínico e do SIMERS estabeleceram os critérios para o fim do movimento. Em acordo com a Santa Casa, o pagamento dos valores devidos será feito em 18 meses. A categoria decidiu abrir mão do mês da quantia referente a fevereiro. Os médicos também farão novos contratos com a instituição, aceitando uma redução de 20% nas remunerações. Os termos desse acordo foram ratificados em um termo de confissão de dívida, registrado em cartório.
O SIMERS avalia que o movimento de paralisação teve sucesso. “Finalmente o hospital cedeu, se comprometendo a honrar os compromissos dentro das possibilidades. Ainda há muito o que avançar, mas entendemos que o acordo vai permitir trabalharmos em conjunto daqui para frente”, afirmou a vice-presidente do Sindicato, Maria Rita de Assis Brasil.
Há uma semana, a população de São Lourenço do Sul, na Zona Sul do Estado, estava sem atendimentos de urgência e emergência na Santa Casa de Misericórdia. Desde o dia 17, os procedimentos foram suspensos devido a uma decisão arbitrária da administração do hospital, que fechou o bloco cirúrgico, a maternidade e a pediatria, a fim de pressionar os médicos a interromperem a paralisação, que havia começado em 03 de fevereiro.
O SIMERS aumentou a pressão sobre a Santa Casa a partir de dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES), informando que o hospital havia recebido cerca de R$ 1,4 milhão em valores atrasados do governo do Estado no final de janeiro, que deveriam ser utilizados para o pagamento de médicos e funcionários.
O movimento
Paralisados desde o início de fevereiro – um mês após notificar o hospital dessa intenção –, os médicos de São Lourenço do Sul mantiveram os serviços de urgência e emergência. O movimento envolveu especialistas de cinco áreas – anestesia, radiologia, pediatria, cirurgia e ginecologia. A medida só foi tomada após expirar o prazo de 30 dias da notificação encaminhada à direção da Santa Casa, no início de janeiro, na qual o SIMERS cobrava a regularização dos pagamentos, e para a qual não obteve resposta.
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