quinta-feira, 12 de junho de 2025

Opinião - No Dia de Combate ao Trabalho Infantil, um caminho de resultados reais

Por: Nádia Fengler Solf, Gerente do Instituto Crescer Legal.

Combater o trabalho infantil deve ser um objetivo geral. Mas alguns setores têm sido mais proativos e proporcionado reais transformações. Um exemplo de referência é o do setor do tabaco, que vem investindo esforços nesse sentido há quase trinta anos, protagonizando uma articulação consistente e mostrando que é possível alinhar produção, responsabilidade social e aprendizagem.

Em 1998, teve início o programa “O Futuro é Agora!”, focado em manter os filhos dos produtores rurais na escola e longe do trabalho na lavoura. Com ações constantemente aprimoradas e atualizadas, diversas frentes foram sendo priorizadas, especialmente na conscientização para desfazer as crenças culturais que legitimavam o trabalho infantil na agricultura familiar.

Um dos resultados mais expressivos já veio em 2010, quando o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que foi nas pequenas propriedades produtoras de tabaco a maior redução do trabalho infantil em todo o Brasil naquela década. Ou seja, onde há compromisso verdadeiro, os números revelam.

No entanto, a conscientização sobre o que é proibido tem um limite: a necessidade de respostas sobre o que é permitido, e necessário. Um caminho de preparação para o mundo do trabalho aos adolescentes que, logo, serão adultos à frente de suas famílias e comunidades. Para responder a essa angústia legítima das comunidades rurais, as indústrias do tabaco tiveram a iniciativa da criação do Instituto Crescer Legal em 2015, e assim o setor deu mais um passo firme e ancorado em parcerias fortes e comprometidas. Com um modelo inédito que leva a aprendizagem profissional e desenvolvimento pessoal para jovens do campo, não apenas combatemos o trabalho infantil, e, sim, oferecemos alternativas de futuro. Ao contratar adolescentes rurais como aprendizes para que estudem e fiquem afastados de atividades de trabalho, as empresas contribuem também para o planejamento de caminhos promissores no campo ou fora dele.

Valorizar os avanços sociais promovidos pelos investimentos do setor do tabaco na juventude rural é justo e producente. É preciso olhar o todo. Já temos mais de mil aprendizes certificados no pioneiro Programa de Aprendizagem Profissional Rural e inúmeras histórias de vida transformadas para melhor no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Neste Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil celebramos a possibilidade de representar resposta onde havia silêncio e de continuar indo cada vez mais longe para levar oportunidades aos jovens rurais, afinal, eles são o nosso propósito.


Nádia Fengler Solf,

Gerente do Instituto Crescer Legal.

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