sábado, 14 de junho de 2025

Grupo evangélico Machonaria Confraria Nacional de Homens enfrenta uma crise institucional

 


O movimento Machonaria Confraria Nacional de Homens enfrenta uma crise institucional após um grupo de 18 pastores anunciar renúncia coletiva aos cargos no último mês. Em carta divulgada nas redes sociais, ex-líderes do grupo evangélico alegam que a decisão foi motivada pela falta de transparência e a violação dos princípios da instituição por parte do presidente, o pastor brasiliense Anderson Silva.

O grupo evangélico tem abrangência nacional e é voltado para a formação de homens cristãos com base em 40 códigos de conduta. Descrito como o maior movimento de masculinidade da América Latina, segundo o próprio pastor, o movimento já teria impactado e transformado a vida de mais de 10 mil homens no quesito espiritual, moral e familiar.

Os relatos apontam uma série de práticas irregulares que, segundo os pastores, caracterizam má gestão dos recursos, confusão entre finanças pessoais e institucionais, e uso indevido de dados de terceiros para contratos e financiamentos.

Essa não é a primeira vez que o nome de Anderson está envolvido em polêmicas. Entre as principais, estão suas declarações consideradas machistas, ao afirmar que mulheres têm “potencial demoníaco”. No campo político, também gerou controvérsia ao fazer orações pedindo a “quebra da mandíbula de Lula”, o que resultou em investigação da Polícia Federal.

A Machonaria foi criada em 2018 com a intenção de incentivar ações como resgate da masculinidade bíblica, liderança familiar, generosidade, combate à pornografia e envolvimento em projetos sociais. Todavia, o hub social do Machonaria, situado em Samambaia Sul, estaria no epicentro da polêmica envolvendo a renúncia dos outros pastores do projeto, alegando supostos desvios de dinheiro e uma dívida que chegou a R$ 500 mil em maio deste ano.

➡️ Leia a reportagem completa em metropoles.com

📸 Arte/Metrópoles

Conforme noticiou o Metrópoles neste sábado (14/6), um grupo de 18 pastores deixou a Machonaria – Confraria Nacional de Homens por falta de transparência nas movimentações financeiras da entidade. Ex-líderes do movimento alegam que o presidente, o pastor brasiliense Anderson Silva, vem violando princípios da instituição.

Dentre os problemas relatados pelos ex-integrantes da Machonaria, chama atenção a rifa de uma motocicleta Harley Davidson, anunciada por Anderson Silva nas redes sociais há pouco mais de um mês. São 20 mil bilhetes disponíveis, a R$ 25 cada. O intuito seria arrecadar dinheiro “para o cuidado de autistas e mães de autistas”.

Dois dos pastores que saíram do grupo, porém, denunciam que a motocicleta não pertence a Anderson Silva e sequer está quitada. “Ele está rifando uma moto, uma Harley Davidson, só que essa Harley Davidson não é dele”, afirma à reportagem o ex-vice-presidente da Machonaria Radamés Morais.

A moto está no nome do ex-diretor administrativo do hub social Jhonny Alves. “Ele pediu meu nome para comprar a moto, eu dei o meu CPF a ele”, confirma Jhonny. A Harley Davidson foi comprada para uso pessoal de Anderson Silva, e não profissional.

Jhonny, que também é pastor, afirma que financiou a moto em 48 parcelas, acreditando que Anderson faria os pagamentos mensais sem problemas. “Das 48 ele já quitou 22, mas 20 delas foram pagas com atraso, inclusive com dinheiro da Machonaria”, acusa.

Segundo o pastor, foram tantos os atrasos que o banco responsável pelo financiamento já teria pedido à Justiça ação de busca e apreensão do veículo. “A moto já ‘deu’ busca e apreensão várias vezes porque ele deixou vencer muitas parcelas. O banco me ligava e mandava mensagem pedindo o recolhimento da moto, enquanto a moto estava em poder dele”, relembra.

“Ele está pegando um bem que ainda está financiado em meu nome e rifando na internet”, alerta Johnny. A rifa ainda está no ar. Dos 20 mil números que Anderson colocou à disposição — cada um a 25 reais —, 2.095 já foram vendidos, totalizando R$ 52.375.


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