quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Artigo: Sem demagogias

Professor
Volnei Ceron dos Santos

Sete de setembro! O que comemorar? Muitos brasileiros numa data como a de hoje estarão em alguma praia, visitarão amigos, assistirão a um filme, assarão alguma carne e apreciarão a cerveja favorita. Sim, sem demagogias de patriotismo. Vamos ser sinceros. O verde e o amarelo, pura utopia, ficou nos ideais românticos nacionalistas e naquelas pessoas que ainda acreditam, diria que ingenuamente, num país que nunca chegou a ser. Não há o que comemorar. Pátria de quem? Nossa? Tua? Geração futura? De quem? 
Essas pessoas,  por vezes, conotativamente tidas por ignorantes, sem cultura, popularmente falando, provavelmente são as mais sensatas no momento, pois não acreditam em contos de fadas, nem em discursos ufanos e mentirosos. Observam e sentem a realidade que aí está, sem muito o que fazer, perplexos ou apáticos, seja como for, esse negócio de pátria virou bobagem e acredito que por isso já escrevo com letra minúscula.
Quem acha que o desrespeito ao Brasil é de agora, que a roubalheira e a mesquinharia é de pouco tempo, engana-se. A ganância pelo dinheiro e poder, a exploração barata – individualista ou corporativa – a todo custo, vêm desde os primeiros dias de colonização, de invasão deste território. Fatos históricos e literários revelam essa triste tendência deste “solo de mãe gentil”. Décadas, séculos... os esquemas podres que assolam o país, tiveram outros nomes no passado e outros personagens, que a seu tempo, usam de poderes e posições influentes para saquear o povo. Além disso, são ladrões de sonhos... porque não há como sonhar alguma coisa para nós brasileiros. Ninguém precisa ser vidente para ver as muitas arguras a espreitar nossos lares, adiante.
Tenho pena, sinceramente, daquelas crianças que ainda inocentes e possuidoras de sorrisos sem maldade, ensaiam momentos da história brasileira... Usam chapéus... vestem o figurino de época... cavalgam em cavalinhos de cabo de vassoura... a simbolizar o Sete de Setembro e entoar um hino nacional mitificado para criar um falso orgulho de uma terra de ninguém, senão daqueles que a saqueiam ano a ano.
Pobres crianças. Um dia, essa fantasia cairá. Resta-nos torcer que venha uma geração capaz de romper com os modelos vergonhosos que aí estão manchando nossa moral.
Desculpem-me. Ficarei por aqui. Acho que está bem gelada. 

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