domingo, 7 de janeiro de 2024

Apadrinhamento Afetivo é implantado em São Lourenço do Sul

São Lourenço do Sul implementou um novo programa destinado aos jovens em situação de acolhimento na Cidade. O Apadrinhamento Afetivo é uma iniciativa que pretende cativar a população a adquirir o papel de padrinhos e madrinhas de crianças e adolescentes de zero a 18 anos que enfrentam históricos de abandono, violência ou negligência familiar, e frequentam a Casa da Criança e do Adolescente. O objetivo é oferecer a esses jovens um ambiente acolhedor e propor a reconstrução de seus laços familiares, que estão fragilizados.

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Apadrinhamento afetivo não é adoção
Diferentemente da adoção, onde ocorre a colocação da criança ou adolescente em uma família substituta, o apadrinhamento afetivo de crianças em situação de acolhimento tem o objetivo de construir vínculos afetivos seguros e duradouros entre eles e pessoas da comunidade que se dispõem a ser padrinhos ou madrinhas. Uma das intenções do apadrinhamento afetivo, por exemplo, é que a criança possa conhecer como funciona a vida em família, vivenciando situações cotidianas. A ideia é possibilitar um vínculo afetivo fora da instituição de acolhimento.

Segundo o Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas (CNCA) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem no Brasil mais de 46 mil crianças e adolescentes que vivem atualmente em quase 4 mil entidades acolhedoras credenciadas junto ao Judiciário em todo o País. De acordo com Sandro Dias, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação (SMDSH) de São Lourenço do Sul, responsável por lançar o programa, atualmente oito crianças estão alocadas na casa de passagem da cidade, que abriga, na média, dez menores de idade vítimas da negligência familiar. Diante da realidade, o programa visa garantir a convivência familiar e comunitária a essas crianças, especialmente aquelas com poucas perspectivas de adoção.

Segundo o gestor, o apadrinhamento surgiu por um pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul e do Poder Judiciário para que esse projeto fosse implementado. Superando algumas dificuldades relacionadas a profissionais, hoje a ideia pode sair do papel. “A gente está começando. Primeiro, fizemos essa divulgação no site. Todas as quartas-feiras temos atendimento individual com a equipe técnica em uma sala, com quem as pessoas podem procurar orientação”, apontou Dias. Conforme a SMDSH, há um planejamento de trabalho de divulgação do projeto nas escolas no começo do ano letivo, além de setores de órgãos públicos e outras instituições.
A experiência do apadrinhamento
Andreia Silveira, moradora de Pelotas, participou do programa de apadrinhamento afetivo do Município em 2015, e se tornou madrinha de Michele da Rosa. Na época, ela trabalhava na Secretaria de Assistência Social, quando a equipe técnica designou Michele, ainda com dez anos, para ser apadrinhada. Hoje, Michele é maior de idade e mora em Bagé. O apadrinhamento efetuado anos atrás influenciou seu desenvolvimento, tendo na madrinha um norte. “Ela me tem como referência. Quando tinha que tomar decisões sozinha, sempre me procurava para compartilhar as decisões”, disse. “Ser apadrinhada foi uma das coisas mais incríveis que aconteceu na minha vida, pois o apadrinhamento envolve várias palavras e a mais importante é o amor. Ser apadrinhada mudou milhares de coisas na minha vida e me ajudou a me conhecer como pessoa”.

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