quinta-feira, 1 de junho de 2023

Projeto da FURG-SLS destaca papel das PANC na XIX Semana do Alimento Orgânico

Integrando a agenda da Semana do Alimento Orgânico na região sul, o projeto de extensão PANCPOP, vinculado à FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS) promoveu ações de popularização de espécies e de preparos contendo Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) em Arroio do Padre e em São Lourenço do Sul, nos dias 25 e 27 de maio, respectivamente.



Com caráter nacional, a Semana do Alimento Orgânico (SAO) é promovida pelo Ministério da Agricultura e acontece anualmente com o objetivo de incentivar a interlocução entre agricultores e consumidores, para informar o que são alimentos orgânicos, quais são os pontos de comercialização e qual a importância desses alimentos tanto para a saúde das populações, quanto para a conservação do meio ambiente. A edição de 2023 é norteada pelo tema “Alimento orgânico, amigo do clima” e as atividades se estendem até o dia 6 de junho no Brasil.

Compreendendo o papel desempenhado pelas PANC na diversificação alimentar e no enfrentamento às mudanças climáticas, o PANCPOP, junto de outras entidades locais e regionais, foi um dos convidados a compor a agenda estadual do evento. “As PANC são espécies já reconhecidamente mais resistentes e resilientes às adversidades climáticas em comparação com espécies convencionais. Provavelmente, serão as plantas da nova agricultura, que é uma agricultura que vai ter que resistir a esses efeitos das mudanças climáticas que, na verdade, já estamos vivendo,” comenta a coordenadora do projeto e professora do campus São Lourenço do Sul, Jaqueline Durigon.



A docente explica que a resiliência presente nas PANC ocorre porque algumas dessas espécies têm um metabolismo capaz de se adaptar às adversidades ou então porque possuem estruturas de armazenamento. “Muitas delas têm raízes engrossadas que faz com que resistam a secas, já outras são adaptadas a ambientes alagados, ou a chuvas intensas”.

Oficina de PANC no Sínodo Sul-Riograndense

A primeira ação do PANCPOP na SAO ocorreu na última quinta-feira, 25, em Arroio do Padre, durante o Sínodo Sul-Riograndense, um encontro anual realizado pela Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) que nesta edição trabalhou o tema da alimentação saudável. Ao todo, participaram do evento cerca de 400 pessoas, entre moradores de Arroio do Padre e de municípios próximos, como Morro Redondo, Rio Grande, Pelotas,São Lourenço do Sul e Turuçu.

Durante a manhã, foi realizada uma palestra sobre homeopatia e, em seguida, servido um almoço agroecológico. Durante a tarde, o público foi dividido em diversas oficinas ligadas à alimentação, sendo uma delas promovida pela equipe PANCPOP, que reuniu cerca de 60 pessoas. “Em geral eram pessoas de meia idade e idosos, principalmente mulheres, e que interagiram muito, pois são pessoas que já participaram de muitas oficinas. A igreja vem ao longo das últimas décadas trabalhando essa questão do aproveitamento integral de alimentos, alimentação natural e saudável. São mulheres que já tem uma caminhada com essa questão da alimentação, porém muitas delas não conheciam o termo PANC, nunca tinham provado ou nunca tinham preparado flores comestíveis, por exemplo, então para elas boa parte daquilo que o PANCPOP apresentou foi bastante novidade” conta Jaqueline.

Na oportunidade, a equipe desenvolveu três estações temáticas, cada uma com uma abordagem diferente: uma das mesas explicava como inserir as PANC em conservas e patês salgados; a outra como inserir as PANC em panificados, como pães, bolachas, bolos e cucas; e a última, como inserir as PANC em doces, e junto disso, trazia informações sobre flores comestíveis. “Os grupos foram percorrendo essas três mesas, onde em cada uma havia integrantes do PANCPOP explicando quais os preparos que a gente levou, as receitas, onde a gente encontra aquelas espécies, como que essas plantas foram inseridas nestes preparos. Dessa forma, as pessoas tiveram uma ideia das espécies que poderiam utilizar e de como elas poderiam inseri-las em coisas que elas já conhecem, como conservas, chimias, panificados, que são coisas muito comuns na cultura local, principalmente na cultura alemã e pomerana”, avalia a docente.

Segundo Jaqueline, o retorno dos presentes foi muito positivo, demonstrando interesse de que o projeto possa desenvolver outras atividades em grupos menores de mulheres em paróquias da região. Essa foi a primeira vez que o projeto realizou uma ação presencial prática em Arroio do Padre, local que é reconhecido pela intensa produção de hortaliças, as quais são fornecidas para municípios próximos, como Pelotas e São Lourenço do Sul. 

Café com PANC e panfletagem na Feira Livre de São Lourenço do Sul

Dando continuidade às ações temáticas da SAO, o PANCPOP ofereceu um café com diversas opções de preparos PANC ao público da Feira Livre de São Lourenço do Sul, no último sábado, 27 de maio.

Ao contrário das degustações mensais que estão já sendo realizadas pelo projeto no local, onde é dada ênfase a uma PANC específica por edição, desta vez o grupo propôs um café biodiverso com grande variedade de PANC em diversos tipos de preparos, como bolos, cucas, doces, chimias e patês salgados. O objetivo era que as pessoas tivessem oportunidade de interagir e conhecer uma grande diversidade de alimentos não-convencionais.

Para marcar a Semana do Alimento Orgânico, a equipe também produziu um panfleto específico para a data, reafirmando o papel das PANC como amigas do clima e esclarecendo mitos que envolvem a alimentação orgânica. O material pode ser conferido aqui:


Durante a feira, os integrantes distribuíram o panfleto acima e conversaram com os consumidores sobre o que é alimento orgânico, indicando quais são as bancas agroecológicas existentes na Feira Livre lourenciana, além das outras bancas que comercializam produtos da agricultura familiar. “Rolou muito essa interação e apesar de ser uma feira de final de mês, foi uma feira bastante movimentada, com bastante pessoas, inclusive de fora da cidade que estavam passando o final de semana aqui e que não conheciam a nossa feira, ou que não sabiam que se comercializavam alimentos orgânicos na nossa feira, então foi bastante bacana”, salienta Jaqueline.

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